Mais de 140 mil motoristas de entrega da Amazon vão receber US$ 60 milhões em gorjetas que teriam sido retidas ilegalmente pela empresa entre 2016 e 2019. Os pagamentos começaram a ser feitos pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) na terça-feira (2).
Segundo a agência federal americana, que aplicou multa à gigante varejista no início do ano, o repasse inclui a distribuição de 139.501 cheques e 1.621 pagamentos via PayPal. O dinheiro, equivalente a R$ 336 milhões pela cotação atual, é destinado aos motoristas que tiveram mais de US$ 5 em gorjetas não pagas.
Ainda conforme o FTC, o reembolso médio para os integrantes do programa Amazon Flex é de US$ 422 (R$ 2,3 mil), mas cerca de 20 mil trabalhadores receberão cheques com valores acima de US$ 600 cada (R$ 3,3 mil). O maior pagamento será destinado a um motorista que tem direito a US$ 28 mil (R$ 157 mil).
As gorjetas dadas pelos clientes aos motoristas teriam ficado retidas por 2,5 anos.Fonte: Amazon/Divulgação
Os valores repassados aos condutores são retirados da multa paga pela empresa fundada por Jeff Bezos. A expectativa do órgão é que todos com direito a receber estejam com o dinheiro em mãos até o dia 7 de janeiro de 2022.
Mudando as regras
O problema referente às gorjetas dos motoristas da Amazon surgiu quando a varejista mudou o contrato do Amazon Flex e não avisou aos entregadores. Inicialmente, cada motorista recebia uma taxa de US$ 18 a US$ 25 por hora trabalhada e 100% da gratificação dada pelos clientes.
Porém, a big tech reduziu o valor da hora trabalhada e passou a usar as gorjetas para compensar a diferença. O FTC afirma que ela não informou aos entregadores e seguiu com a prática até ser notificada, quando retornou ao modelo antigo.
Trabalhando em seus próprios carros, os motoristas do Amazon Flex realizam entregas ligadas aos serviços Prime Now e Amazon Fresh, principalmente.
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