Como a Superliga Europeia poderá afetar a indústria de games

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Esta semana o mundo do futebol foi atingido por uma bomba gigantesca: no último domingo (18), 12 dos maiores clubes do planeta anunciaram a Superliga Europeia, uma competição que visa tornar mais frequente os confrontos entre as principais forças da Europa e principalmente, aumentar consideravelmente o faturamento das equipes. Porém, a novidade não foi bem recebida e poderá mexer nas estruturas não só do esporte mais adorado do planeta.

Superliga no FIFA?

Fifa 21 (Crédito: Divulgação/EA)

Explicando qual a ideia por trás da Superliga, trata-se de um torneio composto por 20 clubes, sendo os 12 fundadores (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madrid, Barcelona, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus e Milan) cujas participações seriam garantidas; além de três convidados e mais cinco que se classificariam anualmente, de acordo com seus desempenhos nos campeonatos nacionais. As equipes seriam divididas em dois grupos, com os participantes se enfrentando em partidas de ida e volta, e ao fim da primeira fase, os quatro melhores de cada grupo se classificariam para o tradicional mata-mata, a partir das quartas de final.

A intenção é fazer com que as partidas aconteçam no meio das semanas, substituindo assim aquela que hoje é a principal competição de clubes do mundo, a Liga dos Campeões e é aí que começam os problemas. Vendo que a sua galinha dos ovos de ouro minguaria sem a presença de clubes tão poderosos, a UEFA correu para repudiar a proposta, tendo inclusive recebido apoio das federações italiana, inglesa e espanhola, que prometem desfiliar os insurgentes e consequentemente excluí-los de seus campeonatos.

Quem também se declarou contra a criação da Superliga foi a FIFA, dizendo que os atletas que entrarem em campo poderão ser impedidos de defender suas seleções, o que evidentemente afetaria as próximas edições da Copa do Mundo ou torneios como a Eurocopa, Copa América, Copa Africana de Nações, etc.

Mas se o que está se desenhando no horizonte tem potencial para se tornar a maior batalha jurídica da história do futebol, superando até mesmo o emblemático Caso Bosman, por enquanto as ameaças não passam disso, bravatas disparadas por todos os lados e que tentam mostrar quem tem mais forças. Porém, a guerra fria entre os clubes europeus e as entidades que controlam o futebol está esquentando e já mostra os primeiros resultados.

No dia seguinte ao anúncio da Superliga Europeia, a UEFA divulgou as mudanças que pretende implementar na Champions League a partir de 2024. De acordo com o que ficou estabelecido numa reunião, o torneio passará a contar com 36 participantes, sendo que cada um disputará 10 jogos no formato liga (pontos corridos) e os oitos primeiros estarão classificados para as quartas de final. Já os que ficarem entre a nona e a 24ª posição geral disputarão as oitavas de final.

Com isso, a competição passará a ter 100 jogos a mais do que os atuais 125 e é uma clara concessão feita para evitar a debandada dos gigantes. Se será suficiente, ainda não sabemos, mas é importante dizer que a ideia da Superliga é algo que vinha fermentando há anos e por mais que ela se mostre apenas um blefe, já tem tirado o sono de muita gente.

Superliga x UEFA… EA Sports x Konami

EFootball Pro Evolution Soccer 2021 (Crédito: Divulgação/EA)

Saindo dos campos reais e passando para os virtuais, a empresa que poderia sofrer o maior impacto caso a Superliga Europeia saia do papel é a Electronic Arts. Contando hoje com a exclusividade para reproduzir a Liga dos Campeões nos seus jogos, se 20 dos principais clubes europeus não participarem das próximas edições do torneio, o jogo de futebol da empresa americana certamente perderia bastante apelo junto ao seu público. Some a isso a possibilidade da Premier League deixar de contar com seis das suas principais forças e lá se vai outra exclusividade de peso.

Outro problema estaria no banimento que a entidade maior do futebol está prometendo levar aos atletas. Se isso acontecer, resta a dúvida sobre a EA poder continuar utilizando suas imagens, algo que poderia ter uma catastrófica consequência no mais lucrativo modo da série FIFA, o Ultimate Team.

Mesmo a possibilidade da EA fechar um contrato para poder reproduzir nos seus jogos a Superliga parece pequena, afinal estamos falando de uma franquia licenciada e que carrega consigo o nome da sua principal parceria. Pois é aí que entra o outro lado desta disputa, a Konami e o seu Pro Evolution Soccer.

Sem estar sob a sombra de contratos com as principais entidades que regem o esporte e sem todo o enorme investimento anual que a concorrente faz na aquisição de exclusividades, a editora japonesa poderia aproveitar esta brecha para garantir os direitos para ter a nova competição no PES. Eles poderiam inclusive aproveitar a proximidade que possuem com alguns dos fundadores da Superliga, como a Juventus de Turim, Barcelona, Arsenal e Manchester United, clubes que estão fielmente recriados no último capítulo da série e que até contam com edições especiais.

Onde os sinais de alerta também foram disparados é na Sports Interactive, conhecida por desenvolver a série Football Manager. Por se tratar de um simulador que nos coloca para controlar todos os aspectos de clubes do mundo inteiro, o que está sendo proposto alteraria profundamente a estrutura do jogo e a maneira encontrada pelo estúdio inglês para se pronunciar sobre o assunto foi fazendo piada com a situação.

Mas se no caso do Brexit a Sports Interactive buscou levar ao Football Manager 2017 aquilo que poderia acontecer no mundo real, no caso da Superliga eu só consigo desejar que de alguma forma a arte não imite a vida. No fundo eu ainda acho que tudo não passará de uma espessa coluna de fumaça, com os 12 fundadores usando sua força para tirar mais alguns milhões de euros da UEFA e a Champions League continuando como o ápice do futebol mundial.

Contudo, assim como muitos apaixonados pelo esporte — incluindo aí torcedores dos 12 clubes que se juntaram para esta tentativa de segregação —, considero essa proposta absurda, um insulto aos clubes menores e a todos que ainda acreditam na possibilidade de um David poder derrotar um Golias, mesmo com ela se tornando cada vez menor. Por tudo isso e por não acreditar na conversinha fiada de cartolas milionários de que a Superliga está vindo para salvar o futebol, espero que pelo menos no mundo virtual eu possa continuar curtindo o pouco do lado lúdico que ainda resta no esporte.



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