No fim do mês de setembro, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês) publicaram um estudo relatando uma nova inteligência artificial capaz de identificar a covid-19 pelo som da tosse de um paciente. Para realizá-lo, os cientistas “alimentaram” o algoritmo com dados obtidos a partir de pacientes já infectados com o coronavírus e obtiveram 98,5% de precisão nos resultados.
Segundo um dos coautores do projeto, Brian Subirana, o novo algoritmo consegue captar variações na tosse provocadas pela presença da covid-19 que são inaudíveis para humanos — foram utilizados cerca de 70 mil arquivos de áudios de pacientes tossindo, entre eles 2,5 mil com covid-19 confirmada, para treinar a IA. A tecnologia poderá ser utilizada em casos de testagem rápida, facilitando a triagem em casos de reabertura, bem como testagens em massa a fim de evitar possíveis surtos.
A IA apresentou 100% de precisão ao detectar a COVID-19 em pacientes assintomáticos. (Fonte: Pexels)Fonte: Pexels
De acordo com Calum Chace, especialista em IA, autor e ex-repórter da BBC, o novo algoritmo utiliza o mesmo princípio de ensinar uma máquina a identificar câncer a partir de imagens de raio-x: “É um exemplo de IA sendo útil. E, pela primeira vez, não vejo muitas desvantagens nisso,” comenta.
Embora outras entidades — como a Universidade de Cambridge, Universidade de Carnegie Mellon e a start-up Novoic, do Reino Unido — já estejam trabalhando em soluções similares, a pesquisa do MIT promete oferecer um resultado mais preciso e eficaz. Atualmente, o novo algoritmo espera aprovação regulamentar para ser traduzido em um aplicativo acessível para a população. Embora não substitua o teste tradicional, esta pode ser uma abordagem eficaz no combate à recente pandemia.
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