Baldur’s Gate 3 agrada e tem tudo para ser um sucesso

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A primeira vez que coloquei as mãos em Dungeons & Dragons foi em 1993. Aquela edição em português, lançada pela Grow, com um tabuleiro gigante e repleta de livros de regras e aventuras. Minha juventude foi se divertindo com o jogo, comprando expansões e passando betume em réplicas de anões, orcs e dragões.

Cá estamos, em 2020. Os jogos de tabuleiros viraram sagas nos videogames, como a série Baldur’s Gate. Chegamos à terceira edição dessa história, desta vez desenvolvida pela Larian. Uma empresa que até há alguns anos era modesta e tinha-se destacado pelo excelente Divinity: Original Sin 2. A paixão dos belgas por D&D não os intimidou. Bateram na porta da Wizards of the Coast e pediram para fazer a continuação de um dos games mais idolatrados pelos fãs de cRPG (Computer Role Play Game).

A primeira grande mudança

O grande problema de jogos de cRPG se encontra nos combates. Se eles não forem bem implementados, do mundo físico para o digital, pode estragar a aventura, por mais que a narrativa e as outras mecânicas sejam espetaculares. Pensando nisso, aqui ocorreu o primeiro grande acerto da Larian. Colocou em Baldur’s Gate 3 o combate por turnos, algo que não foi visto na série.

Vale destacar que o mesmo foi feito no seu grande sucesso, Divinity: Original Sin 2. Bastaria uma implementação aqui, uma modificação lá e voilà! Sucesso garantido. E é isso que podemos tirar como conclusão da mecânica de combate encontrada no jogo. Ela dá controle total durante as ações contra inimigos e diversas possibilidade de estratégias (eu sou suspeito para falar, pois sou fã do estilo).

Customização mais do que completa

A série Baldur’s Gate sempre foi conhecida pela diversidade na hora de se construir personagens. Em BG3 não é diferente. São centenas de milhares de opções para você criar seu aventureiro ou sua aventureira. A tela inicial pode assustar, mas é fácil se guiar pelos menus e infindáveis opções.

Primeiro você começa definindo sua origem: charlatão, criminoso, herói, brincalhão, artesão, nobre, eremita, estrangeiro, sábio, marinheiro, soldado, garoto de rua ou coroinha, cada um com uma proficiência. Depois disso, temos oito raças disponíveis: clérigo, lutador, patrulheiro, vampiro, bruxo e mago. Os clérigos e bruxos possuem subclasses.

Cada um deles têm diferentes características de força, inteligência, destreza, carisma, sabedoria e constituição, esse último com influência direta no dano recebido pelo inimigo. E não para por aí, pois ainda é possível determinar a raça do seu personagem: humano, githyanki, elfo, meio-elfo, anão, halfling e tiefling.

Importante saber onde está

O universo de Dungeon & Dragons sempre me cativou pelas suas histórias. Lembram de Tomb of Horrors, escrita pelo gênio Gary Gygax? O que dizer então de Ravenloft e da excelente The Temple of Elemental Evil, que até virou jogo de PC em 2003?

Por mais que os enredos sejam excelentes, o grande desafio da Larian será transferir a mesma imersão encontrada nos textos. É praticamente fazer um Copy/Paste, sendo necessário ter um cuidado especial em roteiro, animações e cenários, que vamos analisar mais adiante.

Para uma melhor compreensão da história, é fundamental que o jogador tenha um conhecimento prévio do Guia do Volo, a quinta edição de Dungeons & Dragons lançada em 2016. Tudo porque será a base do enredo encontrado no game. Em Baldur’s Gate 3, os Mind Flayers estão de volta. Inimigos poderosos, que controlam a mente dos seus adversários e escravizam seres por onde passam. Eles farão de tudo para voltar a ter o controle do universo.

