Elon Musk anuncia o robô humanóide Tesla Bot

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Tesla Bot foi a cereja do bolo, o momento “One more thing” no final do já excelente Tesla AI Day, evento no qual a Tesla apresentou um pouco de suas soluções de inteligência artificial para navegação autônoma, mas o que é um carro autônomo diante de um robô humanóide?

Tesla Bot, mas pode chamar de Mestre (Crédito: Tesla)

Nós humanos somos paradoxais; temos profundo preconceito com qualquer tipo de Inteligência Artificial que não seja antropomórfica. Em Guerra nas Estrelas todo mundo sabe que o R2D2 é muito mais inteligente, e que a única função do C3PO é provar que robôs têm gênero, e é armazenado em FLOAT, não em INT, mas é ele que todo mundo pensa quando imagina “robô”.

Quanto mais próximos de formas instintivamente familiares, mais levamos a sério os robôs. Se ao invés de ser tudo interno, os Teslas tivessem seu sistema de direção na forma de um robô humanóide controlando o volante, todo mundo estaria soltando foguetes.

Um é um robô, o outro se estiver parado você vai procurar o pedal pra abrir a tampa e jogar o lixo. (Crédito: Lucasfim/ Disney)

Então, por qual motivo não temos um monte de robôs por aí?

A rigor até temos, só não percebemos, robôs estão em fábricas, em elevadores, em carros e na Alexa e no Google Home (você não mais, Cortana). A diferença é que Elon Musk prometeu um robô antropomórfico de verdade, com aparência e capacidades de robôs de ficção científica.

Segundo ele o Tesla Bot terá 1m72cm de altura, pesará 56Kg, conseguirá levantar 150Kg e se moverá a 8Km/h, para podermos fugir se ele se revoltar. (sério)

A idéia é que o robô seja usado em tarefas entediantes e repetitivas, além de ajudar em fainas do dia-a-dia, como ir no mercado comprar mantimentos.

Obviamente ele não está falando de inteligência artificial hard, o Tesla Bot não será mais senciente do que uma torradeira, mas sejamos realistas: PRECISA? Um robô não precisa entender o Sentido da Vida para trazer uma cerveja ou pedir uma pizza e ir no portão buscar. A primeira parte seu telefone já faz, ao menos na Civilização.

Não que eu seja contra robôs humanóides… (Crédito: SyFy)

Os roboticistas, claro, se levantaram em peso contra o Tesla Bot, com argumentos muito bons, válidos e que lembram muito os argumentos que provavam que a Tesla jamais conseguiria popularizar carros elétricos, e que pousar foguetes é bobagem.

O principal argumento é que nunca foi feito antes, e a regra é clara: Nada pode ser feito pela primeira vez.

Eles apontam que nenhum laboratório de pesquisa robótica chegou sequer perto de um robô humanóide, o mais ágil, o Atlas da Boston Dynamics ainda é um trambolho, mas se formos pensar, o problema é que são laboratórios. A Boston Dynamics tem 30 anos de idade e seu primeiro produto comercial de verdade, o cachorro-robô Spot, só foi comercializado em 2019, e em regime de leasing.

Quando você vive de receber verbas de pesquisa e de investidores, sem compromisso de produzir um produto comercial, você pode se dar ao luxo de ignorar detalhes como praticidade e miniaturização. Os robôs da Boston Dynamics lembram os carros elétricos pré-Tesla; no papel eram avançados, mas com zero otimização e adequação mercadológica.

Carro elétrico dos Anos 70. Por que será que não vendia? Provavelmente alguma conspiração.. (Crédito: Reprodução Internet)

Elon Musk está apostando na expertise dos engenheiros da Tesla e na experiência deles com atuadores e Inteligência Artificial. A rigor irão usar os softwares de navegação dos Teslas para treinar os robôs para se deslocarem no ambiente humano, subindo escadas, andando em elevadores, abrindo portas e paquerando a secadora de roupas.

A Necessidade do Tesla Bot Humanóide

A forma humana, e nem falo só da minha, está longe de ser prática e elegante, somos o resultado de uma longa pilha de gambiarras evolucionárias, durante as quais perdemos uma utilíssima cauda preênsil, orelhas direcionais, garras retráteis e o essencial báculo. Seríamos muito mais eficientes com pés com a destreza dos chimpanzés, que viram quase duas outras mãos.

A lógica seria criar robôs sem essas deficiências, mas na prática um robô cheio de tentáculos não seria tão útil. Fora de hentais, é impossível abrir um sutiã com tentáculos. Nossas ferramentas, objetos do dia-a-dia, nossa arquitetura é toda voltada para humanos bípedes com dois braços e duas mãos.

Qual faz mais sentido: Criar um formato de robô do zero e lidar com todas as gambiarras necessárias pra que ele se encaixe no nosso mundo, ou criar um robô humanóide plenamente adaptado para o mundo?

Só pra lembrar, o R2D2 não andaria 10 metros no mundo real, com desníveis, tapetes, escadas e similares.

As Mãos do Tesla Bot

Segundo Elon Musk o Tesla Bot terá 40 atuadores eletromagnéticos, ao invés dos hidráulicos do Atlas. Será 12 nos braços, dois no pescoço, dois no torso, 12 nas pernas e 12 nas mãos. As mãos terão “nível humano”, outra coisa que deixou o pessoal do r/robotics indignado.

Dizem eles que é um problema complexo demais criar mãos robóticas capazes do mesmo nível de destreza de um humano. Eu humildemente discordo. Não que eu seja exemplo pra alguma coisa, mas esta demonstração no Open AI de u’a mão robótica resolvendo um Cubo Mágico mostra que a tecnologia existe.

Em verdade essa mão já me superou faz tempo, eu não consigo resolver um cubo mágico nem com duas mãos, dois pés e minha cauda preênsil imaginária.

A Realidade

Musk prometeu um protótipo até o final do ano que vem. Pode ser que ele consiga. Muita gente duvida, e com razão. Não estamos falando de uma tarefa complicada, mas de dezenas, na verdade centenas. Comparativamente dirigir um carro é muito simples, mesmo pilotar aviões.

Em 2019 a Garmin apresentou um projeto secreto impressionante: Um sistema de piloto automático de emergência que com o apertar de um botão assume o controle, determina o aeroporto mais próximo, avisar por rádio que há uma situação de emergência, e pousa o avião.

O segredo? Tudo ocorre em um ambiente extremamente controlado por regras rígidas, o mundo da aviação. Isso é “fácil”. Complicado é você ensinar seu robô a lidar com um carrinho de supermercado com a roda presa. Complicado é você botar o robô para varrer o chão e parar se encontrar uma moeda ou um brinco.

Talvez o Tesla Bot seja bem menos funcional do que o esperado, talvez ele seja um idiota útil, péssimo de papo mas ótimo para trocar um pneu ou ajudar a carregar um sofá.

A certeza é que a proposta da Tesla, que por enquanto se resume a alguns slides e uma apresentação RIDÍCULA de uma dançarina vestida de roboa (robô tem gênero? Já esqueci), deixou milhares e milhares de engenheiros e roboticistas incomodados.

A gracinha pode ser vista do ponto 2h05’15” em diante

Sem-querer querendo, pode ser o empurrão, o chute no traseiro que a robótica estava precisando. Funcionou com carros elétricos, funcionou com foguetes. Se funcionar com robôs Elon Musk já pode pedir música no Fantástico.

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