Resident Alien é uma série do SyFy que você provavelmente nem iria perceber se eu não tivesse avisado. A premissa é bobinha toda vida, um alien vai parar em uma cidadezinha do interior dos EUA, e tem que viver disfarçado. Você já viu isso em Star Trek, em Além da Imaginação, em Alf, American Dad, ET… a idéia e suas variações são pra lá de batidas.
(Crédito: Divulgação)
Apesar disso tudo, Resident Alien funciona, e funciona muito bem, revigorando a premissa batida com uma série de boas idéias e decisões de roteiro e elenco.
Primeiro de tudo, a série é estrelada por Alan Tudyk, e se você não ligou o nome à pessoa, tudo bem. Ele fez o Dutch, em Transformers, foi o Wash e Firefly e é o Sr Ninguém em Patrulha do Destino. Alan Tudyk também é conhecido por dublar dois robôs bem famosos, Sonny, em Eu Robô. E K-2SO em Rogue One.
Tudyk é um dublador extremamente talentoso, e tem aquela expressão neutra, que olhamos e não sabemos o que vai acontecer em seguida. O que é perfeito para o papel do Dr. Harry Vanderspeigle, um médico meio eremita que vive isolado nos arredores de Patience, Colorado. Quando sua nave cai, Tudyk procura abrigo, encontra o médico e o mata sem a menor misericórdia, atirando seu corpo no lago congelado.
Eu falei que Resident Alien é uma comédia?
Alan Tudyk é um tesouro nacional (Crédito: Divulgação)
Tudyk passa algumas semanas enfurnado na casa do médico, depois de assumir sua forma, e aprende tudo sobre a Humanidade assistindo TV, principalmente Lei e Ordem. Sua tranquilidade é interrompida quando o xerife, que atende pelo nome de Big Black (mas apesar da insistência ninguém o chama assim) vai até o Dr Vanderspeigle pedir sua ajuda em uma necrópsia; alguém aparentemente matou o médico da cidade. Tudyk acaba sendo forçado a assumir o emprego do falecido, e cuida dos humanos, que ele mal conhece.
Como ele é um alienígena imensamente mais evoluído, ele mal nos considera uma espécie inteligente, na escala deles humanos são mais burros que lagartos, mas isso não impede que as clássicas cenas de choque cultural ocorram.
Coitado, esse moleque sofre. (Crédito: Divulgação)
Em Resident Alien o alien se metamorfoseia em humano, mas seu rosto ainda é de alienígena. Uma espécie de indução psíquica faz com que Alan Tudyk seja visto como humano, exceto por um garoto que por uma predisposição genética é imune. A solução do alien? “eu preciso matar esse moleque”.
Eu falei que Resident Alien é uma comédia?
Entre infanticídio e sua missão original, que rima com… droga, preciso de uma rima para Genocídio o alien se afeiçoa a alguns humanos, mas não é um arco de redenção, eles os vê como uma espécie de bicho de estimação.
Resident Alien foge da trope do alien bonzinho que quer ajudar a Humanidade, e também foge do alien malvado preparando uma invasão. Pelo pouco que a série já deixou saber, os aliens não querem nada com a gente, eles nos desprezam e nos reconhecem como um problema que poderá incomodar no futuro, por isso devemos ser exterminados.
Isso é, se Alan Tudyk conseguir achar a bomba que perdeu quando sua nave caiu.
A série consegue mostrar a Humanidade por uma perspectiva alienígena, e é muito legal compartilhar o choque cultural do personagem, nas cenas de comédia E nas cenas de drama, aonde nosso lado negro aflora, e é muito mais feio quando visto pelos olhos de quem está de fora.
Antes que você pergunte, não, Resident Alien não é uma série cheia de efeitos especiais e navinha pewpewpew, não vai mudar a história da TV, nem unir todas as tribos. É apenas uma idéia boa, bem executada e produzida com um orçamento pobre mas limpinho.
A série é baseada em uma história em quadrinhos de Peter Hogan, que vem sendo publicada pela Dark Horse Comics desde 2012 e já está na 5a minisérie.
A crítica e o público parece que aprovaram a série de TV, no Rotten Tomatoes Resident Alien está com 93% e 89% de aprovação de crítica e público, respectivamente.
A série estréia no SyFy Brasil dia 15 de Fevereiro.
Cotação:
4/5 Dedos do ET, que se for o Alan Tudyk, eu recomendo ao garoto que corra, muito.
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