Woz diz que Apple deve ser fragmentada por ter ficado ‘grande demais’

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O cofundador da Apple, Steve “Woz” Wozniak, deu uma longa entrevista para o canal do YouTube da Bloomberg Tecnology — e fez algumas declarações pesadas sobre o atual estado da companhia que ele mesmo cofundou ao lado de Steve Jobs.

Para Woz, a Maçã se tornou uma empresa de tecnologia exageradamente grande e, por hoje ser poderosa e monopolizante demais, deveria ser fragmentada. “Eu gostaria que a Apple fosse separada em divisões independentes para lugares diferentes e deixassem elas pensarem diferentes, da mesma forma que a HP fez”, afirma o engenheiro e executivo.

O principal argumento de Woz é que as gigantes da tecnologia cresceram demais e criaram um mercado “injusto, com atitudes antitruste, sem abertura para concorrência igual”. Além disso, ao ter que administrar impérios tão vastos, as marcas acabam deixando de lado fatores como privacidade e cuidados básicos com o gosto do consumidor. A entrevista completa pode ser vista aqui (em inglês).

O cerco está se fechando

Woz ainda criticou a falta de honestidade de serviços como Google e Facebook em relação à privacidade. “Se você manda um email para alguém e diz coisas pequenas, tipo ‘ei, minha cor favorita é verde’ para a sua esposa, isso deveria ser privado. É tipo sussurrar no ouvido”, afirma. Porém, ele poupou a Maçã de todas as críticas ao elogiar a transição da empresa para o setor de serviços, citando como ótimos exemplos o Apple Pay e o Apple Card. “Tornar a vida das pessoas mais fácil foi como ficamos conhecidos em computadores”, relembra.

As críticas ao possível monopólio e práticas antitruste de Woz não são inéditas na indústria. Senadora norte-americana e pré-candidata à presidência, Elizabeth Warren tem como carro-chefe de campanha a proposta de fragmentar empresas como Apple, Google e Facebook — que dominam setores como sistemas operacionais, lojas de aplicativos, redes sociais, apps de fotos e muitos outros segmentos.

Os EUA, inclusive, estão cada vez mais próximos de uma espécie de regulação nesse sentido. As principais marcas do setor estão em processo de investigação pela Federal Trade Comission (FTC), o órgão regulador do comércio no país, para verificar possíveis práticas irregulares contra a competitividade.

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