Análise de Unpacking | Voxel

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Na década de 1990, era incomum ver jogos que fugiam do padrão de gêneros como plataforma, luta, hack and slash e beat ‘em up, então foi um alívio descobrir que um título como Harvest Moon poderia existir naqueles tempos. Cuidar de uma fazenda, plantar sementes, criar animais e formar amizades não era nada parecido com o que a gente estava acostumado e talvez por isso tenha sido um verdadeiro sopro de ar fresco na indústria. E esse também foi um caminho sem volta para muitos jogadores que se sentiam saturados e passaram a se interessar por games cada vez mais diferentes e criativos.

Mesmo que a gente não veja grandes títulos AAA saindo da zona de conforto hoje, sempre dá para contar com os estúdios independentes para ter a sensação que um mero jogo de fazendinha provocou há 25 anos. Um dos exemplos mais recentes disso é Unpacking, cuja premissa é desempacotar os pertences depois de uma mudança e organizar os itens pelos cômodos da nova casa. Apesar de parecer algo simples, não demora muito para ver que complexidade, jogabilidade divertida e narrativa emocionante não precisam de tantos artifícios distrativos e podem só depender de uma boa ideia bem-executada.

Uma caixa de surpresas

Unpacking não é o tipo de jogo que conta com rodeios, então logo de cara o jogador é recebido em um quarto com algumas caixas no chão que precisam ser abertas. Não há qualquer aviso ou texto dando informação sobre quem é a personagem, então depende-se totalmente do contexto do cômodo e dos objetos encontrados para preencher esses detalhes.

Por isso, logo fica claro que a protagonista é uma criança tentando organizar seus brinquedos em um espaço meio apertado. A partir disso, a criatividade reina em grande parte do tempo. É possível colocar a maioria dos itens onde bem entender, com a exceção de certos objetos que precisam ficar em compartimentos específicos, como é o caso de um diário que deve ficar escondido em uma gaveta.

As primeiras fases ensinam as principais mecânicas sem interromper seu gameplayAs primeiras fases ensinam as principais mecânicas sem interromper a gameplay.Fonte:  Witch Beam/Divulgação 

Com o trabalho de organização feito, o player é levado para a próxima residência da mesma personagem, sempre depois de um bom tempo desde a última vez. O resultado é salvo de forma bem especial em um álbum de fotos que marca os anos dessas mudanças, realizadas entre 1997 e 2018.

Desempacotando uma vida

Em cada casa nova, o jogador descobre cômodos e objetos, mas nem sempre encontra um local totalmente livre, afinal a protagonista acaba dividindo a residência com pessoas que já têm os próprios móveis espalhados pelo local. O interessante é que a sutileza da narrativa continua ao longo de todos os anos com a personagem, mas é possível entender exatamente o que está acontecendo em cada momento da vida dela, sejam novidades boas, sejam ruins.

Com a adição de novos espaços, como banheiros, cozinhas e salas, o dever de desempacotar e organizar também fica mais complexo. É totalmente natural encontrar objetos como um papel higiênico nas caixas de pratos e talheres, por exemplo, então é preciso ficar indo e voltando entre os cômodos para colocar tudo no local certo. Isso é algo que certos jogadores podem achar irritante, assim como o fato de que dá para passar algum tempo sem saber onde o jogo quer que você coloque objetos específicos, algo que acontece demais na cozinha e no banheiro.

Nem sempre será possível ter o espaço só pra sua protagonista, ainda mais quando morar com outras pessoasNem sempre será possível ter o espaço só para a protagonista, ainda mais quando ela morar com outras pessoas.Fonte:  Witch Beam/Divulgação 

Até há uma opção de acessibilidade que permite deixar os objetos em qualquer lugar, mas vale dizer que a necessidade de colocar alguns itens em lugares específicos é uma das formas de o jogo contar a história de forma mais efetiva e natural. Isso fica bem óbvio quando é preciso esconder certos itens em uma seção mais avançada do game, por mais que demore alguns minutinhos para entender que é aquilo que deve realmente ser feito.

Nostalgia embalada

Com apenas algumas horas de duração, Unpacking consegue envolver ao mesmo tempo que é muito relaxante, já que só exige clicar nas caixas para remover os itens e, então, decidir onde colocá-los. A trilha sonora e os visuais contribuem muito para essa experiência, que dá até uma sensação de nostalgia enquanto se desempacota a vida toda de alguém que é conhecido meramente por seus pertences pessoais.

De forma sutil, cada casa nova te diz exatamente o necessário sobre o que está acontecendo com a protagonistaDe forma sutil, cada casa nova diz o necessário sobre o que está acontecendo com a protagonista.Fonte:  Witch Beam/Divulgação 

Disponível nos consoles Xbox, Switch, PC e Game Pass, Unpacking tem seus pequenos defeitos aqui e ali, mas ainda é um daqueles jogos que aparecem surpreendentemente de vez em quando como um sopro de ar fresco para fazer a gente lembrar que jogos podem ser mais criativos e não precisam de tanto para serem divertidos.

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