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AMD compra Xilinx e acirra briga com Intel por datacenters

A AMD anunciou nesta terça-feira (27) a compra da rival Xilinx, em um negócio que cria “a empresa líder em alta performance de processamento”, segundo nota da companhia. A meta é intensificar ainda mais a disputa com a Intel, no mercado de datacenters e soluções empresariais.

Logos da AMD e Xilinx (Crédito: AMD/Divulgação)

Logos da AMD e Xilinx (Crédito: AMD/Divulgação)

A compra da norte-americana Xilinx, especializada em processadores de alto desempenho e desenvolvedora original da tecnologia FPGA, chips programáveis que permitem definir as entradas e saídas em software (imagine uma breadboard, é o mesmo princípio) será concluída até o final de 2021, com a criação de uma empresa e 13 mil postos de trabalho. O valor da compra foi fixado em US$ 35 bilhões, que serão pagos em ações.

Com a aquisição, a AMD vai reforçar sua presença no mercado de alto desempenho e chips programáveis, setores onde a Intel tem perdido espaço justamente para a arqui-inimiga e a até então independente Xilinx, principalmente por se complicar na produção de seus componentes nos últimos anos. Já AMD terceiriza a produção para a TSMC, que vem superando o design da Intel e é a fornecedora de processadores da Apple, hoje para iPhones e iPads e em breve, também para Macs.

A estratégia da AMD em bater de frente com a Intel vem desde 2014, quando Lisa Su assumiu o posto de CEO da companhia. De lá para cá, a empresa vem reforçando o alcance em setores como computação na nuvem, IA e telecomunicações. A Xilinx, por sua vez era até então a principal concorrente da Intel em FPGAs para clientes de grande porte, em tarefas como compressão de dados, virtualização, prototipagem e outras atividades pesadas.

Os chips da Xilinx são também usados em sistemas automotivos de visão computacional. O Subaru Xilinx, por exemplo, usa um chip ZYNQ no serviço EyeSight de direção assistida. Embora de 16 nanômetros, ele é potente o bastante para reagir rapidamente a situações dinâmicas em tempo real.

Subaru Levorg usa soluções da Xilinx (Imagem: Xilinx/Divulgação)

Subaru Levorg usa soluções da Xilinx (Imagem: Xilinx/Divulgação)

AMD, Apple e nVidia fecham cerco à Intel

A situação para a Intel como um todo é menos que o ideal. A aquisição da Xilinx pela AMD pode num primeiro momento representar um competidor a menos, mas a expertise da companhia permitirá à rival histórica disputar clientes de grande porte com ainda mais força.

Do outro lado, temos a nVidia e a recente aquisição da ARM, que pode ou não ser barrada pela China, que dá à fabricante de processadores gráficos controle sobre o mercado de componentes móveis, uma área que a Intel tentou morder e não conseguiu. Ao mesmo tempo, a nVidia também pretende entrar no setor de IA e processamento pesado, se tornando uma concorrente direta.

Há também o caso da Apple. A migração dos Macs da plataforma x86 para os chips Apple Silicon, que usam arquitetura ARM, representa a perda de seu cliente mais lucrativo, que pode ou não ser seguida por mais fabricantes, lembrando que a Microsoft também possui uma versão do Windows 10 para processadores Qualcomm Snapdragon.

Por fim, os últimos anos de desenvolvimento para processadores voltados ao consumidor final foram menos do que favoráveis, com a Intel se atrapalhando para entrar na arquitetura de 10 nanômetros, enquanto a AMD já atingiu os 7 nm (embora a definição do que é um nanômetro difira um pouco entre as duas), e a TSMC já fornece chips de 5 nm para a Apple. Esses problemas estariam talvez levando a empresa a forcar mais no setor corporativo, como a recente venda da divisão de memórias NAND dá a entender.

Infelizmente para a Intel, o setor de alta performance também não estará livre de concorrência pesada pelos próximos anos.

Fonte: AMD


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