China — receita da Apple no País do Meio sobe 83%

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A Maçã de Cupertino acaba de apresentar o relatório financeiro do quarto trimestre fiscal de 2021 (Q4 FY 2021), período que correspondeu ao terceiro trimestre civil deste ano, abrangendo os meses de julho a setembro. Basicamente é o período do hype em cima dos novos smartphones da empresa, que parecem ter bastante procura na China.

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Tim Cook no recente evento de outubro da Apple (crédito: Apple)

Vamos aos números:

RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE
Período → Q4 FY 2020
(julho a setembro de 2020)
Q4 FY 2021
(julho a setembro de 2021)
Diferença
Receita US$ 64,67 bilhões US$ 83,36 bilhões + 28,84%
Lucro US$ 12,67 bilhões US$ 20,55 bilhões + 62,16%

O quarto trimestre fiscal da Apple é aquele onde as vendas começam a subir por causa da expectativa pelos principais lançamentos. Interessante notar que o impacto dos novos produtos se deu por apenas um dia de vendas físicas: o que a Maçã de Cupertino acabou de divulgar nesta quinta-feira (28/10) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 25 de setembro de 2021. Um dia após o lançamento dos novos modelos do iPhone 13 e o novo iPad mini 6.

Os novos gadgets se tornaram disponíveis lá na civilização na última semana de setembro. O tio Laguna se pergunta quando a contabilidade da empresa vai incluir os dias ausentes para coincidir com o trimestre civil (eu sei). Enfim, graças ao hype pelos novos produtos, a receita da Maçã ficou acima dos oitenta bilhões de dólares!

Com base nos números divulgados, podemos constatar que a Apple arrecadou em média US$ 916,04 milhões diariamente nas 13 semanas que compõem o período divulgado, lucrando nada menos que US$ 225,83 milhões por dia. É um lucro bem maior que o do período equivalente de 2020, representando uma bela alta de 62% em relação a tal período do ano passado.

Vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:

SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE
Período → Receita
Q4 FY 2020
Receita
Q4 FY 2021
diferença
em relação a
Q4 FY 2020
iPhone US$ 26,44 bilhões US$ 38,87 bilhões + 46,98%
Mac US$ 9,03 bilhões US$ 9,18 bilhões + 1,62%
iPad US$ 6,8 bilhões US$ 8,25 bilhões + 21,4%
vestíveis e acessórios US$ 7,88 bilhões US$ 8,78 bilhões + 11,54%
assinaturas US$ 14,55 bilhões US$ 18,28 bilhões + 25,62%
TOTAL: US$ 64,67 bilhões US$ 83,36 bilhões + 28,84%

Em entrevista à CNBC, o CEO Tim Cook disse que a empresa californiana deixou de arrecadar US$ 6 bilhões no ano fiscal de 2021 (outubro de 2020 a setembro de 2021) por causa da crise dos semicondutores, situação pós-pandemia que ainda afeta a cadeia de suprimentos de várias fabricantes de tecnologia. Mesmo com os países do Sudeste Asiático tendo rigorosa disciplina em relação aos cuidados sanitários, a produção dos chips e outros componentes eletrônicos ainda não consegue acompanhar a demanda.

Duas Chinas?

O continente asiático por si só arrecadou US$ 25,746 bilhões no terceiro trimestre civil de 2021. A arrecadação da Apple na Ásia viu portanto uma alta de 50,56% em relação ao período equivalente de 2020 (US$ 17,1 bilhões no Q4 FY 2020). Podemos culpar o maior mercado consumidor ali, a China, cuja receita sozinha aumentou em 83,27%, de US$ 7,95 bi para os US$ 14,56 bilhões no Q4 FY 2021. Quase o dobro!

Com US$ 14,56 bilhões dos US$ 25,7 bi, a China representou mais de 56% da arrecadação da Maçã na Ásia, conseguindo mais que o dobro da arrecadação da Apple no Japão (US$ 5,99 bilhões) no Q4 FY 2021. Somando apenas o País do Meio com a Terra do Sol Nascente a arrecadação conjunta seria bem próxima do valor arrecadado pela Apple na Europa (US$ 20,79 bi), mas China e Europa ainda não bateram juntas o continente americano (US$ 36,82 bi).

Como a Maçã de US$ 2,52 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple vai muito bem na China e no mercado asiático como um todo.

Fontes: 9 to 5 Mac e Bloomberg.

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