Os hackers são conhecidos por invadir sistemas de computadores, a fim de extrair informações sigilosas e buscar formas para conquistar vantagens. Nesse sentido, parte da origem dos maiores crimes digitais envolve invasão em redes para efetuação de roubos e fraudes. Porém, para chegar ao “estrelato”, os responsáveis por esses trabalhos acabaram capturados pelas autoridades.
Por outro lado, diante do seu conhecimento em cibersegurança, alguns desses sujeitos passaram de inimigos a parceiros da lei. No caso, eles foram contratados para atuar no mercado de threat hunting (investigação e caça às ameaças), no qual são feitas análises de vulnerabilidades em sistemas institucionais e são elaborados métodos de segurança mais avançados. Bateu a curiosidade? Confira uma lista com as principais histórias sobre os maiores hackers do mundo e em como eles estão hoje.
1. Kevin Mitnick
Kevin MitnickFonte: CNET/Reprodução
Conhecido como o hacker mais famoso de todos os tempos, Kevin Mitnick ganhou a reputação por invadir uma série de sistemas computacionais de diversas empresas. O caso mais notório ocorreu em 1979, quando acessou ilegalmente a rede da Digital Equipment Corporation — companhia pioneira na indústria de computadores —, para copiar um software, roubar senhas e visualizar e-mails particulares.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos o classificou como o “o criminoso de computação mais procurado da história do país”, sendo capturado poucos anos depois. Contudo, enquanto fugia das autoridades, ele também foi capaz de roubar segredos de gigantes, como Motorola e Nokia.
Após a condenação e cumprimento de 5 anos na prisão, ele se tornou consultor de aprimoramento em segurança de computadores, além de palestrante sobre o assunto e diretor da companhia Mitnick Security Consulting. Sua história foi mundialmente divulgada e rendeu inúmeras matérias jornalísticas, livros, documentários e filmes, como o Caçada Virtual (2000).
2. Jonathan James
Jonathan JamesFonte: Wikipedia/Reprodução
Jonathan James, também conhecido por “c0mrade”, começou sua carreira aos 15 anos. Ele conseguiu hackear várias redes comerciais e governamentais nos EUA, depois de instalar um sistema que permitiu interceptar milhares de computadores militares e mensagens. Com todo esse “currículo”, o crime o enviou para a prisão enquanto ainda era menor de idade. Sua maior conquista foi acessar a rede da NASA e baixar informações de código-fonte dos trabalhos da agência (ativo equivalente a US$ 1,7 milhão, em 1999) na Estação Espacial Internacional.
Com essa invasão, ele podia acessar elementos necessários para a manutenção da vida de astronautas no espaço. De acordo com a organização, o software era responsável pelo suporte do ambiente físico do laboratório espacial, como controle de temperatura e umidade. Para que sua equipe evitasse um perigo maior e fizesse correções, a rede do satélite foi desligada por 3 semanas, ação que acarretou o custo de US$ 41 mil.
Em 2007, empresas e lojas de departamento foram vítimas de ataques cibernéticos, invasões que James negou ter participação. Com o decorrer das investigações, o hacker foi considerado suspeito. Por acreditar que seria condenado por crimes que não teria cometido, no ano seguinte ele cometeu suicídio.
3. Albert Gonzalez
Albert GonzalezFonte: Wikipedia/Reprodução
Albert Gonzalez é um dos hackers mais famosos do mundo por ter formado um grupo criminoso de planejamento de roubos de cartões de crédito. Chamado de ShadowCrew, a equipe criminosa também falsificava e vendia passaportes, cartões de seguro de saúde e certidões de nascimento para criar novas identidades.
Considerada a maior fraude desse tipo na história, no período de 2 anos, a atividade envolveu mais de 170 milhões de números de cartões de crédito roubados de sistemas bancários e financeiros — inclusive, em informações armazenadas em caixas eletrônicos. Gonzalez foi condenado à prisão por 20 anos, com previsão de liberdade para o final de 2025.
4. Kevin Poulsen
Kevin PoulsenFonte: Wikipedia/Reprodução
Kevin Poulsen, também conhecido como “Dark Dante”, ganhou visibilidade no assunto por invadir sistemas telefônicos. Em uma de suas ações, por exemplo, ele acessou a linha de uma estação de rádio para se anunciar como o vencedor de uma competição que tinha um Porsche como prêmio. No entanto, o hacker entrou de fato no radar do FBI quando violou sistemas federais e roubou informações de escutas telefônicas.
Após ser capturado, condenado à prisão por 51 meses (além de uma multa de US$ 56 mil) e posteriormente libertado em 1995, Poulsen buscou novos caminhos fora do mundo do crime digital. De início, ele desenvolveu o SecureDrop, um software de código livre e aberto que serve de plataforma segura para a comunicação entre jornalistas e suas fontes.
O interesse na nova área mudou totalmente os rumos de sua carreira: hoje trabalha como jornalista e editor colaborador de diversos veículos de prestígio, como Wired, The Daily Beast e The New Yorker.
AnonymousFonte: Wikipedia/Reprodução
O Anonymous pode ser definido como o grupo hacker mais famoso de todos os tempos, devido à falta de definição hierárquica e de identidade dos seus membros. A iniciativa surgiu em 2003, em meio a ataques coordenados de alvos como a Amazon, PayPal, Sony, órgãos governamentais e outros.
Sob a bandeira da liberdade de expressão e “hacktivismo”, o coletivo tem o hábito de revelar na web suas descobertas, que muitas vezes são ligadas a crimes praticados por figuras públicas. Essa atitude em certos momentos promoveu manifestações e ações similares em diversas partes do mundo.
Segurança da informação
Especialistas apontam que os principais alvos de hackers são grandes instituições, em especial as bancárias. Entretanto, dados de usuários podem ser roubados para coleta de informações adicionais e venda no mercado ilegal, por exemplo, em tentativas de phishing.
No Brasil, cada vez se torna mais frequente notícias sobre ataques cibernéticos, com o vazamento de informações como CPF, data de nascimento e e-mail. Dessa forma, é importante conhecer e desenvolver medidas para garantir a segurança de dados, assim como para a navegação e armazenamento de informações em dispositivos conectados à internet.
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