A Força Aérea dos Estados Unidos passou a última década testando meios de viabilizar o uso de IA em combate, e um desses projetos envolve a conversão de várias unidades do F-16 em caças não tripulados. Inicialmente controlado por um operador em Terra, ele já foi usado de forma totalmente autônoma uma vez.
Agora, estão organizando um teste onde uma IA embarcada participará de um exercício de combate aéreo, uma dogfight contra um piloto humano.
O contrato de conversão do F-16, um caça consideravelmente antigo (primeiro voo em 1974, introduzido oficialmente em 1978) mas que ninguém quer abrir mão, tanto que ele ainda está em produção, foi assegurado pela Boeing em substituição aos drones baseados no F-4 Phantom II, que ela produziu junto com outras empresas. As primeiras unidades, apresentadas em 2013 foram meio que escolhidas a dedo, três unidades que estavam armazenadas a um bom tempo.
O primeiro voo não tripulado foi realizado pelo F-16 mais antigo, que ficou guardado por 15 anos. A conversão dos sistemas, que levava em média 6 meses, permitia originalmente que o caça, rebatizado como QF-16 para diferi-lo das unidades tradicionais, pudesse ser controlado totalmente por um operador no chão, teoricamente de qualquer parte do mundo.
Abaixo, o primeiro voo:
Ao permitir que técnicos (ou gamers) possam pilotar caças de combate da segurança de uma base, a Força Aérea deixa de correr o risco de perder um piloto altamente treinado, que supera em muito o valor de um avião velho eventualmente abatido, podendo direcionar o pessoal para missões mais críticas, que o sistema ainda não daria conta.
Ao mesmo tempo, o projeto da Boeing visa não apenas o controle remoto, mas também a operação completamente autônoma, tornando o QF-16 de fato um drone de combate como o MQ-9 Reaper/Predator B, capaz de decolar, atingir um alvo e voltar à base por conta própria. Nisso, o teste conduzido em 2017 foi um sucesso.
Paralelamente, a IA de combate desenvolvida pela Força Aérea (que usa um Raspberry Pi) é inteligente o bastante para massacrar um piloto e instrutor experiente em uma simulação, o que levanta à pergunta: como o algoritmo se sairia em uma situação de combate real?
É aí que entra o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL), que desde 2018 desenvolve por conta própria (redundância não é novidade) sistemas especialistas capazes de controlar de forma autônoma um caça de combate, inicialmente e forma óbvia outra vez o F-16. No entanto, no caso dos testes com o “velhinho” darem certo, os planos envolvem automatizar posteriormente tanto o F-22 quanto o pato de ouro, também conhecido como F-35.
Segundo o site Air Force Magazine, o primeiro teste prático da IA de combate contra um piloto está agendado para julho de 2021.
Os dados sobre o projeto obviamente são bem escassos (é uma operação militar, afinal), mas segundo o Ten. Gen. Jack Shanahan, chefe do Centro de Inteligência Artificial da UASF (uma joint com o Pentágono), os pesquisadores estão “forçando os limites” do que uma IA pode fazer, e estão todos bem confiantes de que um drone será capaz de sobrepujar um piloto humano em um combate.
De qualquer forma, é justo que a Força Aérea esteja correndo atrás de meios para automatizar sua frota, desde que isso não descambe em um roteiro de filme ruim.
Com informações: Air Force Magazine.
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