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Chernobyl e o alto preço das mentiras — Sala da Justiça #71

Para amenizar nossa tristeza pelo fim da excelente minissérie Chernobyl, eu e meus amigos Sergio VDS (Ex-Libris) e Rafael Manzoli (@Peashrek) gravamos uma edição do Sala da Justiça falando tudo o que achamos desta pequena obra-prima da HBO, que pelo menos pra mim tem como único defeito o fato de só ter cinco episódios.

Aviso que do início ao fim, nosso papo está repleto de spoilers diretos da série (como tem que ser), assim pra quem ainda não assistiu, é só clicar aqui para ver na HBO GO, ou então não reclamem com a gente se estragar a experiência.

No programa de hoje acompanhamos todos os cinco episódios da minissérie, e conversamos sobre as diferenças entre a ficção e os fatos históricos, o principal deles a inclusão da personagem Ulana Khomyuk, que representa vários cientistas (homens e mulheres) que trabalharam com Valery Legasov, e também os motivos pelos quais o roteirista Craig Mazin julgou necessário fazer essas alterações.

Falamos sobre a importância dos personagens principais Valery Legasov e Boris Shcherbina na resolução do problema causado pelo acidente, sem esquecer é claro de todos os envolvidos na liquidação dos efeitos, um número que chegou a 750.000 pessoas.

Sim, todos sabemos basicamente o que aconteceu em Chernobyl, mas a graça como sempre está nos detalhes, ou no caso dessa minissérie, nos roteiros incrivelmente bem escritos, além da direção, fotografia e trilha sonora, que trabalham juntos para nos colocar na sala de controle da usina de Chernobyl no dia do acidente, algo devastador e também incrível.

Além de ser uma série sobre o acidente, a série também é sobre o próprio estado soviético, e as armadilhas da burocracia que fazem parte de qualquer governo totalitário. As pessoas em volta da usina não tinham noção do que estava acontecendo, ou os efeitos da energia nuclear, algo parecido com o que aconteceu no Brasil um ano depois com o caso do Césio-137. O que motivou Legasov a expor a verdade sobre a falha de projeto dos reatores RBMK, e a depois tomar sua própria vida? Qual foi a porcentagem de erro humana e de projeto? Dyatlov foi realmente um vilão (spoiler: sim, também)?

É claro que existem muitas diferenças entre o que é mostrado na série e o que aconteceu de verdade, coisas foram misturadas e simplificadas, afinal trata-se de uma obra de ficção. Os sotaques britânicos foram criticados por muitos, que parecem não entender o que é uma interpretação. Alguns russos inclusive estão defendendo que a Rússia faça sua própria série sobre o acidente de Chernobyl, o que eu aliás acharia excelente. Também é bom lembrar que existem muitos documentários e livros muito interessantes pra quem quiser se aprofundar mais no assunto.

Pra terminar, pois já escrevi e falei bastante sobre Chernobyl, queria dizer que se essa não é uma minissérie perfeita, ela chega bem perto disso.

Clique abaixo para ler minhas resenhas de cada um dos cinco episódios.
1:23:45
Please Remain Calm
Open Wide, O Earth
The Happiness of All Mankind
Vichnaya Pamyat

Links citados no episódio:

Podcast oficial da série Chernobyl
Vídeo de um dia depois do acidente (citado pelo Sergio)
1:23:40, livro de Andrew Leatherbarrow
Vozes De Tchernóbil – A História Oral Do Desastre Nuclear, livro de Svetlana Alexijevich
Stalker (1979) de Andrei Tarkovsky
Pata de elefante
Sarcófago (o primeiro e o recente)




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