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CRISPR pode gerar consequências graves em embriões, indica estudo

Uma nova experimentação de edição genética usando a técnica CRISPR, cientistas chegaram a resultados assustadores. Edições em embriões de 14 dias de maturação tiveram consequências indesejáveis e podem até levar a deficiências durante o parto e câncer em idades mais avançadas.

O experimento utilizou 25 embriões humanos — sete deles sem qualquer edição, servindo como grupo de controle. O grupo de cientistas — liderado por Kathy Niakan e composto por outros estudiosos do Instituto Francis Crick — tentou editar o gene POU5F1, uma proteína envolvida na auto-renovação de células tronco embrionárias indiferenciadas. Entretanto, o resultado da aplicação do CRISPR teve consequências não esperadas e que podem prejudicar a saúde durante seu desenvolvimento ou câncer quando mais velho.

“Edições genéticas não desejadas surgiram em aproximadamente 22% das células embrionárias analisadas”, afirma o relatório. Em uma analogia, CRISPR pode ser comparada a uma grande faca, ao invés de “tesouras moleculares”, já que sua aplicação desencadeia um “efeito dominó” sobre o desenvolvimento do embrião.

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Todos os embriões estudados e modificados — até mesmo o grupo de controle — foram descartados após o experimento. Por fim, o grupo espera que esse resultado sirva como aviso para possíveis consequências em bebês modificados através do CRISPR.

Por que fazer edições genéticas?

Para os cientistas, levar edições genéticas aos seres humanos é a tentativa de garantir o surgimento de pessoas mais saudáveis e menos propensas a ao desenvolvimento de deficiências durante o desenvolvimento e após o nascimento.

Contudo, as pesquisas relacionadas estão constantemente em discussão. Críticos da área avaliam esse tipo de experimentação como “brincar com fogo”, podendo gerar consequências ainda não conhecidas e nunca previstas. Além disso, esse tipo de tecnologia também sofre críticas éticas: a ideia de pais poderem comprar genes de outros humanos para criação de filhos mais saudáveis ou com outras características é um risco evidente. Em um cenário hipotético onde há controle e segurança na edição genética, a humanidade poderia caminhar para a criação de crianças de uma etnia única.

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Estudos já avançados

A edição genética não é novidade e está em discussão na comunidade científica desde a última década. Em 2018, He Jiankui — cientista chinês — afirmou ter aplicado CRISPR para tornar dois irmãos gêmeos imunes ao HIV. Esse experimento foi fortemente rechaçado pela comunidade científica e acabou sendo batizada como o “os bebês CRISPR”.

Ambas nasceram aparentemente saudáveis, mas a atual condição delas é um mistério. Posteriormente, em dezembro de 2019, Jiankui confirmou que outra criança editada através do CRISPR nasceu.

Na Rússia, o biólogo Denis Rebrikov defendeu a edição embrionária em uma entrevista para o Nature. Em seu argumento, o CRISPR poderia ser um grande aliado para evitar o nascimento de crianças surdas. Segundo ele, cinco famílias russas já se voluntariaram para ter seus respectivos embriões editados.

Até o momento, todas essas pesquisas são totalmente experimentais e essa tecnologia está distante do público. É provável que a aplicação de CRISPR não seja autorizada até o fim do debate científico sobre a ética dessa técnica e em quais casos deve ser utilizada.


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