Dali Wireless no Futurecom 2014

Ontem, 16/10, encerrou-se o Futurecom 2014, desta vez em São Paulo, SP. Como a maioria dos eventos de seu tipo, o Futurecom 2014 foi constituído de duas atividades paralelas: um congresso internacional, composto por palestras e painéis e seus debates, e uma grande – mas grande mesmo – exposição, com os expositores “vendendo seu peixe” e exibindo seus produtos em estandes. Em um evento assim acontece de tudo e se encontra material para dezenas e dezenas de colunas como esta, além de milhares de notícias, notas e comentários. E, de fato, a busca no Google que acabei de fazer com a expressão “Futurecom 2104” retornou quase meio milhão de resultados. Como o evento acabou de acabar e a maioria das notícias, notas e colunas ainda não foi publicada, é lícito esperar que este número venha a aumentar significativamente nos próximos dias. E quem quiser se dar ao trabalho de verificar basta esperar, digamos, uma semana, e repetir a pesquisa. Veja todas as colunas do B. Piropo Quer dizer: do ponto de vista jornalístico, um evento deste porte “rende” um bocado de assuntos. Tantos, que muitas vezes nos esquecemos de um dos mais importantes: o evento propriamente dito que, afinal de contas, em si mesmo já constitui um assunto e tanto. Esta foi sua décima sexta edição, já que o Futurecom começou quase timidamente em 1998. É verdade que as dez primeiras, realizadas em Foz do Iguaçu e Florianópolis, foram de menor porte. Mas o evento cresceu pouco a pouco até migrar para São Paulo (2008 a 2011) e Rio de Janeiro (2012 e 2013), voltando a São Paulo este ano. E sempre crescendo. Figura 1: Corredores da exposição do Futurecom 2014 (Foto: TechTudo/B.Piropo) Este crescimento se dá em uma taxa considerável. O Futurecom 2013, realizado no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 12 mil participantes. O deste ano chegou a quase 15 mil (14.600, para ser exato) e somente a Exposição ocupou dois enormes salões do Transamérica Expo Center em Santo Amaro, na Capital de São Paulo (veja na Figura 1, obtida do material de divulgação do evento, seus corredores apinhados) e abrigou 270 expositores de mais de meia centena de países, todos do ramo das telecomunicações e tecnologia da informação. O Congresso contou com a participação de 4,2 mil congressistas que assistiram 330 palestrantes discorrerem sobre suas ideias. Em suma: o Futurecom 2014 foi aquilo que se pode chamar de um evento de peso. Seu propósito é reunir as mais importantes forças do mercado e oferecer às empresas e profissionais que dele participam o ambiente ideal para uma sinergia que resulte no desenvolvimento de negócios e estabelecimento de contatos e relações profícuas. E, a julgar pelos corredores apinhados de visitantes e pelas salas do congresso lotadas de interessados participantes, cumpriu sua missão. O que faz com que, em seu site , se apresente com orgulho como “ O maior e mais qualificado evento de Tecnologia de Informação e Comunicações na América Latina ”. saiba mais Prêmio Darwin 2014 O sonho de James Bond Fernando e a nuvem Tecnologias duras de matar Evidentemente, em um evento como o Futurecom 2014, há de tudo – pelo menos tudo o que tenha a ver com as tecnologias de informação e, principalmente, suas aplicações nas telecomunicações. Todas as operadoras de serviços de telefonia celular lá estão, assim como todas as empresas que de um modo ou de outro tenham a ver com elas. E demonstrando as tecnologias mais variadas. Um exemplo: você já usou seu telefone celular no Metrô? A primeira vez que vi isto acontecer foi em Santiago, no Chile, há muitos anos, e fiquei vivamente impressionado (uma forma elegante de se referir ao popular “abestado” usado no Nordeste brasileiro), já que aqui no Rio, onde vivo, tal façanha era impossível. Hoje, já não é. Seja qual for a prestadora, o serviço de telefonia celular invadiu os vagões do Metrô Rio sem a menor cerimônia. E mais: com uma qualidade de sinal excelente. Como pode? Pode usando um sistema de antenas distribuídas (DAS, de “ Distributed Antenna System ”). Que, em tese, é muito simples: as diversas prestadoras enviam um sinal para um dispositivo em tudo semelhante a um roteador, situado em um ponto cuja localização é escolhida para otimizar o  comprimento da rede de distribuição, e estes diversos sinais são enviados via cabo para antenas espalhadas ao longo de toda a extensão da rede subterrânea do metrô, de onde o sinal de radiofrequência é liberado para o interior dos túneis. Pois bem, na Futurecom 2014 eu tive a oportunidade de visitar o estande da Dali Wireless, onde conversei longamente com Larry Cooke, presidente da Digital Pacific, que distribui os equipamentos da Dali. O carro-chefe da empresa é seu RF Router que, se não fosse uma marca registrada, poderia ser traduzido por “roteador de radiofrequência”. Mas, podendo ou não ser traduzido, é basicamente isto o que ele é: um dispositivo que distribui a rádio frequência que transita pelas antenas das células das operadoras de telefonia celular como se fosse um roteador de redes. E apresenta uma característica única dentre os concorrentes: é totalmente digital. Figura 2: Celular no metrô (Foto: Reprodução/B.Piropo) Veja, na Figura 2, adaptada de material de divulgação da Dali, como a coisa funciona. O sinal das diferentes operadoras é conectado a um RF Router da Dali situado no prédio isolado, mostrado à esquerda, convenientemente localizado em relação à rede ferroviária do metrô. Aí ele é digitalizado e distribuído, via rede de fibra ótica, para diversas antenas ao longo de toda a rede metroviária, de onde é irradiado para o interior dos túneis (um sistema, evidentemente, de mão dupla: os sinais oriundos dos telefones celulares usados no interior dos trens é captado pelas antenas, transportado pela rede de fibra ótica para o RF Router e distribuído para as antenas das células das prestadoras de serviço de telefonia celular, de onde é transmitido para o aparelho do interlocutor). Mas o segredo da coisa toda está no software alojado no equipamento. Ele faz com que o sistema seja uma solução multiponto-multiponto digital e escalável na qual os sinais de RF trafegam de qualquer origem para qualquer destino e que pode ampliar significativamente a cobertura e capacidade de redes internas e externas. A solução da Dali combina a alta capacidade de uma célula macro com a cobertura flexível de um sistema DAS, ocupando pouquíssimo espaço físico. Tudo isto baseado no processamento digital de sinais do RF Router e na extremamente versátil capacidade de configuração do software no qual os sinais da estação base são transformados em “pacotes” digitais que podem transitar sem degradação de qualquer origem para qualquer destino no interior da rede totalmente configurável por software. As possibilidades são enormes, e estão sendo exploradas. Elas vão desde distribuição de sinal em sistemas como redes metroviárias até grandes hotéis, sistemas de mineração, hospitais, universidades, órgãos governamentais, estádios, centros de convenções e complexos industriais. Interessante, pois não? E este é apenas um exemplo das centenas de soluções inovadoras que podem ser encontradas em um evento como a Futurecom 2014. B. Piropo

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