Diablo – A assustadora bomba atômica que não explodiu

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Quando a Melhor Coréia testa uma bomba atômica o mundo inteiro entra em pânico, mas em verdade isso já foi muito comum, a ponto de hotéis em Las Vegas montarem eventos para acompanhar as explosões. Só os EUA detonaram 1054 dispositivos nucleares, seguidos dos soviéticos com 715 artefatos, mas o mais assustador não é a bomba que explode, é a que não explodiu, no caso a codinome Diablo.

Era 12 de Julho de 1957. O local, a área de testes de Nevada. No meio do deserto VIPs, fuzileiros em trincheiras, cientistas e engenheiros, todos acompanhavam a contagem regressiva. A tensão era palpável, exceto para algumas centenas de porcos, alguns vestindo uniformes de vários materiais para testar a resistência à onda térmica e radiação. Os porcos estavam calmos por não terem noção do funcionamento de dispositivos de fusão.

No bunker principal a contagem se aproximava de zero. Nesse momento um sinal eletrônico seria enviado para a bomba, que checaria uma série de parâmetros e sinais de controle. Caso todos fossem positivos, um sinal sincronizado de forma absurda ativaria um gerador de nêutrons, ao mesmo tempo em que lentes explosivas seriam detonadas, comprimindo dos hemisférios de Urânio235, que com a pressão atingiriam massa crítica.

Não é a Diablo mas o importante é saber qual fio puxar.

Os nêutrons atingiriam os núcleos de Urânio, que seriam destruídos, liberando uma quantidade imensa de energia. Isso é uma bomba de fissão, mas no caso ela é apenas a espoleta. Uma quantidade imensa de raios-X é gerada. Eles atingem um cilindro com um núcleo de Plutônio envolto em espuma e Hidrogênio. Apesar de estarem muito próximos, o material vaporizado pela primeira detonação não teve tempo de se mover.

O núcleo de Plutônio é atingido somente pelos Raios-X, que com o ambiente a uma temperatura de um milhão de Kelvins é comprimido a ponto de iniciar ele mesmo uma reação de fissão.

O Plutônio explode, comprimindo o Hidrogênio e fazendo com que ele atinja uma temperatura de 300 milhões de Kelvins, iniciando uma reação de fusão e aí sim a brincadeira fica séria.

Diablo, a bomba termonuclear testada estava no alto de uma torre de 150 metros. Em aviões de observação pilotos desviavam o olhar, nas trincheiras todos esperavam o clarão que em alguns casos projetavam nas paredes a sombra dos esqueletos das testemunhas da explosão, mas nada aconteceu.

A 3,5Km do local da detonação 2500 fuzileiros se entreolhavam. No bunker de controle, a 16Km de distância, todos olhavam para o Dr Gerald Johnson, diretor do teste. Vendo que a bomba não ia detonar, ele começou a organizar os próximos passos. Era perigoso demais evacuar os soldados nas trincheiras, caso a bomba explodisse, eles receberiam uma dose indesejada de radiação e calor.

Uma torre típica de teste de artefatos nucleares. A da Diablo era um pouco mais alta.

Era imperativo que a bomba que não explodiu continuasse não explodindo, para isso alguém teria que ir até ela e desconectar alguns cabos. Johnson rapidamente montou uma equipe, com dois indicados e três voluntários, esse pessoal aqui.

Eles eram: Walter Arnold e Forrest Fairbrother, engenheiros, Bernard Rubin, engenheiro químico, Edmund Tucker, funcionário da empresa que montou a instrumentação que monitorava a bomba, e por último Robert Burton, engenheiro elétrico da Sandia Corporation e responsável por armar a bomba.

Tudo nerd.

Depois de uma viagem curta de carro, eles chegaram à base da torre. Havia um elevador, mas o motor havia sido removido para ser usado em outra torre. A suspeita era que durante a remoção do motor alguma ligação elétrica importante da bomba tenha sido rompida.

Enquanto se preparavam para subir, repararam que atrás de um painel havia uma lebre meio escondida. Eles a batizaram da lebre mais sortuda do mundo.

Reinstalar o motor estava fora de cogitação, havia o risco de gerarem um curto-circuito que detonaria a bomba. O jeito era subir 150 metros de escada de mão, no calor do deserto.

Três subiram, dois ficaram em solo, reportando o progresso via telefone. Em termos de segurança não faria diferença. Em caso de detonação eles nunca saberiam, a onda de calor os vaporizaria mais rápido do que levaria para os nervos transmitirem qualquer sinal ao cérebro. Naquela distância eles sequer enxergariam a detonação.

Depois de 45 minutos subindo, parando descansando e subindo eles atingiram a plataforma principal. Depois de medir por vazamento radioativo consideraram seguro subir para a última plataforma, aonde a bomba estava.

Uma inspeção visual não mostrou nada de errado, e decidiram prosseguir. Desaparafusando com as mãos as travas dos dois conectores principais, puxaram com decisão os cabos, desconectando e desarmando a bomba.

Relaxando, eles usaram o telefone da plataforma para mandar que alguém reinstalasse o motor do elevador, ninguém ia descer aquele monte de escadas.

Três dias depois, com o cabeamento refeito, Diablo explodiu com sucesso, vaporizando a torre, como planejado. Não há notícia do destino da lebre, mas aperte F para os porquinhos.

Fonte: Revista Life

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