Em 12 de maio, durante inspeções de rotina na Estação Espacial Internacional (ISS), descobriu-se que um pedaço de lixo espacial atingiu um dos braços robóticos presentes na plataforma. O equipamento, batizado de Canadarm2, possui 17,6 metros de comprimento e somente 35 centímetros de diâmetro, o que torna o evento algo impressionante – um verdadeiro “golpe de sorte”, afirma a Agência Espacial Canadense (CSA).
De acordo com as equipes da CSA e da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), operações de curto prazo não devem ser afetadas pelo acidente. “O dano está limitado a uma pequena seção da lança do braço e da manta térmica”, indicou a CSA em publicação no blog oficial da entidade na última sexta-feira (28).
Dispositivo “ferido” após colisão com lixo espacial.Fonte: Reprodução/NASA/CSA
Em breve, o Canadarm2 será utilizado para a substituição de uma caixa de distribuição com defeito, e há expectativa de que tudo ocorra conforme o esperado. Seu antecessor, ativo de 1981 a 2011, implementou diversos satélites, assim como possibilitou missões em andamento até hoje, a exemplo da ativação do Hubble. Além disso, o dispositivo “ferido” é essencial para o funcionamento do braço robótico Dextre, um “faz tudo” da ISS.
Ainda que a colisão não represente problemas imediatos, perigos do tipo acendem um alerta quanto ao que pode ocorrer futuramente.
Descarte inadequado
Segundo a U.S. Space Surveillance Network, existem pelo menos 23 mil detritos do tamanho de uma bola de beisebol orbitando a Terra, e a trajetória de alguns deles coincide com a da ISS. Inúmeros pedaços, entretanto, são pequenos demais para serem acompanhados, colocando em risco tripulações e equipamentos.
Em abril de 2013, por exemplo, Chris Hadfield, astronauta canadense, publicou em seu perfil no Twitter ter avistado um “buraco de bala” em um painel solar. Na ocasião, ele, inclusive, comemorou o fato de o “projétil” não ter acertado o casco do aparelho, uma vez que poderia inutilizá-lo.
Quantidade de detritos aumenta a cada ano.Fonte: Reprodução/NASA
Por fim, monitoramento constante de objetos “flutuantes” visa à proteção de dispositivos, enquanto manutenções constantes – como a prevista com o uso do Canadarm2 – reduzem os desgastes naturais desses alvos perfeitos de ameaças que a própria humanidade largou no Universo.
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