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As Meninas Superpoderosas e outros pilotos bizarros de séries

Dizem que Hollywood não tem imaginação e adora fazer remakes, mas a quantidade de pilotos bizarros que não são aprovados, ou geram séries que são canceladas comum episódio é imensa. Isso acontece tanto com conteúdo original quanto com adaptações esquisitas, tipo as Meninas Superpoderosas.

Patético, eu sei. (Crédito: CW)

 

O seriado delas durou 6 temporadas, foram 78 episódios, de 1998 a 2002, a proposta inusitada, o texto ágil e referencial e a idéia original de usar personagens fofinhas e lindinhas como super-heroínas sentando o braço nos vilões tornou as Meninas Superpoderosas um sucesso imediato.

Eis que Hollywood resolve transformar o desenho em um seriado live action. Isso até costuma dar certo, mas com personagens mais “realistas”, não com meninas com cabeças gigantescas e mãos sem dedos.

Pois bem; o canal CW encomendou um piloto, com Chloe Bennet, Dove Cameron Yana Perraul como as protagonistas. A série se passaria no futuro, com as personagens já adultas. As imagens vazadas eram assustadoras. Alguém comentou que parecia Cosplay de paródia pornô, mas isso é injusto.

Este é um cosplay de paródia pornô, a Mulher-Maravilha de Kimberly Kane.

Kimberly Kane. Muito digna. (Crédito: Axel Braun)

Este é o figurino das Meninas Superpoderosas.

Aff. (Crédito: Metro)

OK, o figurino é o menor dos problemas. O suposto roteiro da série foi vazado por um usuário do Reddit, e é uma catástrofe. É cheio de jargões de lacração, escritos no melhor estilo “how do you do, fellow kids?”. As meninas, agora adultas são cínicas, desiludidas, vazam nudes umas das outras (sim, você leu isso) e, bem… basta dizer que o CW, O CW rejeitou o piloto e pediu um novo, incluindo roteiro.

Isso é incomum. Em geral pilotos são apenas rejeitados, apenas quando o material tem bastante potencial é solicitada uma nova versão. Isso aconteceu por exemplo com Star Trek e Big Bang Theory, o primeiro piloto é bem interessante pois tudo está lá, só nas proporções erradas.

Outra técnica que se tornou bem comum é inserir pilotos em episódios de séries consagradas, em geral é assim que nascem os spin-offs, exceto Supernatural, nunca conseguiram emplacar nada.

Outras séries a gente entende quando são rejeitadas, mas em certos casos é difícil entender como chegaram a aprovar a produção dos pilotos, mas mesmo com essas séries mortas e enterradas, <inserir piada de necrofilia aqui> elas ainda podem nos divertir. Vamos então a algumas séries inacreditavelmente canceladas:

IT Crowd americano

IT Crowd é uma série maravilhosa, o mais perfeito humor britânico e toneladas de referências geek, mas a química dos atores também é perfeita. Como sempre os americanos tentaram fazer uma versão local, importando Richard Ayoade para repetir seu papel como Moss, mas inacreditavelmente colocando John McHale como Roy. McHale é mais conhecido como Jeff Winger, de Community. Ele definitivamente não tem o biotipo do Roy.

O piloto foi produzido em 2007, vários scripts foram completados, mas a NBC desistiu de veicular o desastre. Pior, em 2014 fizeram outro piloto, que também foi rejeitado. Em 2018, anunciaram que iriam tentar de novo. Três pilotos, nada que preste. parece a Maki.

Mulher Maravilha 2011

Em 2011 foi anunciado um seriado da Mulher Maravilha, escrito e produzido por David E. Kelley, sujeito que já havia feito de tudo em TV. Menos super-heróis. Na história a Mulher Maravilha tem duas identidades secretas, uma delas é Diana Themyscira, CEO da corporação Themyscira Industries.

Sim, é o Pedro Pascal. Quem diria que depois desse abacaxi ele faria O Mandalorian E o Mulher Maravilha 1984.

Essa Mulher Maravilha é violenta, tortura prisioneiros para obter informação, e mata bandidos a sangue frio. Nada na série funcionava, não havia química entre ninguém e nem a teúda e manteúda Adrianne Palicki convencia como… Diana Themyscira. Alguns anos depois o piloto vazou, e todos concordaram com a decisão da NBC de rejeitar a série.

Heil Honey I’m Home!

Eu não estou dizendo que existem temas tabus, que com alguns assuntos não podemos fazer humor. Acho que tudo é válido, mesmo nazismo. E olha que meu avô morreu em Auschwitz. O problema nunca é o tema, mas a abordagem.

Em Guerra, Sombra e Água Fresca temos um delicioso seriado aonde prisioneiros de guerra usam um campo de prisioneiros para organizar a Resistência, espionar para os aliados e infernizar a vida dos nazistas, que são adoráveis, mas completamente retardados.  Em “Heil Honey I’m Home!”, sitcom inglesa de 1990 a história é estrelada por… Adolf Hitler.

Basicamente mostra o dia-a-dia de Hitler e Eva Braun em 1938, como se eles morassem em um prédio normal de apartamentos, com as confusões e discussões de todo casal, como “você se atrasou para o jantar”  “Eu sou o Führer, não posso sair do trabalho às 5 horas”.