Baldur’s Gate 3 ocorre cerca de 1 século depois dos eventos ocorridos no jogo antecessor. Seu objetivo é buscar um clérigo poderoso para curá-lo, após ser infectado por um devorador de mentes. A aventura atual proporciona cerca de 25 horas de combates, falas, exploração e diversão. Fico imaginando o tamanho dele quando estiver completo.

Animações e gráficos

Por mais que o jogo ainda esteja em acesso antecipado, é notável o desenvolvimento das artes presentes no game. Os detalhes espantam, tanto no rosto dos personagens quanto em suas roupas ou seus adereços. Cada parte minuciosamente especificada, seja um protagonista ou simplesmente um NPC.

O mesmo pode ser escrito sobre os cenários, que mesmo em locais abertos percebe-se que cada polígono está em seu lugar. No entanto, o que encanta mesmo são os calabouços, pois é impressionante a riqueza dos locais fechados, seja no escuro ou com a luminosidade de tochas. Vale destacar que os reflexos e a oclusão ambiental ainda precisam de ajustes para não atrapalharem a imersão. Em certos momentos, não estão balanceados, mostrando muito ou pouca luminosidade.

A câmera agrada pelas possibilidades. É possível utilizar uma visão mais distante, parecida com a isométrica, e outra, que parece em terceira pessoa. Em certos ambientes, a câmera apresenta alguns bugs, principalmente entre locais fechados e abertos.

O mecanismo trava em uma posição e, aos poucos, você vai entendendo o que deve apertar para voltar o mais próximo de onde estava. O mapa principal precisa ser revisto urgentemente, pois aparece com polígonos estourados, prejudicando demais a interação.

Já as animações são o contraponto de Baldur’s Gate 3. Logo no início da aventura, quando os dragões vão atacar a nave de um illithid, é notório a falta de sincronização com o cenário. Da impressão que é um chroma key dos utilizados nos episódios do Chaves.

A dublagem também está desincronizada, dando um amadorismo enorme para o jogo. Em certos momentos, as animações parecem que não estão completas, pulando quadros de frames. Porém, pelo visto no último jogo da empresa, Divinity: Original Sin 2, isso deve ser corrigido quando o título estiver em fase gold.

Mecânica simples, variação e fator sorte

Como eu disse mais acima, BG3 utilizará as regras e os sistemas utilizados na quinta edição de Dungeons & Dragons. Os produtores já falaram que algumas ações tiveram que ser traduzidas para o mundo digital, entretanto tentaram deixar o mais fiel possível ao jogo de tabuleiro.

Andar pela aventura é fácil e você poderá realizar as ações em turnos ou de forma deliberada. Somente os combates que são restritos ao modo por turno. A interação com o cenário é gigantesca, tendo diversos itens para serem recolhidos ao longo da caminhada — inclusive existe uma opção de empilhar caixas para subir em lugares até então impossíveis.

O combate não tem segredo. Você terá pontos de ação para utilizar armas de combate e uma barra para gerenciar a sua movimentação. O que mais impressiona são diversas combinações possíveis para o confronto. Junte a tudo isso a possibilidade de se jogar multiplayer, com mais três amigos.

Os dados de 20 lados (famosos d20) também estão presentes, mas fique tranquilo. Por mais que a Larian tenha colocado um ingrediente de sorte no jogo, a mecânica influencia o mínimo possível. Isto que deve garantir o sucesso de sua inserção: um balanceamento benigno para trazer o aleatório na medida certa.

No caminho certo

Baldur’s Gate 3 é uma grande pedra a ser lapidada e, considerando o que a Larian cresceu nos últimos anos, é praticamente certeza de que o resultado final será uma experiência espetacular de jogo. Basta termos paciência e esperar pelas novidades, que seguem em um bom ritmo, devido ao feedback incansável dos jogadores. Um detalhe muito importante de ser mencionado é que o game receberá tradução para o português. Nos vemos no portão de Baldur!

Baldur’s Gate 3 foi gentilmente cedido pela Larian para a realização desta análise.

NOTA: 89

“Temos um jogo à altura do que Dungeons & Dragons representa para os RPGs”

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