Maneater é um jogo para quem busca dar um tempo nos títulos realistas ou sérios demais: o “shaRkPG ” de Tripwire Interactive oferece uma oportunidade única de dar vida a um tubarão com fome de vingança… e de tudo o que se move e respira, dentro e fora d’água.
Até um tubarão tem direito à vingança
Pode parecer estranho, mas a história de Maneater desempenha papel relevante na mecânica: você começa como um filhote de tubarão-de-cabeça-chata (Carcharhinus leucas) que foi vítima de um caçador chamado Scaly Pete, participante de um Reality Show chamado Maneaters vs. Sharkhunters. Ele caçou sua mãe e o mutilou e obviamente, você quer vingança.
O programa televisivo é uma paródia dos reality shows de vida selvagem, e aqui o apresentador acompanha e narra a saga do tubarãozinho em sua missão de comer, evoluir, crescer e desenvolver novas habilidades para só então, ir atrás de Scaly Pete. A jornada, no entanto é bem divertida.
Os mais fortes (e famintos) sobrevivem
Desenvolvido pela Blindside Interactive e Tripwire Interactive, Maneater se vende como um “RPG de tubarão” ou “shaRkPG”, sendo basicamente um adventure/survival com elementos de RPG. Você começa como um filhote praticamente indefeso contra grandes predadores, e mesmo alguns inimigos pequenos, porém ferozes podem acabar com sua alegria rapidamente.
O que resta, sem muita surpresa é comer. Ao devorar presas, você acumula pontos de experiência e de mutação, que lhe permitem ganhar níveis e adquirir novas habilidades, algumas básicas como a de poder atordoar inimigos com um golpe de cauda, e outras inusitadas como uma armadura óssea e apêndices elétricos.
O cenário de mundo aberto (há 7 áreas a serem exploradas, algumas acessíveis apenas após atingir um certo nível) não só estimula a exploração, como também é essencial: há uma série de pontos de referência (com muitos easter eggs), caixas de mutagênicos e missões secundárias a serem cumpridas, que rendem grandes quantidades de pontos. Os colecionáveis podem ser facilmente encontrados com o sonar, uma habilidade que você ganha logo no início.
Há outras formas de lidar com inimigos, como usar um marlim como lança (!) e claro, atacar humanos idiotas dando sopa, nadando, pescando em barcos, passeando de jet-skis ou tomando Sol na praia. É possível tanto ataca-los na água ou fora dela, tendo o cuidado de não ficar muito tempo em terra firme para não sufocar.
Sua missão final é evoluir para se tornar um megalodonte (Carcharodon megalodon), o maior e mais temível tubarão que já habitou a Terra, e tocar o terror em todas as criaturas vivas.
O mais infame dos tubarões
Ao atacar humanos, o seu nível de infâmia aumenta e como Maneater é reativo, o jogo começa a despachar caçadores de tubarões para lidar com você. No início eles são apenas personagens genéricos, mas bem armados com lanchas e armas de fogo, que podem acabar com você rapidamente nos níveis iniciais.
Quanto mais caos você causar e sua infâmia crescer, você atingirá um nível de procurado e disparará o primeiro combate contra um dos chefes, que são outros participantes do reality show, mais perigosos e com barcos maiores e bem equipados.
Por isso é importante sempre procurar meios de evoluir, seja cumprindo missões secundárias ou derrotando os predadores alfa de cada área, que variam entre jacarés, lulas gigantes, orcas e até uma certa cachalote albina. Todos querendo barbatanas de tubarão para o jantar, claro.
Tecnicamente Maneater não é nenhum primor, mas seus gráficos são limpos e cumprem bem a proposta de compor uma atmosfera escrachada e exagerada, com uma alta dose de gore como os clássicos filmes do gênero, de Tubarão de Steven Spielberg à divertida galhofa da franquia Sharknado. O som e as músicas também são muito bons e compõem o clima de filme B.
O destaque vai mesmo para a narração do apresentador do reality show, que no original tem a voz do ator Chris Parnell (Dr. Leo Spaceman em 30 Rock e Cyril Figgis em Archer). Além de onisciente, seus comentários sarcásticos complementam o clima do título, que não é para ser levado a sério e se porta como uma diversão descompromissada, algo que ele entrega com maestria.
Tirando os inúmeros problemas de performance que foram resolvidos com um patch antes do lançamento, minha única reclamação vai para a ausência de um mini-mapa, que facilitaria em muito a navegação.
Conclusão
Maneater é simples em sua proposta, que é proporcionar ao jogador a oportunidade de se tornar o maior predador que os oceanos já viram. As mecânicas de customização e evolução foram bem montadas, embora seja realmente difícil se manter vivo no início, mas conforme você desbloqueia mais habilidades, seus outrora inimigos intransponíveis passam a ser apenas novas opções no cardápio.
O formato de programa de TV, com um narrador onisciente (e sarcástico) é também uma novidade interessante, que casou muito bem com o clima debochado, e para quem gosta de gore, este jogo é um prato cheio.
Maneater não é nenhum candidato a melhor game do ano, nem tampouco apresenta gráficos e jogabilidade estelares, mas cumpre com facilidade a premissa que todo jogo deveria buscar: ser divertido.
Maneater — Ficha Técnica
- Plataformas — PS4, Xbox One, Nintendo Switch e Windows via Epic Games Store, Humble Store, Geeen Man Gaming e Steam (analisado no Xbox One X);
- Desenvolvedoras — Blindside Interactive, Tripwire Interactive;
- Distribuidoras — Tripwire Interactive, Deep Silver;
- Classificação Indicativa — 18 anos.
Pontos Fortes
- Gráficos simples, porém honestos;
- Enorme gama de customizações e evoluções;
- Formato de Reality Show é um atrativo curioso;
- Você é um tubarão. Precisa dizer mais?
Pontos Fracos
- Um mini-mapa faz falta;
- As legendas são menores do que deveriam ser.
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