Ah sim, na série Hitler vive brigando com um casal de vizinhos judeus e… e você entendeu porque a série só teve oito episódios produzidos, mas foi cancelada depois da exibição do primeiro.

Liga da Justiça da América

Em 1997 a CBS resolveu testar as águas e produzir um piloto para uma série de TV da Liga da Justiça, mas para não perder muito dinheiro, usaram o velho truque de produzir um filme para TV, que se colar, vira série, se não, vai pro catálogo e reprisam nas madrugadas.

A CBS não poupou despesas, e por não poupar despesas eu quero dizer gastou dezenas de dólares na produção. Os melhores efeitos especiais que o dinheiro pode comprar não chegaram nem perto desse filme. Os figurinos vieram de um brechó, o personagem mais famoso que conseguiram foi o Flash, a DC não autorizou Batman, Maravilhosa ou o Sups nesse desastre de trem. Nem o Aquaman aparece.

Depois de pronto, o filme foi imediatamente rejeitado como um dos piores pilotos de série já vistos.

Exo-Man

Esse eu vi na Sessão da Tarde. Era até um conceito legal, mais um dos pilotos disfarçados de filme.

O sujeito é um professor e cientista que descobre uma substância super-magnética. Enquanto isso ele testemunha um assalto a banco, tenta dar uma de bom samaritano, é perseguido pela máfia, toma um tiro e fica paraplégico.

Ele utiliza seus conhecimentos para construir uma armadura invulnerável, voltar a andar e combater o crime, mas como o tal professor é bem menos inteligente que Tony Stark, esquece de botar um tanque de oxigênio e quase morre sufocado dentro do traje na primeira missão. O traje aliás parece um balde. Era 1977 e a gente estava vendo Guerra nas Estrelas no cinema. Exo-Man… não convenceu.

Dr Estranho

Em 1978 seriados de super-herói faziam sucesso, a CBS passava o Homem-Aranha e o Incrível Hulk. Propuseram então, provavelmente depois de consumir quantidades industriais de LSD, um seriado do Dr Estranho.

Jesus… (Crédito: Reprodução Internet)

O personagem é ótimo mas é difícil de ser transposto para TV. Demanda muito texto, muito worldbuilding e muitos efeitos especiais.

O que fizeram? Acharam um ator, Peter Hooten cuja maior qualidade era um bigodinho de ator pornô gay, e um figurino que o deixou parecendo um Lando Calrisian de R$1,99. O único mérito desse troço foi ter no elenco Jessica Walter, a falecida e querida Mallory Archer.

O episódio obviamente, se tornou mais um dos inúmeros pilotos rejeitados.

 

Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D

Em 1998 alguém achou US$6 milhões em moedinhas entre as almofadas do sofá e resolveu que a melhor forma de investir esse dinheiro seria produzir um filme para TV, com potencial de virar um piloto de série. O resultado foi Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D.

Como Nick Fury escalaram o canastrão David Hasselhoff, mas sua incrível (not!) interpretação se perdeu em meio ao oceano de mastigadores de cenário, cenários de papelão facilmente mastigáveis e CGI bem digna pra época, se a época for a idade média, o próprio roteirista, David S. Goyer definiu o filme com “bastante medíocre”. A série recebeu um obrigado, mas não obrigado.

The Robinsons: Lost in Space

Perdidos no Espaço é uma série difícil. Ela existe na memória afetiva da turma mais velha, que não aceita que era uma quase sitcom, bobinha e sem muito roteiro, mas os personagens se tornaram praticamente sagrados. Um remake é bem complicado. A Netflix conseguiu, eu gosto bastante da versão deles, a atualização do conceito ficou legal, principalmente o robô.

O que eu não sabia é que esse não é o primeiro remake, ignorando o filme de 1998, que é o que todos devemos fazer. Em 2004 produziram um piloto chamado “The Robinsons: Lost in Space”, dirigido por ninguém menos que John Woo, a um custo total de US$2 milhões. Ninguém soube onde esse dinheiro foi parar. As interpretações eram pedestres, os cenários paupérrimos e os aliens dignos do Dr Who dos Anos 70.

Mesmo assim esse Perdidos no Espaço sobreviveu, de certa forma. Os cenários foram comprados pela produção de Battlestar Galactica e adaptados para a ponte de comando da Pegasus.

Steel Justice

David Nash é um policial em um futuro próximo, com o mundo vivendo a depressão pós-guerra. David sofre com a morte recente de seu filho pequeno, até que ele descobre que a alma de seu filho está morando em um pequeno dinossauro-robô de brinquedo (pffffffff pausa pra inalar do cigarrinho de artista, mas não tragar).

Um mago viajante do tempo aparece para David e explica que ele possui o pode de fazer as coisas crescerem (não malde). Ele então usa seus poderes para… transformar o brinquedo em um robô-dinossauro dragão cuspidor de fogo gigante, que corre atrás de bandidos e-OK CHEGA. Ninguém merece. E se você acha que essa coisa foi piloto de uma série aprovada, eu tenho um ótimo sabonete de coco que cura COVID pra te vender.


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