Missão Chang’e-5 encontra indícios de atividade vulcânica recente na Lua

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Na quarta-feira (19), três artigos científicos foram publicados na revista científica Nature (veja os links no fim do texto) apresentando análises das amostras trazidas à Terra pela missão não-tripulada da China, a Chang’e-5, que pousou na Lua em dezembro de 2020. Essa foi a primeira missão da China com o retorno de amostras lunares, e a primeira do mundo em um período de 40 anos, desde o envio das missões Apollo (Estados Unidos) e da missão Luna 24 (União Soviética), que ocorreram nas décadas de 60 e 70.

A missão chinesa, bem-sucedida, preencheu uma importante lacuna temporal nas missões lunares e trouxe à Terra uma quantidade de cerca de 1,73 kg de material do solo e das rochas do satélite.

A região lunar em que a missão Chang’E-5 pousou foi uma das áreas ricas em rochas de basalto formada por erupções vulcânicas conhecida como Oceanus Procellarum — o Oceano das Tormentas — uma região de cinza escuro no canto noroeste da Lua bastante propícia para obter informações sobre a sua atividade térmica. De fato, os resultados obtidos com as análises destas amostras apresentaram novos indícios sobre aspectos importantes da evolução geológica e geoquímica da Lua: as quantidades de rochas vulcânicas trazidas tornaram-se as amostras lunares mais recentes a serem datadas de forma direta, sendo as rochas mais jovens conhecidas até então, com cerca de 2 bilhões de anos. Essas amostras são muito mais jovens do que aquelas retornadas com os astronautas das missões Apollo da NASA, que variavam em idade entre cerca de 3,1 e 4,4 bilhões de anos.

Panorama da superfície lunar vista pela Chang'e-5Panorama da superfície lunar vista pela Chang’e-5Fonte:  Planetary Society/CNSA/CLEP 

Datações prévias de amostras lunares sugerem que a maior parte da atividade vulcânica lunar teve fim em algum momento por volta de 2,9 e 2,8 bilhões de anos atrás. Um outro método alternativo para a estimativa de idade das superfícies planetárias, caracterizado pela cronologia de contagem de crateras, prevê que a Lua pode ter possuído fluxos vulcânicos que perduraram por volta dos últimos 3 bilhões a 1 bilhão de anos, e sugerem que o vulcanismo pode ter persistido por um período ainda mais longo.

No estudo, conduzido principalmente por uma equipe de pesquisa do Instituto de Geologia e Geofísica (IGG) da Academia Chinesa de Ciências (CAS), foram apresentados, em uma série de três artigos, a datação dessas rochas e como elas estendem a vida do vulcanismo lunar em cerca de 800 a 900 milhões de anos em relação ao que era anteriormente conhecido pelos pesquisadores, além de revelar como a composição e o conteúdo de água da Lua mudaram ao longo do tempo.

Equipe da missão Chang'e-5 retira cuidadosamente as amostras lunares trazidas de volta à TerraEquipe da missão Chang’e-5 retira cuidadosamente as amostras lunares trazidas de volta à TerraFonte:  Planetary Society/ Fu Yifei / Science and Technology Daily 

No primeiro artigo, as datações das rochas basálticas estimadas pelo pesquisador Xian-Hua Li e colaboradores foram estimadas com alta precisão e antecipam o tempo em que o interior da Lua ainda estava evoluindo de cerca de 4 bilhões de anos para apenas 2 bilhões de anos atrás. Em um segundo artigo separado, Sen Hu e colaboradores analisaram a composição da água das amostras de basalto e verificaram que elas continham menos água do que as amostras de regiões de vulcanismo mais antigo, sugerindo que a fonte destes basaltos mais jovens ficou desidratada durante a atividade vulcânica prolongada.

Por fim, no terceiro artigo de autoria de Wei Yang e colegas, é apresentado que a região de origem dos basaltos jovens parece ter contido níveis mais baixos de elementos que produzem calor do que a quantidade esperada, o que implica que a Lua pode ter esfriado mais lentamente do que se pensava.

A continuidade da análise de amostras de rochas lunares, principalmente estas que se formaram relativamente no final da história da Lua, permitirão aos cientistas conhecer a história da origem e da evolução no nosso satélite natural, bem como ajudar a entender como a Terra e os outros planetas em nosso Sistema Solar evoluíram.

ARTIGOS Nature: doi.org/10.1038/s41586-021-04107-9; doi.org/10.1038/s41586-021-04100-2 e doi.org/10.1038/s41586-021-04119-5

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