Atualização: 9 anos depois a Marinha dos EUA ainda não se livrou da Ouija

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A chamada mesa de Ouija é a forma com que os americanos (e provavelmente todo mundo) gerenciam recursos no convés de voo de seus porta-aviões. É algo antiquado, arcaico, anacrônico e insubstituível.

Crédito: Robert Couse-Baker / pxhere

Toda essa dificuldade vem de um simples fato, ignorado por muita gente: Interfaces importam.

Nos primórdios da Internet era moda sites em Macromedia Flash, o que significava um monte de script kiddies programando (mal) sites com interfaces projetadas em sua maioria por designers genéricos, com muito pouco tempo para fazer um bom trabalho.

Era a treva, cada site tinha uma interface diferente, às vezes áreas diferentes no mesmo site usavam cada uma sua interface.

Interfaces, aliás, vão muito além da Internet, toda máquina que interagimos tem uma interface, e houve um tempo em que até elevadores eram tão complicados que precisavam de um operador treinado.

O costume é um dos vilões das Interfaces, depois que aprendemos algo, achamos que é “intuitivo”, mas nem sempre é o caso. Um dos melhores sistemas anti-roubo de carros nos Estados Unidos é uma transmissão manual, coisa que qualquer criança brasileira sabe usar.

OK sendo honesto eu não saberia nem por onde começar com isso aqui. (Crédito: pxhere – domínio público)

Outro vilão é o designer que confunde cool de se ver com bom de se usar. Geralmente são influenciados por cinema, aonde interfaces cheias de frufru mostram centenas de dados ao mesmo tempo. Um exemplo clássico: O capacete do Homem de Ferro, ou as telas de Minority Report. Sim, fica lindo, passa a ideia de que o personagem está acessando um monte de informações, mas na prática, não funciona.

Sobrecarga sensorial torna as pessoas ineficientes. Uma interface precisa mostrar o mínimo possível e o mais pertinente ao momento. Eu quero olhar para uma pessoa e que meus óculos de Realidade Aumentada me diga o nome, de onde conheço e se estou devendo dinheiro. Não quero um diagrama 3D da casa do sujeito poluindo meu campo visual.

Um bom exemplo: Veja a tela de acoplagem da Dragon da SpaceX: É isso que os astronautas estavam vendo. Uma interface limpa e eficiente.

Crédito: SpaceX

Outro exemplo, desta vez do cinema: No Star Wars: Ameaça Fantasma em determinado momento Sebulba sabota o pod de Manequim Skywalker. Um dos motores perde potência e apaga. Todo o processo de identificação do problema e conserto, é feito sem uma única palavra, e o espectador entende tudo, até mesmo quando ele religa o motor com o interruptor do farol em um console lateral de Fiat Uno. (é verdade)

A cena pode ser vista à partir da posição 00’50”

No caso da Ouija, o nome vem da mística tábua usada na antiguidade para que médiuns pudessem se comunicar com espíritos de pessoas falecidas. Ouija é marca registrada da HASBRO, e era vendida como brinquedo no começo do Século XX.

A Ouija da Marinha, que ao contrário da outra funciona, foi criada provavelmente na Segunda Guerra Mundial, como uma forma dos suboficiais e intendentes controlarem os suprimentos e aeronaves nos porta-aviões. Silhuetas de madeira representavam os aviões, porcas e arruelas representavam combustível e armamento, e por aí vai.

Óbvio que isso não caiu bem com os almirantes, que adoram procedimentos detalhados e específicos, algo improvisado não é aceitável.

Problema: Entra ano, sai ano, tentam trocar as mesas Ouija por uma versão informatizada cibernética modernizada. Nós falamos de um projeto desses em 2011. Aqui temos outro, de 2017. AGORA VAI.

Não foi.

Nesta matéria, de 24/9/2020 sobre a preparação do primeiro esquadrão operacional de caças F-35C no USS Carl Vinson, temos esta imagem:

Mesa Ouija do USS Carl Vinson (CVN-70) – Crédito: USNI News

Isso mesmo. Apesar das promessas, apesar dos projetos, a Ouija, com quase 80 anos de idade ainda resiste. Continua sendo mais prático olhar uma mesa com um monte de peças em um tabuleiro, do que uma tela digital cheia de menus, que vai exigir horas e horas de treinamento.

Agora, é esperar mais alguns anos, enquanto a Marinha dos EUA gasta mais dinheiro tentando substituir o que já funciona, em nome da modernidade.

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