A estranha estratégia de guerra de dar munição ao inimigo

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Tecnicamente em guerra você envia munição para o inimigo através de um cano, um projétil de cada vez, mas no Vietnã os americanos experimentaram uma variação dessa técnica que era muito mais eficaz, afetando os vietcongues moral e fisicamente.

Screw you guys… (Crédito: DOD)

Uma das melhores formas de conseguir isso é fazer o inimigo perder confiança em seu equipamento. Ninguém quer ir pro combate com um tanque que quebra toda hora, aviões que caem sozinhos ou submarinos argentinos (too soon?).

Essa foi a base do plano criado pelo Coronel John K. Singlaub, que havia trabalhado na Segunda Guerra no OSS, a agência que antecedeu a CIA, e era responsável por todo tipo de plano mirabolante.

Coronel John K. Singlaub, no meio. (Crédito: Arquivo pessoal. Do Coronel, não meu)

O Coronel Singlaub, bom conhecedor de história militar, lembrou de uma técnica que os ingleses usaram em suas guerrinhas coloniais sujas em lugares como o Zimbabwe, na década de 1890, e viu que seria perfeita para aplicar na guerrinha suja atual.

Para entender a técnica, precisamos entender como funciona um cartucho de munição:

É bem simples: Você tem um corpo de bronze cheio de uma substância explosiva. Em uma ponta uma espoleta. Na outra um projétil. Quando um percursor atinge a espoleta, isso provoca uma reação no Fulminato de Mercúrio Hg(CNO)2 – dentro dela e ele explode, provocando então a detonação do explosivo secundário.

Cartucho Lugger 9mm (Crédiito: The Firearms Blog)

Como o cartucho está dentro de um cano de metal, ele não pode se expandir, então toda a energia da explosão é forçada contra o projétil, que é expelido em alta velocidade.

Aí eu pergunto: E se a gente trocasse o explosivo secundário, normalmente pólvora sem fumaça (nitrocelulose) por algo mais potente?

Eu digo beeem mais potente.

Foi isso que os ingleses fizeram, eles entregaram aos rebeldes cartuchos aonde a pólvora foi substituída por explosivos mais fortes, e o Coronel Singlaub planejou fazer o mesmo com os vietcongues.

Primeiro eles capturaram carregamentos de munição do inimigo, e alteraram sutilmente os cartuchos. Nunca muitos. Em várias caixas, eles no total incluíam UM cartucho com explosivos.

Depois disso, Forças Especiais identificavam depósitos de munição dos vietcongues escondidos na floresta. Cuidadosamente incluíam aquela uma única munição adulterada, e iam embora.

“De todas as armas no vasto arsenal soviético, nenhuma era mais lucrativa que o Avtomat Kalashnikova, modelo 1947. Mais conhecido como AK-47, ou Kalashnikov. É o fuzil de assalto mais popular do mundo. Uma arma que os combatentes amam. Uma amálgama elegantemente simples de alo forjado e compensado. Ele não quebra, engasga ou superaquece. Ele vai atirar se estiver coberto de lama ou cheio de areia.
É tão simples que até uma criança pode usar. E elas usam. Os soviéticos colocaram a arma em suas moedas. Moçambique, na bandeira. Desde o fim da Guerra Fria, o Kalashnikov se tornou ou maior produto de exportação dos russos. Depois dele vem a vodca, caviar e escritores suicidas. Uma coisa é certa: Ninguém está fazendo fila pra comprar os carros deles.” (Crédito: DOD)

Também costumavam deixar carregadores de AK-47 no meio da floresta, novamente com um único projétil maceteado, entre os outros legítimos.

A turma da Guerra Psicológica enquanto isso espalhava boatos de que as fábricas chinesas estavam produzindo armas defeituosas. Chegaram a falsificar documentos e mensagens, que eram deixadas nos campos de batalha, como se oficiais estivessem reclamando das munições.

A munição adulterada não era só de rifles, também foram produzidas munições calibre .50 para metralhadora (12 cartuchos entre os dois tipos) e 2000 projéteis de morteiros, com o detonador adulterado para explodir assim que o projétil fosse inserido no tubo, mais ou menos assim:

Para tornar a história mais convincente ainda, a rádio oficial das forças armadas (miss you Robin) começou a alertar aos soldados que não usassem armas do inimigo recolhidas no campo de batalha, pois havia o risco de serem defeituosas.

A operação, chamada Filho Mais Velho, durou entre 1968 e 1969, mas algum boca-mole contou para um jornalista, e a mídia tornou pública a marmotagem toda. Com o inimigo agora sabendo, a operação foi encerrada.

Mas não esquecida. Em 2012 o New York Times publicou que o governo da Síria estava usando a tática e deixando que munição adulterada caísse nas mãos dos rebeldes anti-governo.

Agora, a cereja do bolo: Os sírios explicaram que aprenderam o truque com os americanos, que faziam isso direto ao sabotar com projéteis explosivos a munição de terroristas no Iraque e Afeganistão.

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