Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apontou que o gasto energético promovido pelo Bitcoin é equivalente ao gasto anual de toda a Suíça. O levantamento foi feito com o uso de uma ferramenta online chamada Índice de Consumo de Eletricidade Bitcoin de Cambridge, ou CBECI. A ferramenta estima quanta energia é necessária para manter a rede Bitcoins em funcionamento em tempo real e compara com outros indicadores.
Atualmente, a ferramenta estima que o Bitcoin está usando cerca de sete gigawatts de eletricidade, o equivalente a 0,21% da oferta mundial ou à energia gerada por sete usinas nucleares com a capacidade de Dungeness, no Reino Unido.
Para “minerar” o Bitcoin, os computadores conhecidos como máquinas de mineração estão conectados à rede de criptografia. Eles são encarregados de verificar transações feitas por pessoas que enviam ou recebem Bitcoins. Este processo envolve a resolução de quebra-cabeças.
Os quebra-cabeças não são essenciais para verificar os movimentos do Bitcoin, eles simplesmente fornecem um obstáculo para garantir que ninguém edite de forma fraudulenta o registro global de todas as transações. Os mineradores, ocasionalmente, recebem pequenas quantidades de Bitcoin o que resulta em lucros para eles.
Fonte: Divulgação/Pixabay.
Para ganhar ainda mais dinheiro nesse processo, as pessoas muitas vezes conectam um grande número de mineiros à rede – até mesmo salas cheias deles, o que gasta muita eletricidade. No entanto, o especialista em energia Bitcoin, Alex De Vries, ressalta que é a pegada de carbono da moeda criptográfica que realmente importa. Ou seja, as emissões associadas aos recursos de eletricidade usados para alimentar a criptomoeda.
O Bitcoin ainda parece usar muito mais energia por transação do que todos os bancos do mundo juntos
Em entrevista à BBC News, De Vries disse que a rede Bitcoin tem um problema de consumo de energia que é muito alto, apesar de processar menos de 100 milhões de transações financeiras por ano. Em comparação, a indústria financeira tradicional processa 500 bilhões de transações por ano. “O Bitcoin ainda parece usar muito mais energia por transação do que todos os bancos do mundo juntos, considerando a quantidade de energia usada pelos data centers”, afirmou.
Segundo um estudo publicado na revista científica Joule, a eletricidade usada para manter a rede Bitcoin, produz cerca de 22 megatoneladas de CO2 por ano, o equivalente às emissões da cidade de Kansas, no Estados Unidos. Apesar de serem números estimados, está bem claro que o Bitcoin consome uma grande quantidade de energia e que isso resulta em um grande impacto ambiental.
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