Microsoft se arrepende por ter fechado a Lionhead

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Esta semana a Microsoft lançou o Power On: The Story of Xbox, documentário dividido em seis partes que fala sobre como a empresa entrou no mercado de consoles. Além de trazer muitas histórias que eu não conhecia, um dos pontos mais legais da produção é como as pessoas entrevistadas não tem receio de abordar os erros cometidos no processo e entre eles está o fatídico destino da Lionhead Studios.

Fable - Lionhead Studios

Crédito: Divulgação/Lionhead Studios

Fundada na Inglaterra em 1997 por Peter Molyneux, Steve Jackson, Mark Webley e Tim Rance, a desenvolvedora conquistou muitos admiradores já com a sua primeira criação, o excelente Black & White. Três anos depois seria a vez de um título que se tornaria uma das principais caras do primeiro Xbox, o Fable, fazendo deste um dos estúdios mais elogiados da época.

Já em 2005 eles colocariam dois novos jogos no mercado, o Black & White 2 e o The Movies, mas com o desempenho comercial de ambos tendo ficado abaixo do esperado, a Lionhead Studios viu as dívidas aumentarem e não teve outra saída que não fosse ser adquirida pela Gigante de Redmond.

O problema é que toda vez que uma grande empresa adquire uma desenvolvedora surge o temor de que intervenções descaracterizem o estúdio e foi justamente o que aconteceu ali. De acordo com um produtor que havia trabalhado para os ingleses, “a Microsoft realmente é uma destruidora de estúdios internos” e isso pôde ser visto ao longo dos anos, até que em março de 2016 veio o anúncio do cancelamento do Fable Legends e o fechamento não só da Lionhead, mas também de outra companhia que trabalhava naquele título, a Press Play Studios.


Fable: The Journey, o início do fim (Crédito: Divulgação/Lionhead Studios)

Eis que cinco anos depois, a gerente de publicações da divisão Xbox, Shannon Loftis aproveitou o documentário para lamentar a maneira como as coisas se desenrolaram com aquela desenvolvedora:

Um dos maiores erros com que aprendemos no passado foi a Lionhead. Nós já tínhamos publicado o Fable 1 e ele foi um sucesso, as pessoas adoraram. A beleza do jogo — ele era basicamente como um vitral em movimento. As pessoas queriam mais e então compramos a Lionhead. Aqueles foram bons anos, o jogo era ótimo, simplesmente tudo funcionou, mas após o Fable 2 o Kinect surgiu e o casamento Fable-Kinect nunca aconteceu. E então o Fable: The Journey foi um projeto apaixonado de muitas pessoas, mas acho que ele se desviou significativamente dos pilares do que fez do Fable 1 e 2 tão populares.

Loftis disse também que gostaria que o estúdio ainda fosse viável e por mais que seja muito tarde para lamentar, a situação pode ter deixado uma lição valiosa para a empresa. Segundo Sarah Bond, que atualmente responde como chefe de experiências e ecossistema da divisão Xbox, hoje eles conseguem olhar para o que aconteceu em 2016 e entender o que precisa ser feito para que o mesmo não aconteça com outras desenvolvedoras.

Especula-se inclusive que na época em que a Lionhead foi fechada, diversas empresas teriam demonstrado interesse em adquirir tanto o estúdio quanto a franquia Fable. Se isso realmente aconteceu, talvez nunca saibamos, mas o fato é que a Microsoft continua interessada em explorar a marca e isso se tornou oficial em 2020, quando a Playground Games confirmou estar trabalhando num novo capítulo.


Crédito: Divulgação/Lionhead Studios

Conhecida pela série Forza Horizon, a desenvolvedora foi fundada por ex-funcionários da Codemasters, Slightly Mad Studios, Bizarre Creations e Criterion Games, lá em 2010. A curiosidade é saber como eles se sairão em um título que não seja focado em corridas, mas uma coisa é certa, beleza não deverá faltar a este novo Fable, mesmo porque ele está sendo criado com a ForzaTech, engine que o estúdio já demonstrou dominar.

Contudo, tal desenvolvimento ainda deve estar longe de terminar e até que isso aconteça, poderemos ver se a Microsoft realmente aprendeu a lição deixada pelo fechamento do Lionhead Studios. Hoje a empresa conta com um portfólio invejável de estúdios e talvez ninguém poderia ter explicado melhor o sentido em comprar uma desenvolvedora do que Phil Spencer. Provavelmente se referindo ao erro que foi colocar os britânicos para criar um Fable para o Kinect, ele afirmou:

Você adquire um estúdio por aquilo no que eles são bons no momento. E o seu trabalho é ajudá-los a acelerar o que eles fazem, não eles acelerarem o que você faz.

Por tudo isso e por servir como um importante registro histórico da indústria de games em geral, eu não poderia recomendar mais o excelente Power On: The Story of Xbox. Abaixo você confere o primeiro episódio, com os demais estando na conta da marca no Youtube.

Fonte: Eurogamer



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