Qual a melhor forma de procurar civilizações alienígenas? O método mais usado atualmente, de rastrear o céu em busca de emissões de rádio e outros sinais deixados por extraterrestres, utilizando radiotelescópios, não seria o ideal. Quem afirma é o físico da Microwave Sciences James Benford.
Em um estudo publicado na revista Astrobiology em março, ele sugere uma estratégia mais eficiente que a abordagem principal utilizada pelo projeto Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI). Segundo Benford, os caçadores de ETs deveriam procurar “artefatos alienígenas” em corpos celestes mais próximos à Terra, iniciando as buscas pela Lua.
Na pesquisa, o físico desenvolveu uma nova versão da Equação de Drake, usada para estimar a quantidade de civilizações da Via Láctea que podem ser detectadas por sinais de transmissão emitidos por elas. De acordo com Benford, existe uma grande possibilidade de que essas inteligências já estejam mortas quando finalmente tiverem os sinais detectados pelos astrônomos.
As provas da existência de vida extraterrestre podem estar na Lua, segundo o pesquisador.Fonte: Pixabay
Diante desta chance, o especialista criou uma fórmula na qual a busca por vida inteligente fora da Terra seria focada nos artefatos denominados por ele de “lurkers”. Tais objetos seriam uma espécie de sondas extraterrestres ocultas e provavelmente controladas por robôs, permitindo a comunicação com a humanidade mesmo que as civilizações responsáveis por elas já não existam mais após o primeiro contato.
Vasculhando a Lua
A sugestão de Benford, sobre procurar artefatos alienígenas na Lua, tem uma razão. Conforme o cientista, o satélite natural possui as condições ideais para que os lurkers fiquem armazenados durante “centenas, milhares ou milhões de anos” sem sofrer qualquer degradação, ao contrário da Terra.
“Se um artefato está aqui há muito tempo, ele está sujeito ao clima, danos, roubo ou deterioração devido aos elementos”, explicou o especialista ao Space.com. Ele disse ainda que um olhar mais atento nas milhões de fotos tiradas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA, desde 2009, já poderia trazer pistas interessantes para os caçadores de aliens.
Uma olhada minuciosa nas fotos do satélite natural poderia revelar detalhes nunca antes observados.Fonte: NASA/Divulgação
Porém, a busca por sinais das sondas alienígenas na Lua precisaria ser feita com uma ajuda tecnológica: “Você pode ver as pegadas de Neil Armstrong na Lua em algumas fotos, mas apenas algumas dessas imagens foram inspecionadas por olhos humanos. Precisamos usar um software de inteligência artificial para procurar estruturas e sinais de artificialidade”, completou.
De olho em outros locais próximos
A Lua não é o único local onde os caçadores de ETs devem mirar. Para o pesquisador, também vale procurar os lurkers em objetos celestes situados nos pontos do espaço em que as forças gravitacionais da Terra e do Sol se equilibram e nos corpos que compartilham a zona do nosso planeta ao redor do principal astro do Sistema Solar.
Estima-se que existam 300 milhões de planetas “habitáveis” na nossa galáxia.Fonte: Unsplash
Um dos objetos situados nesta última zona é o 2016 HO 3, que será observado de perto pela missão chinesa ZhengHe, prevista para ser lançada em 2024, consistindo em uma boa oportunidade para colocar as ideias do físico em prática.
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