Aviões usarão combustível derivado de restos de alimentos no futuro

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Responsável por 3% do total de emissões de carbono no mundo, a aviação comercial busca encontrar soluções sustentáveis. Agora, o uso de restos de comida como combustível surge como uma das alternativas para abastecer aviões no futuro.

O National Renewable Energy Laboratory nos EUA realizou um estudo sobre a conversão de resíduos alimentares em biocombustível para a aviação. Os dados estão no artigo no Proceedings of the National Academy of Sciences nesta semana.

No futuro, os resíduos dos lixões servirão de biocombustível para aviões.No futuro, os resíduos dos lixões servirão de biocombustível para aviões.Fonte:  Simple Flying/Reprodução 

O estudo desenvolvido em parceria com outras instituições relata que a biomassa, como esterco e resíduos alimentares, pode ser convertida em biocombustível. Bem como, a sua fabricação é mais simples do que o Etanol e o biodiesel.

Os pesquisadores foram capazes de separar os ácidos graxos voláteis da fermentação de resíduos de alimentos e convertê-los em moléculas de parafina simples. Nesse estado, eles são quase quimicamente equiparáveis aos combustíveis fósseis.

Outros combustíveis sustentáveis foram feitos com biomassa, especificamente óleo, gordura e graxa de vegetais e animais. No entanto, a nova alternativa com resíduos alimentares amplia a possibilidade de produção de biocombustível.

Biocombustível feito de resíduos poderá compor 30% do abastecimento dos aviões.Biocombustível feito de resíduos poderá compor 30% do abastecimento dos aviões.Fonte:  Independent/Reprodução 

Combinação sustentável

A grande preocupação dos pesquisadores era desenvolver um combustível sustentável que funcionasse nos motores convencionais das aeronaves. Assim, eles conseguiram encontrar uma “fórmula” que permitisse o uso da nova alternativa.

Os padrões da indústria determinam que quaisquer novos combustíveis para aviação só possam compor 10% da mistura que abastece os aviões. Os outros 90% tem que ser um combustível convencional à base de petróleo.

Entretanto, o estudo descobriu que o biocombustível de resíduos alimentares pode compor 30% da mistura sem sacrificar a funcionalidade. A proporção ainda está sendo testada em laboratórios e levará tempo para ser aplicada em um voo real.

De toda forma, reduzir as emissões de 10% dos motores das aeronaves seria um excelente avanço. Especialmente se pensar que os resíduos iriam para um lixão e depois emitiriam gases de efeito estufa.

Companhias aéreas buscam alternativas para reduzir as emissões até 2050.Companhias aéreas buscam alternativas para reduzir as emissões até 2050.Fonte:  NBC News/Reprodução 

Preocupação das companhias aéreas

Segundo os pesquisadores, as principais empresas da aviação estão ansiosas para usar o novo combustível. Isso porque as alternativas disponíveis para uma operação com zero emissão de poluentes não são possíveis com a tecnologia atual.

Por exemplo, um avião comercial movido a bateria seria pesado demais para voar longas distâncias. Dessa forma, um biocombustível equivalente aos derivados fósseis seria a melhor solução para reduzir as taxas de emissão.

“No último ano, houve uma explosão de empresas que buscam combustíveis sustentáveis, como Microsoft, Amazon e FedEx”, comenta Derek Vardon, engenheiro de pesquisa sênior do National Renewable Energy Laboratory.

Vale destacar que algumas companhias de aviação têm metas agressivas de sustentabilidade até 2050. Isso inclui a redução das emissões de dióxido de carbono em 50% até a data estipulada.

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