O Ministério da Cidadania denunciou à Caixa Econômica Federal 1.303.127 números de CPF de possíveis fraudes cadastrais no auxílio emergencial. O ministério solicita que a instituição bloqueie ou realize uma verificação detalhada para detecção de fraudes desses beneficiários suspeitos.
Na última terça-feira (21), todas as contas que geraram alguma suspeita nos últimos meses foram bloqueadas e exigiam que os titulares se dirigissem até a agência da Caixa mais próxima para realizar o desbloqueio. Dessa vez, o Ministério da Cidadania foi mais cauteloso e reitera em nota que “não é possível ainda afirmar que esses CPFs sejam considerados cancelados ou inelegíveis para receber o benefício”.
Fica a cargo da Caixa verificar a atividade das 1,3 milhão de contas suspeitas de fraude e informar à Polícia Federal “qualquer indício de ilegalidade, em especial na ótica criminal” e suspender o pagamento do benefício imediatamente.
“Todos os bloqueios são por suspeita de fraude”, afirma Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. “Suspendemos centenas de milhares de contas sim, e nesse momento as pessoas podem pedir o desbloqueio”, completou. O processo de desbloqueio consiste no comparecimento a uma agência da Caixa com documentos de identificação em mãos.
“Quando a pessoa vai à agência e mostra que é ela mesma, nós liberamos rapidamente. Se ela não for, ficará sim bloqueado, porque essa questão de fraude nesse momento de pandemia é inaceitável”, afirmou o presidente.
Os afetados pelas investigações e denúncias do Ministério da Cidadania receberão a mensagem “Procure uma agência da CAIXA com seu documento de identidade para regularizar seu cadastro”. Basta seguir as orientações fornecidas pela instituição para contestar bloqueios indevidos.
Titulares de contas bloqueadas devem comparecer em agências da Caixa para desbloqueio.Fonte: O Globo/Reprodução
Fraudes são prato cheio para hackers
O phishing por anos se mostrou uma estratégia lucrativa para hackers. O auxílio emergencial, diante de sua magnitude e alcance, apresentou grande potencial para o crime cibernético — que se aproveita da desatenção e desconhecimento de grande parte da população brasileira.
Contudo, o cenário mudou rapidamente quando as fraudes se mostraram mais eficientes. O crime organizado passou a explorar as falhas encontradas na frágil segurança da Caixa Econômica Federal e o mercado ilegal de dados de brasileiros na dark web para realizar cadastros falsos, resultando nessa quantidade assustadora de supostas fraudes.
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