Novo estudo detecta ‘sinfonia’ na atmosfera terrestre

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Uma vibração contínua que produz um som musical agradável em tons graves e agudos foi detectada na atmosfera terrestre por cientistas da Universidade de Quioto e da Universidade do Havaí, que, em publicação no periódico Journal of the Atmospheric Sciences, confirmaram teorias desenvolvidas nos últimos séculos.

A composição se dá na forma de ondas de pressão atmosférica em larga escala que circundam o globo, viajando pelo Equador tanto na direção de Leste-Oeste quanto do Oeste para o Leste. Infelizmente, não é possível ouvi-las, mas cada uma dessas ondas é análoga a um dos sons ressonantes de um sino.

Terra possui sinfonia atmosférica única.Terra possui sinfonia atmosférica única.Fonte:  Pixabay 

Desde o início do século 19, pesquisadores já desconfiavam desse tipo de fenômeno, sendo que o físico e matemático francês Pierre-Simon Laplace foi o primeiro a sugerir a hipótese. A ideia, então, foi refinada com o passar do tempo, levando a previsões detalhadas das ocorrências – sem, entretanto, chegar à confirmação. Agora, tudo mudou.

Sinfonia da natureza

Takatoshi Sakazaki, professor assistente da Escola de Ciências da Universidade de Kyoto, e Kevin Hamilton, professor emérito do Departamento de Ciências Atmosféricas e do Centro Internacional de Pesquisas do Pacífico da Universidade do Havaí, apresentaram, em seu estudo, uma análise aprofundada da pressão atmosférica observada no planeta a cada hora durante 38 anos, revelando a presença de dezenas de modos de onda já imaginados.

Focando particularmente em manifestações com períodos entre duas e 33 horas que viajam horizontalmente e se movem a grandes velocidades (mais de 1.100 km/h), foi definido um padrão de alta e baixa pressão, associado à propagação delas, semelhante ao de um tabuleiro de jogo de damas. Ainda assim, o trabalho não foi finalizado.

Esquema de propagação das ondas.Esquema de propagação das ondas.Fonte:  Reprodução 

“A identificação de tantos modos em dados reais atesta que a atmosfera realmente toca como um sino. Isso finalmente resolve um problema antigo e clássico da Ciência, mas também abre uma nova perspectiva de pesquisa para entender os processos que excitam as ondas e aqueles que atuam para amortecê-las”, explica Kevin Hamilton.

De qualquer forma, Sakazaki vê na conquista motivos de sobra para comemorar: “É incrível observar a validação completa da teoria de Laplace e de outros físicos pioneiros depois de dois séculos.”

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