Se você é fã de astronomia e acompanha as notícias do que anda acontecendo no espaço, deve saber que vez ou outra cientistas captam sinais vindos do cosmos, conhecidos como “rajadas rápidas de rádio”. Evidentemente, não se trata de transmissões de rádio enviadas por alienígenas tentando se comunicar conosco, mas sim explosões superpoderosas que, apesar de terem apenas alguns milissegundos de duração, geram uma quantidade de energia equivalente à que o sol leva 1 ano inteiro para produzir.
Essas rajadas vêm sendo observadas há quase 1 década pelos astrônomos, mas, como são incrivelmente breves e aleatórias, consistem em um dos muitos mistérios cósmicos que ainda precisam ser desvendados. O primeiro passo nesse sentido foi dado recentemente, quando duas equipes conseguiram, pela primeira vez, rastrear o exato local de origem de algumas dessas emissões.
Emissões enigmáticas
O primeiro time anunciou a descoberta da fonte das rajadas e, em seguida, mais duas equipes vieram a público para contar que tinham encontrado outras explosões energéticas — e dizer que elas vieram de longe não transmite a real dimensão da distância que as emissões viajaram para serem registradas pelos radiotelescópios terráqueos.
(Fonte: University of Manchester/Jodrell Bank Centre for Astrophysics)
De acordo com Eric Mack, do site C|Net, os astrônomos que anunciaram primeiro a identificação da fonte das emissões realizaram as observações a partir do CalTech Owens Valley Radio Observatory, situado na Califórnia, e determinaram que as rajadas se originaram em uma galáxia parecida com a nossa, situada a quase 8 bilhões de anos-luz da Terra.
Já os pesquisadores por trás do segundo anúncio estavam trabalhando no Australian Square Kilometre Array Pathfinder, na Austrália, quando identificaram outra emissão, vinda de uma galáxia menos distante, situada a mais ou menos 4 bilhões de anos-luz.
Depois, astrônomos russos revelaram ter registrado nove emissões, sendo uma delas uma rajada repetitiva, mais fácil de rastrear. E se essas rápidas explosões são complicadas de se observar, as que se repetem são mais raras ainda, tanto que apenas três delas, incluindo a anunciada pelos russos, foram identificadas até agora.
(Fonte: ESO/L. Calçada)
Os astrônomos estão aperfeiçoando as técnicas de observação dos fenômenos cósmicos; portanto, pode ser que eles consigam desvendar o mistério sobre o que gera as rajadas. Várias explicações já foram propostas, como a de que elas poderiam ser geradas por colisões de objetos superdensos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros; e há quem não descarte a possibilidade de as emissões serem, sim, sinais enviados ao universo por civilizações alienígenas, mas, no momento, ninguém sabe o que produz os sinais.
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