Recentemente a corrente #aletradaspessoas ganhou o coração e as curtidas de muitos brasileiros no Facebook . Criada a partir do sentimento nostálgico de escrever à mão, a ideia é escrever um recado com papel e caneta e publicar um registro em foto com letra cursiva na rede social. Alguns usuários, porém, além da tradicional frase que acompanha a hashtag, estão compartilhando suas assinaturas pessoais – aquelas usadas em cheques, contratos e outros documentos impressos. O TechTudo consultou dois especialistas em segurança que explicam em detalhes se a prática pode ser perigosa. #aletradaspessoas: saiba como começou a corrente no Facebook A internauta Fani Amarante participou sem expor sua assinatura pessoal (Foto: Aline Jesus/Reprodução) Identificados pela hashtag #aletradaspessoas, os posts trazem a frase “uma coisa a gente não conhece mais: a letra das pessoas”, escrita à mão, conforme sugere a corrente. Além dela, há internautas que incluem nome de usuário de Twitter ou Instagram (@nomedeusuario) e também assinaturas e rubricas. Nelson Barbosa, especialista de Segurança da Informação da Symantec, afirma que a corrente atraiu muitos perfis nas redes sociais, mas o
fato de incluir a assinatura e outros dados pessoais podem trazer
riscos. “Com essas informações, um criminoso pode
contratar serviços, fazer compras ou se passar por essa pessoa em
diversos ambientes, em crimes de falsidade ideológica e estelionato”, disse. Já Fabio Assolini, analista sênior da Kaspersky Lab, acredita que a simples assinatura em um papel, depois de postada na Internet, por si só, não implica ataque de roubo de identidade. “Seria necessário algo a mais.
Mas esse fato pode ajudar, sim, um criminoso empenhado em aplicar o golpe”, alerta.
Sendo assim, alguém em posse de cheques roubados, por exemplo, poderia fazer uma cópia mais fiel de uma assinatura com uma simples consulta perfil de Instagram, Twitter ou Facebook da vítima. Um dado a mais Ainda de acordo com Assolini, em
ataques de roubo de identidade, em que os dados pessoais como CPF,
endereço e telefone são usados em golpes, os ladrões obtém esse tipo de informação em
base de dados vazadas ou roubadas, não só
de empresas como também de órgãos governamentais. “Os golpistas
raramente se preocupam com a assinatura real da vítima.
Com esses dados em mãos, aplicam os golpes, abrindo contas em
bancos e empresas de fachada. A
assinatura quase sempre é falsa, os golpistas não se preocupam em
forjá-la, simplesmente criam uma assinatura falsa”, explica.
Ainda de acordo com ele, “se a pessoa disponibiliza essa informação facilmente na Internet, é um dado pessoal
a mais que um criminoso pode lançar mão”. Porém, a informação sozinha seria insuficiente.
Como participar da corrente com segurança? Segundo Barbosa, da Symantec, é sempre bom ficar atento a possíveis vazamentos que possam complementar informações. O ideal é que não se coloque dados tão sensíveis em redes sociais. “Caso isso já tenha sido feito, será
necessário
remover a imagem da Internet e monitorar extensivamente o que é feito
em seu nome, seja a partir de seu CPF qualquer outro dado vazado”, alerta. Assolini, da Kaspersky, lembra que os usuários
não costumam ter noção do perigo ao expor dados pessoais demais na
Internet. “Isso
me lembra uma mania entre usuários do Instagram de tirar foto do
passaporte e postá-lo na rede social. Se a foto está bem nítida, sim,
isso possibilita a clonagem do passaporte”, recorda. “Outra mania perigosa entre
alguns usuários do Twitter é a de postar foto do novo
cartão de crédito. Só isso já basta para cloná-lo”, diz o especialista, que mostra fotos no microblog . A dica portanto é: Participe da brincadeira, mostra sua letra para os seus amigos, mas evite incluir sua assinatura pessoal no final. Na dúvida, é sempre melhor se prevenir do risco, do que remediar. Fique atento aos filtros de privacidade do post no Facebook, e do caráter público do Twitter e do Instagram. saiba mais Facebook conhece você melhor que seus amigos e família, diz pesquisa Facebook libera 17 opções de gênero no Brasil baseadas em grupos LGBT Facebook: 30 coisas que a rede social sabe sobre você