A missão Psyche da NASA explorará um asteroide gigante de metal, localizado entre Marte e Júpiter, em órbita do Sol. O corpo espacial de cerca de 210 quilômetros de diâmetro é o único do tipo no Sistema Solar, pois — ao contrário da maioria observada ser formada principalmente por rochas, gelo ou gás — apresenta uma composição 95% de ferro metálico e níquel, semelhante ao núcleo da Terra. A expectativa é a de que a iniciativa forneça informações importantes sobre a origem planetária.
Descoberto em 1852 pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis, ele foi chamado de 16 Psyche — por ser o 16º asteroide já catalogado e apelidado em homenagem a deusa grega da alma. Acredita-se que seja um núcleo exposto de um planeta primitivo destruído, devido a uma série de colisões violentas há bilhões de anos. Sua estrutura remanescente tem uma massa em torno de 220 bilhões de quilos — 0,03% da massa da Lua.
O projeto foi aprovado em 2017 — assim como a Lucy, que visitará o campo de asteroides Trojan, na região de Júpiter —, e faz parte do programa Discovery que visa “ousadamente ir a lugares onde nunca estivemos para possibilitar ciência inovadora”, segundo a fala de Thomas Zurbuchen, membro do departamento de ciência em comunicado da agência.
Até o momento, nenhuma sonda exploratória visitou um objeto similar. A partir de um foguete SpaceX Falcon Heavy, o lançamento está previsto para 2022, e utilizará propulsão elétrica solar de baixo empuxo para conduzir uma assistência de gravidade. Ele passará por Marte em 2023 e atingirá seu destino em 2026, ano em que iniciará uma órbita de 21 meses para captar as primeiras imagens e estudar as propriedades e surgimento do 16 Psyche.
O veículo espacial terá 24,76 metros de comprimento e 7,34 metros de largura, e terá a bordo alguns instrumentos principais. Dentre eles, duas câmeras de alta resolução e um espectrômetro de raios gama e nêutrons para determinar a composição do asteroide e caracterizar sua topografia.
Além desses, contará com um magnetômetro para verificar se o corpo possui um campo magnético e um aparelho para medir o campo gravitacional, bem como criar uma faixa de frequência para estabelecer comunicação. Para isso, a missão testará uma nova tecnologia a laser, capaz de codificar dados em fótons — ao invés de ondas de rádio — e transferir informações de forma mais veloz.
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