Uma das mais belas chuvas de meteoros do ano é a das Perseidas, que visitam a Terra todos os anos entre meados de julho e de agosto. Seu ponto alto será esta semana, na madrugada entre os dias 12 e 13. Este ano, porém, uma convidada inconveniente pode ofuscar o brilho do espetáculo em todo o planeta: a Lua.
Ela estará na chamada fase minguante gibosa (ou seja, ainda com brilho suficiente) e acima do horizonte logo no início da madrugada, exatamente na hora e na faixa do céu em que as Perseidas estão em seu apogeu.
A lua minguante gibosa ainda tem brilho o suficiente para competir com as Perseidas.Fonte: Shutterstock/taffpixture
Para os observadores brasileiros, a intromissão vai ter um custo alto, Observadores do hemisfério norte são mais privilegiados do que os do sul, que têm que se contentar com um radiante (o ponto de onde os meteoros parecem vir) muito baixo ou mesmo abaixo da linha do horizonte. Isso faz com que o número de meteoros avistados por hora caia para dez a 15 (os avistamentos acima do Equador são de 45 a 90 meteoros por hora).
Binóculos, app e paciência
Para acompanhar o aparecimento das Perseidas é preciso paciência: elas começam a riscar o céu ao anoitecer. Ao longo da noite, o número de avistamentos se intensifica – este ano, o pico será nas primeiras horas do dia 13, cerca de duas horas antes de o Sol nascer.
A chuva de meteoros é bem visível a olho nu, mas nada que um binóculo não melhore. Para saber para que direção apontá-lo, baixe um aplicativo de mapeamento do céu, (como o Star Chart) para saber onde está a constelação de Perseu (por isso o nome de Perseidas – os meteoros dão a impressão de partir desse conjunto de estrelas).
Cada ano mais perto
As Perseidas atingem a Terra quando o planeta atravessa o caminho dos fragmentos ejetados pelo cometa Swift-Tuttle – a chamada Nuvem Perseida, formada por partículas ejetadas pelo cometa quando este passa perto do Sol. A maior parte desse material tem cerca de mil anos, à exceção de um filamento relativamente recente, formado quando o cometa passou por aqui em 1862. As partículas, ao entrarem na atmosfera terrestre a 60km/h, incendeiam-se, produzindo o espetáculo.
A última vez que o Swift-Tuttle passou pela parte interna do nosso sistema solar foi em 1992. Nas próximas duas vezes em que percorrer seu caminho ao redor do Sol (em 2126 e 2261), ele estará a cerca de 22,5 milhões de quilômetros da Terra e ocupará o céu mais brilhantemente do que a chuva de meteoros que provoca: será uma aparição memorável, engrossando as Perseidas de uma maneira espetacular.
Quem estiver vivo em 3044 vai ter uma experiência inesquecível: o cometa passará a 1,6 milhão de quilômetros da Terra (a Lua está a cerca de 385 mil quilômetros). Será uma aparição e tanto.
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