O ato de reciclar é uma forma relativamente simples de ajudar a cuidar do meio ambiente, porém é preciso ser feio corretamente. Alguns itens não podem ser tratados como lixo comum, como no caso das baterias de íon-lítio, que são utilizadas para alimentar diversos aparelhos eletrônicos do nosso cotidiano. A falta de descarte correto desses objetos tem causado problemas em diversos centros de reciclagem, a ponto de receberem um apelido interessante: “baterias zumbis”.
Causadoras de incêndios
No início de outubro, os funcionários de um destes locais em Smallmead, na Inglaterra, passaram por um grande susto quando fumaça começou a ser expelida de uma das máquinas de classificação.
Graças a resposta rápida do corpo de bombeiros e o auxílio dos trabalhadores, os resultados não foram catastróficos, pois as chamas poderiam ter se espalhado facilmente pelas esteiras transportadoras, se alimentando de todo plástico, papel e papelão presentes ali.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)Fonte: Pixabay
Ocorrências assim não são incomuns em instalações deste tipo, pois não há como controlar o que as pessoas colocam em suas lixeiras. Procurando uma forma de solucionar este problema, a Associação de Serviços Ambientais (ESA), do Reino Unido, criou uma campanha chamada Take Charge, para incentivar que estes artigos sejam desprezados de forma correta.
“Infelizmente, a maioria das baterias descartadas no Reino Unido no momento não são colocadas nas lixeiras de reciclagem adequadas. Os incêndios causados por estes atos colocam vidas em perigo, causam milhões de libras de danos e interrompem os serviços”, explicou Jacob Hayler, diretor executivo da ESA.
Grande ameaça
Estes itens de íon-lítio se tornaram uma ameaça crescente, com dados da associação apontando que entre abril de 2019 e março de 2020, eles podem ter sido responsáveis por cerca de 250 incêndios em pontos de saneamento no Reino Unido, um aumento de 13% em comparação com os números do ano passado.
Com isso em mente, Paul Christensen, professor de eletroquímica na Universidade de Newcastle, realizou experimentos danificando deliberadamente estas fontes de energia para fazê-las explodir, uma forma de ajudar os bombeiros a combater os incêndios causados pelas baterias.
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Christensen afirmou que são muito estáveis em condições normais, mas ao serem perfuradas, podem criar chamas semelhantes à de um foguete. Ele também comentou que sua maior preocupação são aquelas instaladas em carros elétricos, principalmente no caso de acidentes.
“Um veículo elétrico queima por muito mais tempo do que um de combustão interna. Eles emitem gases potencialmente explosivos e tóxicos. O fogo pode reacender horas, dias ou semanas após o incidente”, disse o professor.
Recicle com consciência
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Enquanto governos de todo o mundo tomam medidas para controlar os problemas causados por estes produtos, a indústria de resíduos do Reino Unido pede que seus habitantes sejam mais cuidadosos com a forma que jogam seu lixo fora, um apelo que na verdade vale para todos nós.
“Pedimos aos consumidores que reciclem suas baterias de forma responsável, usando pontos em lojas e centros especializados, ou através da coleta separada, se ela estiver disponível”, comentou Hayler.
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