Sua viking preferida irá até à Irlanda do século IX, um local rico em poder, com disputas políticas, religiosas e muito espaço para expandir seus postos comerciais. Ah, e não poderia faltar algo místico, como os druidas.
Este é o pano de fundo que envolve o DLC Wrath of the Druids, que chega esta semana para Assassin’s Creed: Valhalla. Se você curtiu a aventura principal, com todas as suas nuances e guerreiros vikings, é bom ficar de olho nesta grande adição.
Vamos para Dublin?
Antes de tudo, vamos explicar como você faz para acessar este DLC. É necessário que seu barco viking já tenha ido rumo à Inglaterra. Depois de construir seu assentamento em Ravensthorpe, o jogador precisa criar uma aliança com as regiões vizinhas, no meu caso, Cambridge.
Após comprar o DLC e instalá-lo, basta ir para as docas de Ravensthorpe para conhecer uma mercadora do oriente médio, chamada Azara. Será necessário cumprir alguns objetivos, como construir um posto comercial e liberar as rotas das mercadorias para se ter acesso à Irlanda.
DLC não traz grandes novidades frente ao gameplay conhecido em AC: Valhalla. Porém, se é possível dar destaque para algo, ele fica a cargo dos contratos comerciais. Depois que for estabelecida a rota com Dublin, na Irlanda, você poderá trocar itens raros, encontrados em incursões feitas em acampamentos e monastérios.
Entre os artefatos que podem ser adquiridos estão souvenirs para o seu assentamento e até equipamentos valiosos para a sua aventura, como um arco e flecha, uma bota nova, ou até mesmo um novo elmo. Tudo pode ser realizado no posto comercial que Azara abriu em Dublin.
Hora de enriquecer
Além disso, é possível abrir diversos postos comerciais ao longo da Irlanda, para fortalecer os seus laços no país e captar mais dinheiro. Portanto, prepare-se para incursões em diversos locais inóspitos da antiga região celta.
Depois de muitos problemas de otimização desde que o jogo foi lançado, a situação melhorou bastante. Mesmo assim, ainda é possível reparar algumas quedas de rendimento, ao se jogar em 4K e 60 frames por segundo. Isto ocorre mesmo utilizando um computador com uma placa de vídeo RTX 2080 TI e um processador Intel Core i9-9900. A situação se repete um pouco menos quando baixamos a resolução para 1080p.
O jogo aparenta estar mais colorido, realçando a vivacidade presente entre os celtas irlandeses. A região sempre foi conhecida por ter muitos nevoeiros, os famosos fogs, e muita, muita chuva.
O DLC mostra isto claramente, deixando a visão bem acinzentada em certos momentos, contrapondo o colorido do povoado. Algo que já está enraizado na cultura deles. Inclusive, entre a colcha de retalhos da aventura, você vai perceber muitos elementos da mitologia irlandesa, como os druidas.
A aventura também traz muitos elementos da principal deusa celta, que possui o nome Danu. Não vou entrar em detalhes para evitar possíveis spoilers, mas será necessário desvendar diversos segredos sobre tudo que a envolve. O arco principal inclui 4 novos personagens. Azara, como já disse, Bardi, o primo de Eivor, a bela Ciara, que é uma musicista, e o rei Flann.
Grande parte de suas missões na Irlanda estão relacionadas ao conflito de interesse existente entre seu primo Bardi e o rei Flann. Bardi, que comanda Dublin, quer se tornar da confiança do rei. Só que para isto precisará realizar algumas tarefas para Flann. É aqui que Eivor surge, para ajudar seu primo.
É aqui também que o jogo ganha uma esfera interessante, já que ela envolve as religiões de uma forma magistral, mostrando como elas foram importantes para o desenvolvimento das terras no passado.
Religioso ou não?
Podemos dividi-las em 3: os cristãos, os pagãos e os druidas. Os druidas também podem ser considerados pagãos, mas eu os dividi para separarmos eles dos vikings. Fiz isto pois houve uma relação interessante entre os nórdicos e os cristãos.
Tudo devido a Bardi, o primo de Eivor, que é um viking inteligente e percebe que combater os cristãos não é a melhor solução para o seu futuro reinado. Neste momento ele incorpora características de Cristo à sua personalidade, como forma de ser aceito na sociedade irlandesa.
Os contrapontos com Eivor começam a se tornar mais notórios, pois para ela, poupar um adversário é o mesmo que dar uma chance para o inimigo num futuro próximo. Porém, Bardi acredita que o perdão pode fortalecê-lo, tornando a religião um grande ponto de reflexão entre as culturas envolvidas.
Outra novidade em Wrath of the Druids é o combate contra os druidas. Eles realmente dão medo. São gigantes, possuem armas mortais e foram muito bem retratados ao longo desta aventura. Vale destacar que é aconselhável que você esteja no nível 55 com seu personagem para invadir as terras irlandesas.
No DLC será possível mudar as dificuldades de exploração, combate e stealth, como forma de tornar o desafio mais agradável. Além disso, todo o enredo foi traduzido e dublado para o Português.
Wrath of the Druids incorpora cerca de 20 horas ao jogo principal. Geralmente, o jogador gastará 13 horas para terminar o arco principal e 7 horas para os adjacentes, o que acrescenta em muito o tempo de jogo.
Vale a pena?
Se você curtiu Assassin’s Creed: Valhalla, Wrath of the Druids é essencial. Primeiro porque prolonga sua aventura no jogo, segundo por trazer uma cultura nova a todo enredo bem trabalhado.
O trabalho gráfico está impecável e, por mais que as novas inserções não tragam uma nova jogabilidade, a história te prende de forma especial, como foi no jogo original.
Nota: 85
Pontos positivos:
- Reflexão religiosa
- Gráficos
- Tempo de aventura: 20h
Pontos negativos:
- Poucas novidades
- Otimização segue com problemas
Será que vale a pena ser pagão?
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