Alienware é processada por não cumprir promessa de notebook atualizável

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Em 2019 a Dell, através de sua subsidiária gamer Alienware, apresentou um produto curioso: o Area-51m, um “deskbook” (notebooks grandes e pesados de uso quase estático) que deveria ser o sucessor do 17 R4, que contava com um processador Intel para desktops e um módulo de GPU substituível, para a proposta de um laptop mais atualizável do que o normal, que só permite expandir a memória RAM e/ou trocar o HD/SSD, e olhe lá.

O produto, que além de estranho era extremamente caro (como tudo da Alienware, e isso antes da escalada louca do dólar) não vingou, e a Dell abandonou a proposta 16 meses depois, tendo desistido de fabricar mais módulos de GPU. Só que agora a empresa está sendo processada nos Estados Unidos por propaganda enganosa.

Alienware Area-51m, o super notebook da discórdia (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

Alienware Area-51m, o super notebook da discórdia (Crédito: Ronaldo Gogoni/Meio Bit)

O processo, aberto pelo reclamante Robert Felter e aberto na Corte Distrital do Norte da Califórnia (a mesma que está julgando o caso Apple vs. Epic Games), foi compartilhado com o site ExtremeTech. Para quem não lembra, o Area-51m foi apresentado na CES 2019 e chegou ao Brasil em fevereiro do mesmo ano, mirando no consumidor gamer que não abre mão de desktops, principalmente pela possibilidade de customização.

O notebook em questão era compatível com processadores Intel Coffee Lake de 9ª geração, ou seja, soquete LGA 1151 (atenção nesta parte). As configurações padrão suportam tanto o Core-i7 9700K, quanto o mais poderoso Core-i9 9900K, ambos com TDP de 95 W. Em tese ele poderia resistir ao Core-i9 9900KS, que gera 127 W, mas este não é ponto principal aqui.

O principal rolo se deu em volta do Dell Graphics Form Factor (DGFF), um módulo proprietário substituível que acomodaria a GPU do Area-51m, a princípio as versões para laptops das placas GeForce RTX 2070 e 2080 da Nvidia. A ideia era que com o tempo, o usuário poderia adquirir novos módulos conforme as fabricantes lançassem novas GPUs, no que a Alienware continuaria os produzindo.

Todos os materiais de propaganda em torno do super laptop se concentravam na “atualização sem precedentes” promovida pelo equipamento, que suportava até 64 GB de RAM DDR4 e tinha que ser alimentado por duas daquelas fontes gigantes que parecem tijolos, devido a exigência energética principalmente da CPU.

O que ninguém se atentou na época, e a Dell fez questão de não mencionar, era que o plano de atualização do Area-51m não era permanente. Ele dependeria da resposta do público, mas custando a partir de US$ 2 mil no lançamento, e tendo chegado no Brasil por a partir de R$ 18 mil, era evidente que nem todo mundo compraria a ideia.

O resultado foi o esperado, a Alienware desistiu da proposta 16 meses após o anúncio oficial. A geração introduzida em 2020 (e que custa a partir de R$ 28 mil no Brasil) já veio com o soquete LGA 1200, que suporta apenas processadores Comet Lake e Rocket Lake. Em verdade, rumores sobre o novo padrão já circulavam quando a Dell anunciou o primeiro modelo do deskbook, e quem adquiriu o modelo de 2019 ficou impedido de usar processadores mais novos.

Não obstante, a Dell mudou o discurso quanto ao upgrade do DGFF, que é pago nos EUA e claro, nunca foi lançado no Brasil (não dava para esperar nada diferente disso). Na época, a companhia declarou que os módulos “seriam compatíveis apenas com os modelos da geração em que foram lançados”, assim, as opções atuais que são a Nvidia GeForce RTX 2070 Super e a AMD Radeon RX 5700M, só são suportadas pelo modelo de 2020, com soquete LGA 1200.

Em resumo, quem adquiriu o modelo 2019 do Area-51m ficou a ver navios, pois não poderá adquirir novas GPUs compatíveis, e nem tem tantas opções de processadores disponíveis, visto que o LGA 1151 ficou para trás.

De acordo com o processo movido por Felter contra a Alienware/Dell, a campanha de marketing do Area-51m se concentrou completamente no fator de atualização do notebook, tendo iludido de consumidores a jornalistas, que fariam sua parte em publicar notas e reviews (aliás, vale um adendo: ao menos no Brasil ninguém conseguiu resenhá-lo, e eu tentei fazê-lo várias vezes), nunca tendo tocado na possibilidade de que talvez a ideia de upgrades pudesse ser revista, de acordo com a receptividade do público.

Para todos os fins e efeitos legais, a Dell se comprometeu no marketing do produto a fornecer a possibilidade irrestrita de upgrades de CPU e GPU, mesmo considerando que o LGA 1151 estava chegando ao fim da linha, pois as OEMs costumam receber tal informação com antecedência, a fim de alinhar seus projetos com as atualizações dos processadores.

Basicamente, a Dell se aproveitou do desejo antigo de consumidores de laptops tinham de possuir um produto que pudesse ser verdadeiramente atualizável, ao lançar um gadget que suporta upgrades nos seus próprios termos, separado por gerações de processadores e limitando a compatibilidade das GPUs.

Embora a ideia do Alienware Area-51m fosse boa no papel, há um motivo do por que laptops em geral não suportarem atualizações mais profundas do que armazenamento e RAM (você não, Apple), e um delas é justamente prometer algo e não cumprir, porque o projeto se revelou pouco lucrativo. Agora, que a Dell se vire nos tribunais.

Fonte: ExtremeTech

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