Entenda como o Facebook relacionou fake news à família Bolsonaro

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Ontem (8), o Facebook anunciou a remoção de uma rede de contas, páginas e grupos coordenados por funcionários de gabinetes ligados à família do presidente da república Jair Bolsonaro. A investigação, que partiu da Atlantic Council’s Digital Forensic Research Lab (DFRLab), descobriu que administradores dessas redes estavam diretamente ligados aos gabinetes dos filhos do presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro e a outros deputados do Partido Social Liberal (PSL).

Em uma publicação no Medium, o DRFLab descreveu como seguiu com as investigações para encontrar e dar baixa à rede de fake news que favorece o presidente, seus filhos e parceiros do seu antigo partido, o PSL. O laboratório precisou identificar padrões de comportamento entre essas milhares de contas inautênticas — observando identidades, seguidores e quem seguiam — para rastrear os administradores das redes de desinformação.

Das acusações e remoções do Facebook, eram 14 páginas do Facebook, 35 contas pessoais, 38 páginas do Instagram e um grupo que compunham a rede de fake news ligada ao presidente. Essas entidades apresentavam comportamento sistemático e já atuava nas redes desde as eleições de 2018.

O perfil "Fábio Muniz" (à esquerda) usou a foto de perfil de outro usuário e defendia Alana Passos (PSL-RJ) e Jair Bolsonaro em grupos locais.O perfil “Fábio Muniz” (à esquerda) usou a foto de perfil de outro usuário e defendia Alana Passos (PSL-RJ) e Jair Bolsonaro em grupos locais.Fonte:  DRFLab/Reprodução 

Rede complexa de desinformação

Segundo o DFRLab, nenhuma das páginas ou contas informava ligação com o presidente, gabinete ou outros deputados do PSL. Parte da rede, inclusive, foi gerada antes do período eleitoral de 2018 e atacava constantemente os adversários do presidente. Depois da vitória nas urnas, a rede se voltou contra as instituições — incluindo o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal — e até atuou contra ex-membros do governo, como Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta.

O DRFLab descreve que a rede era centralizada em três diferentes locais: Brasília, Rio de Janeiro e São Bernardo do Campo. Cada uma apresentava comportamento distinto: a do Rio de Janeiro, a maior entre os centros, e de São Bernardo do Campo concentravam suas atividades na desinformação através de contas duplicadas ou fakes; enquanto a de Brasília era voltada na atividade de páginas na rede social e contava apenas com duas contas inautênticas.

A investigação concluiu que dois deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) estavam envolvidos na rede de desinformação carioca, Alana Passos e Anderson Moraes, ambos do PSL-RJ. Posteriormente, a análise do laboratório apontou a conexão entre a rede e dois filhos do presidente, Eduardo e Carlos Bolsonaro. Além deles, o Coronel Nishikawa (PSL-SP), deputado estadual no estado de São Paulo, também foi apontado durante a análise.

Perfis com variações do nome Leonardo apresentavam comportamento coordenado e foram ligados ao deputado Anderson Moraes (PSL-RJ).Perfis com variações do nome Leonardo apresentavam comportamento coordenado e foram ligados ao deputado Anderson Moraes (PSL-RJ).Fonte:  DRFLab/Reprodução 

Envolvimento direto de funcionário do presidente

Tercio Arnaud Tomaz, funcionário do gabinete do presidente Jair Bolsonaro e conhecido administrador da página do Facebook “Bolsonaro Opressor 2.0”, foi identificado como um dos operadores da rede de fake news. Tercio, por sua vez, estava envolvido na comunicação digital de Jair Bolsonaro durante sua campanha eleitoral.

Já sobre Eduardo Bolsonaro, Paulo Eduardo Lopes, um de seus funcionários, foi identificado como um dos mais importantes administradores da rede. Paulo Chuchu, como também é conhecido, é líder do partido Aliança pelo Brasil na cidade de São Bernardo do Campo. Em sua conta pessoal, Chuchu afirma que trabalha com a família Bolsonaro há cinco anos.

Essa ação do Facebook e DRFLab é inédita no Brasil e exigiu a colaboração de pesquisadores associados na América Latina. O relatório completo da investigação é público e pode ser conferido na página da Medium da DRFLab (somente em inglês).

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