Um dos temas sociais mais discutidos mundo afora é a desigualdade de riquezas. Um novo estudo mostra que isso acontece na Europa há pelo menos 6,6 mil anos, ainda na época dos primeiros agricultores do Velho Continente. Pesquisadores da Universidade de Umeå, na Suécia, estudaram túmulos da comunidade de Oslonki, na Polônia, para chegar a essa conclusão.
Cerca de 25% das pessoas enterradas no local possuíam riquezas como pingentes e colares de contas. Entretanto, isso não significa necessariamente que elas tinham mais status social durante a vida. “Os itens podem ter sido colocados pelos familiares como forma de promover o status social do ente falecido”, analisou a principal responsável pelo estudo, Chelsea Budd.
Por isso, a equipe de Budd resolveu analisar a composição dos esqueletos em buscas de pistas do comportamento social das pessoas. Foram analisadas as composições de isótopos de carbono e nitrogênio nos ossos de 30 pessoas, que viveram em um intervalo de 200 anos.
Análise dos ossos mostrou desigualdade social.Fonte: Universidade de Umeå
Foi descoberto que aqueles enterrados com itens de cobre possuíam um equilíbrio particular dos isótopos de carbono. Esse mesmo equilíbrio foi encontrado em ossos de gado encontrados na região dos túmulos, sugerindo que a carne dos animais era consumida por essas pessoas.
Os animais teriam conseguido esse equilíbrio através de uma dieta nutritiva, resultante de pastagens abertas e bem-iluminadas. O mesmo equilíbrio não é visto em plantas que ficam em locais cheio de árvores improdutivas e sombras, dando a entender que as pessoas enterradas com cobre também possuíam terras e animais.
“Túmulos ricos não significa necessariamente pessoas ricas em nenhum momento da história”, explicou Mark Peace, da Universidade de Nottingham, no Reino Unidos. Porém, a análise óssea pode trazer mais dados sociais de uma época distante. Os pesquisadores também conseguiram notar que as características dos isótopos foi notada em diferentes gerações, podendo significar que as terras eram herdadas.
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