Durante a semana que incluiu os dias 8 a 11 de julho, o TechTudo fez a cobertura do FISL 16, o Fórum Internacional do Software Livre, maior evento de software livre do mundo, realizado em Porto Alegre. Falamos de software livre pra lá, software livre pra cá… Mas, o que é “software livre” mesmo? Para esclarecer de vez o assunto, conversamos com palestrantes e organizadores do FISL. Entenda, exatamente, o que é software livre e por que ele pode ser uma opção aos sistemas privativos. Perdeu alguma palestra? Assista no site da FISL FISL 16 termina em Porto Alegre tirando todas as suas dúvidas sobre software livre (Foto: Divulgação/FISL) Genericamente, softwares livres e não livres servem para os mesmos fins: gerenciar a interface operacional do computador, acessar e-mails, editar vídeos, navegar na internet, montar websites. A diferença é que o código-fonte do software livre é aberto. Com o código aberto, os programadores conseguem “ler” como o programa funciona e podem reproduzi-lo, customizá-lo ou usá-lo como base para desenvolver softwares novos. Veja como pensam os especialistas do setor. Cedric Thomas, da OW2 (Foto: Giordano Tronco/TechTudo) “Software é como uma receita de cozinha”, explica Cedric Thomas, diretor presidente da OW2, consórcio internacional de desenvolvimento de componentes em código aberto. Para Thomas, as soluções prescritas na “receita” do software podem não ser o bastante. “Você precisa cozinhar. Você precisa da habilidade para fazer a receita ser útil para a empresa que você trabalha e para as pessoas de fora dela”, explica. saiba mais FISL 16: Cafeteira com software livre tuíta quando seu café está pronto FISL 16: criador do primeiro notebook open source detalha Projeto Novena FISL 16: Maddog incentiva a capacitação de jovens em TI com Projeto Cauã Com o código aberto, a própria comunidade de usuários pode criar atualizações para o produto, sem depender da companhia desenvolvedora. Jon “Maddog” Hall, presidente da Linux International, uma associação sem fins lucrativos do mais famoso sistema operacional livre do mundo, lembra que a Microsoft há muito tempo deixou de atualizar o Windows XP. Tem vírus no Linux? Descubra essa e outras curiosidades no Fórum do TechTudo. “Se você tem um computador com Windows XP e precisa de uma atualização, é uma pena, mas não vai acontecer”, conta Maddog. “O que a Microsoft vai lhe dizer é: ‘bem, atualize para o Windows 10′. Mas o seu computador antigo pode não rodar com Windows 10. Se rodar, talvez alguns dos produtos instalados não funcionem no Windows 10”, explica. Maddog explica o que é o software livre e dá exemplos dos que promovem ‘escravidão’ (Foto: Divulgação/FISL) “Todos os softwares têm problemas de acesso, mas um software proprietário é privado. Quando tem bugs, é preciso esperar o patch da empresa”, conta Marcos Mazoni, diretor-presidente do SERPRO (Serviço Nacional de Processamento de Dados), empresa pública que desenvolve, por exemplo, os aplicativos usados na declaração do imposto de renda. Ricardo Fritsch, da ASL.org (Foto: Divulgação/FISL 16) Questão de segurança Os ativistas do software livre protestam que o código fechado impede que o usuário saiba exatamente o que ele está instalando na máquina. Em 2013, Edward Snowden revelou para o mundo inteiro que os computadores e softwares tinham “backdoors”, portas de saída de dados que enviavam informações para o serviço secreto dos Estados Unidos sem o consentimento ou conhecimento dos usuários. “Nós avisamos há tempos – vai dar problema esse negócio de software privado. Quem usa o Outlook como e-mail tá pedindo para ser espionado. Está escrito lá que tem um backdoor”, avisa Ricardo Fritsch, presidente da Associação Software Livre, organizadora do FISL. A solução? Trocar tudo para software livre. A espionagem internacional dos Estados Unidos gerou uma pequena crise nas relações internacionais entre o país e Brasil. Na época, indícios apontavam que a Casa Branca tinha acesso até mesmo ao e-mail pessoal da presidente. O susto só não foi maior porque a estrutura central da administração federal opera já há algum tempo com software livre, conta Fritsch. Marcos Mazini, do SERPRO (Foto: Giordano Tronco/TechTudo) “Da atracação de navios até os repasses a municípios, tudo é feito com software livre. Outros produtos convivem, mas a estrutura central, como a nuvem do Imposto de Renda, é Openstack”, garante Mazini, referindo-se a um popular sistema operacional de nuvem em código aberto. “O país não pode ficar à mercê de um backdoor linkado à Cláusula Patriótica americana. Todos os softwares passam informação de algum tipo. Queremos saber o que eles passam”, explica. Sady Jacques, da ASL.org (Foto: Divulgação / FISL 16) Para quem ainda tem dúvidas duvida da qualidade de programas livres em comparação com soluções pagas, saiba que ativistas e governo não são os únicos a usar softwares livres. “O mundo proprietário é hegemônico, mas é ele o maior usuário de software livre do mundo” revela o coordenador geral da Associação Software Livre, Sady Jacques. E ressalta o papel do movimento software livre: “Temos que mostrar que o software livre é o caminho mais óbvio”, encerra.
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