#‎aletradaspessoas‬: Corrente no Facebook tenta resgatar escrita cursiva

Recados na Linha do Tempo do Facebook , comentários no Instagram e Twitter . Vivemos tanto no mundo virtual que muitas vezes ficamos tempos sem escrever de verdade, com letra cursiva. Foi com essa reflexão que uma corrente ganhou forças nas redes sociais nos últimos dias: “a letra das pessoas”. Facebook: 30 coisas que a rede social sabe sobre você Campanha #aletradaspessoas começou no Facebook depois de um simples repost (Foto: Reprodução/Aline Jesus) #aletradaspessoas A corrente funciona da seguinte maneira, usuários devem publicar na rede a foto de um pedaço de papel com a mensagem “Uma coisa a gente não conhece mais: a letra das pessoas” com a hashtag.  Tudo começou depois que a usuária Clarinha Gomes sentiu-se saudosista ao ver a foto de uma lista de compras escrita à mão postada por uma amiga. Ela compartilhou a imagem em seu perfil e fez um pedido: conhecer a letra de seus amigos. O post foi bem recebido e, em pouco tempo, se tornou viral.  Carolina Souza também é adepta dos recadinhos feitos à mão em cadernos e blocos (Foto: Reprodução/Aline Jesus) Clara Gomes, que é ilustradora e quadrinista, conta que vê na iniciativa um resgate ao passado.
“Temos um movimento retrô muito forte atualmente, na decoração, no
design, como resposta a um avanço rápido demais de algumas tecnologias.
Não desmereço a praticidade e o conforto desse avanço, temos acesso a um
volume de informação incrível e isso é revolucionário, mas o afeto tem
sido atropelado no caminho”, lamenta. Ainda de acordo com a autora da corrente, a ideia é se expressar com liberdade e compara o fenômeno de popularidade ao que acontece, em maior dimensão, com a selfie. “O bilhete foi substituído por uma mensagem
luminosa, efêmera. Acho que o crescimento das postagens de letras
manuscritas é um símbolo de reafirmação de nossas identidades, assim
como tem sido o fenômeno da selfie. Estamos aqui, nos expressamos e
existimos, para além das telas frias que nos consomem a atenção com cada
vez mais voracidade”, completa. Costume perdido Com imagens bem produzidas, usuários têm aproveitado a oportunidade para debater sobre a importância da escrita depois da era tecnológica, quando ninguém mais escreve à mão. Carolina Souza, 32 anos, é blogueira e aderiu à campanha porque é fã dos tradicionais bilhetes e cartas manuscritas. “Embora minha letra não seja linda, sempre gostei de escrever e de expressar minhas emoções com palavras. Meus cartões de Natal, até hoje, são escritos à mão”, pondera. “A nossa escrita precisa ser cultivada e mais valorizada. Quando não tinha Internet, a necessidade de cuidar mais das relações propiciava um contato maior que vem se perdendo”, relata. A publicitária Fani Amarante, de 27 anos, também entrou na onda nas redes sociais. Amante de recadinhos em papel, Fani acredita que o costume de digitar em teclados com corretores automáticos, faz com que as pessoas esqueçam de como se escreve algumas palavras. “Escrever faz bem para a mente e para os dedos não atrofiarem”, brinca. Para Fani Amarante, deixar de escrever em papel faz com que pessoas percam hábitos da escrita (Foto: Aline Jesus/Reprodução) “Bilhetinhos no papel a gente guarda. Nas redes sociais, eles se perdem com o tempo”, opina Niice Manhães, Técnica de Segurança do Trabalho, de 36 anos, que aderiu à brincadeira porque sente falta de receber recados manuscritos dos amigos. Ela acredita que a corrente é um modo de despertar nas pessoas a vontade de voltar a escrever à mão, como nos velhos tempos.  Niice Manhães acredita que bilhete feito à mão se guarda, mas na Internet ele se perde (Foto: Reprodução/Aline Jesus) E você? Também sente falta de escrever direto no papel? Procure pela hashtag #aletradaspessoas no Facebook, no Instagram e no Twitter e confira os posts de todos que estão participando.  Quais os problemas das redes sociais de hoje?  Comente no Fórum do TechTudo saiba mais Facebook conhece você melhor que seus amigos e família, diz pesquisa Como transformar o perfil de uma pessoa morta em memorial no Facebook Facebook libera 17 opções de gênero no Brasil baseadas em grupos LGBT  

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