Boeing 747 ainda depende de disquetes para atualizações

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O Boeing 747 é uma das aeronaves mais bem sucedidas em termos mercadológicos: desde o primeiro modelo, introduzido em 1970 até o suposto fim da produção (diz a Boeing que vai parar de monta-lo em 2022), foram 1.554 unidades vendidas em todo o mundo, com boa parte deles ainda em operação. O Air Force One, o avião do presidente dos Estados Unidos é o VC-25, a versão militar do 747, o que atesta sua robustez e segurança.

A maior parte das unidades vendidas (694 ao todo) foram da variante 747-400, introduzida em 1989 e fabricada até 2007, que num clássico caso de “se funciona, não mexa”, continua dependendo de disquetes para receber atualizações de seus dos sistemas.

Boeing 747-400

Casos de sistemas legados mantidos em operação não são raros, em TI vale a máxima de que se um hardware ou software continua a cumprir sua função com eficiência, eficácia e segurança, atualiza-lo simplesmente porque ele ficou “velho” é puro desperdício de verba. Se os custos de manutenção e suporte justificam sua permanência, é preferível deixar tudo como está e só pensar em mudanças quando a marca do “além de reparos” se aproxima.

Nisso vimos casos em que sistemas bastante críticos, como o que controla o arsenal bélico nuclear dos Estados Unidos (ele próprio bem antigo, contando inclusive com ICBMs LGM-30G Minuteman-III) depender de disquetes de 8 polegadas, uma mídia tão antiga que mesmo boa parte dos profissionais mais velhos de hoje nunca viu em operação na vida.

Um sistema de aviônica possui uma lógica similar: atualizar o software de um avião é uma tarefa que precisa passar por uma série de processos e regulamentos, necessários para garantir a segurança dela e de todos abordo; a própria Boeing aprendeu isso da pior maneira recentemente, com o 737 Max.

 Logo, se um avião funciona perfeitamente e os custos para trocar sua aviônica não compensam, é melhor não mexer com quem está quieto. Ainda assim, muita gente foi pega de surpresa quando o sistema de atualização do Boeing 747-400 veio à tona.

Boeing 747 floppy drive

Não é difícil entender: o 747-400 entrou em operação em 1989, uma época em que o disquete de 3,5″ e 1,44 MB de capacidade era uma tecnologia de ponta, a maioria dos usuários finais ainda se virava com fitas cassete ou disquetes de 5 1/4″. Para uso em um avião, o passo lógico seria adotar uma mídia um pouco mais resistente e de fácil transporte, que ocupasse pouco espaço no painel.

O causo veio à público após a decisão da British Airways decidir aposentar sua frota de 747-400s, devido a drástica redução dos voos por causa da pandemia da COVID-19. Assim, é preferível manter funcionando as aeronaves mais novas, cujo custo de manutenção é menor.

Quem revelou essa particularidade do 747-400 foi o canal Aerospace Village, que publicou um tour pela aeronave bastante instrutivo. Para ver o drive de disquetes, pule para 7’45”:

Segundo o vídeo, o Boeing 747-400 depende de uma atualização a cada 28 dias, para que os sistemas permaneçam a par da situação dos aeroportos, rotas e etc. pelos quais trafega em todo mundo; assim, tanto o drive quanto os disquetes devem ser mantidos em excelentes condições de funcionamento, pois o update é um fator crítico.

É bem provável que as operadoras de voo que possuam unidades do Boeing 747 em sua frota, e provavelmente outras aeronaves que utilizam disquetes, tenham fornecedores específicos para não ficarem sem as mídias, conforme elas se deteriorem.

Resta descobrir se é o Mano quem dá suporte nos drives.

Com informações: ExtremeTech

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