Sinais indicam presença de planeta escaldante próximo à estrela Vega

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Sinais identificados por astrônomos do Observatório Fred Lawrence Whipple, localizado no Arizona, Estados Unidos, sugerem que uma das estrelas mais brilhantes do céu pode hospedar um dos planetas mais escaldantes já detectados pela humanidade. Detalhes da descoberta foram publicados na revista Astronomical Journal.

De acordo com as informações, “escondidas” em meio a 10 anos de dados levantados nas instalações, trata-se de um gigante gasoso, com tamanho estimado entre o de Netuno e Júpiter, cuja órbita está mais próxima de sua estrela que a de Mercúrio ao redor do Sol.

Além disso, um ano por lá equivale a menos de três dias terrestres, e a temperatura média do ambiente, supõem os cientistas, é de quase 3 mil graus Celsius. Nela, ferro se transforma em gás e a vida como conhecemos, definitivamente, não prospera.

Mais do que apenas trazer à comunidade científica um único objeto espacial, a novidade servirá de trampolim para novos achados relacionados ao sistema massivo em que ele se encontra, muito maior que o Sistema Solar, e que digam respeito a outras tantas vizinhanças espalhadas pela galáxia.

“Deve haver outros planetas por lá. Precisamos apenas entender de que forma podemos enxergá-los”, explica Spencer Hurt, líder do estudo.

3 mil graus CelsiusSob uma temperatura de quase 3 mil graus Celsius, protetor solar algum faz efeito.

O essencial é invisível aos olhos

Se, por um lado, o desafio é grande, Vega, por outro, faz questão de se exibir a habitantes da Terra inclusive durante o crepúsculo, antes mesmo de outros astros surgirem. Situada na constelação de Lira, sua distância daqui é um fator que também não atrapalha o espetáculo que proporciona, já que 25 anos-luz, aliados ao dobro da massa do Sol que possui, é um “pulo” em termos cósmicos.

Por fim, outros desafios se impõem aos pesquisadores, como o fato de que, sendo uma estrela do tipo A, gira rápido demais em torno de seu eixo, um processo que leva 16 horas entre um ciclo e outro, dificultando a coleta de dados precisos. Tanto é que há muito trabalho pela frente para que a equipe confirme haver, de fato, um planeta por lá.

“Seria incrível encontrar um planeta ao redor de Vega porque ele oferece a possibilidade de estabelecermos um método de detecção que planetas ao redor de estrelas mais fracas não forneceriam”, sonha Samuel Quinn, coautor da pesquisa, o que não impede que experiências únicas se mantenham a todo vapor.

“Toda vez que saio, olho para o céu e vejo Vega, digo: ‘Nossa! Conheço essa estrela!'”, finaliza Spencer.

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