A
indústria de assistência médica, que desenvolve aparelhos e soluções
que ajudam médicos e pacientes em hospitais e centros de saúde, gera uma
quantidade enorme de informações a partir de exames e diagnósticos em todo o mundo. Em
mesa redonda realizada durante o congresso sobre software SAP Sapphire Now, em Orlando,
nos Estados Unidos, especialistas falaram sobre como estes dados podem
ser utilizados para, no futuro, mudar a forma como as pessoas cuidam da
sua saúde. Resumo da Build 2015: relembre novidades da Microsoft em vídeo e fotos O
principal tema da discussão foi como dominar um número tão grande de
informações médicas que são geradas a todo momento e transformar isso em
algo útil para doutores e pacientes. Se utilizados de maneira efetiva,
os dados podem vir a ajudar pessoas doentes a saberem exatamente qual
tratamento procurar, o melhor lugar e a melhor hora, até por meio de
seus smartphones ou relógios, por exemplo. Rich Ross e Vijay Venkatesen falam como bancos de dados podem mudar a medicina no SAP Sapphire Now (Foto: Marlon Camara / TechTudo) O
que eu venho encorajando é que se tenha ideias a partir destes dados Vijay Venkatesan, Sutter Health Para
Rich Ross, diretor de operações da CancerLinQ, plataforma que ajuda
médicos no tratamento contra o câncer, é bem possível pensar que no
futuro as pessoas terão informações relevantes em seus dispositivos eletrônicos para
ajudar para auxiliar em casos de enfermidades. “É possível imaginar que
um dia os dispositivos wearables possam estar mais inteligentes e
trazer não só dados sobre sinais vitais e exercícios físicos, mas também
informações clínicas que possam ajudar em tratamentos”, disse. Porém,
por tratar de um grande número de informações e demandar um
processamento muito grande de dados, este tipo de pesquisa pode ser
difícil de tirar do papel. Pelo menos é o que propõe Vijay Venkatesan,
executivo da organização de saúde sem fins lucrativos Sutter Health, que
afirma que as conversas sobre banco de dados médicos são muito limitadas ao
meio acadêmico, enquanto deveriam focar mais nas ações e nos doentes. “O
que eu venho encorajando é que se tenha ideias a partir destes dados.
Pensar em como isso pode ter um impacto positivo para o paciente”, disse. A mediadora Charlotte com Rich Ross, Vijay Venkatesen, Jeff Young e Dr. David Delaney no congresso da SAP (Foto: Marlon Camara / TechTudo) Ainda
de acordo com Venkatesen, é preciso entender que o corpo humano é um
grande gerador de dados de saúde para então se pensar nas melhores
formas de coletar tais informações e usá-las com big data. Segundo ele, até mesmo a atual mania
de se postar tudo no Facebook pode ser útil para gerar novos
conhecimentos médicos. “Estas informações poderão ajudar um indivíduo a ter o tratamento certo, no lugar certo, na hora certa”, afirmou Venkatesan. saiba mais ‘Instagram dos médicos’, Figure 1 chega ao Brasil e reúne fotos de casos Google tenta conectar pacientes e médicos enquanto buscam por sintomas Saiba como funciona o monitor cardíaco do Apple Watch How Old Do I Look? App que ‘adivinha’ a sua idade vira febre na Internet Usando estes dados para a criação de um banco, é possível que no
futuro pessoas possam se prevenir de problemas de saúde usando
informações que outros transmitiram anteriormente. “É questão de pacientes estarem gerando informações para outros pacientes”, contou Jeff Young, analista de informações da University of Utah. A coleta destas informações
médicas também são importantes para a criação de estudos sobre
doenças e sintomas, que podem ser compartilhados com hospitais, centros
de pesquisas e universidades a fim de entender causas
específicas. O grande desafio, porém, é superar a barreira da
privacidade e da segurança, já que existe uma relação confidencial entre
médicos e seus pacientes. Ultrapassados os obstáculos, é possível ver que o futuro reserva boas soluções em questões de
saúde e tratamento. Com a grande quantidade de dados que são gerados
todos os dias por médicos, pacientes e pesquisas, é possível que em
alguns anos o conhecimento seja usado não só para tratar de casos
pessoais, mas para gerar um banco de informações que possa ser
compartilhado por todos. *O repórter viajou a Orlando a convite da SAP