Depois de seis longos meses de espera desde a estreia no Disney Plus, finalmente as 19 primeiras temporadas de Os Simpsons receberam a opção de serem vistas em seu formato original, com proporção 4:3. Por que demorou tanto para que os Serviços de Streaming da Disney (DSS) disponibilizassem essa opção?

A diferença entre as duas versões dos episódios clássicos de Os Simpsons: a vandalizada (conhecida como “remasterizada”) e a original, com a proporção 4:3 (crédito: Variety)
Apenas recapitulando, a FOX fez uma espécie de “remasterização à la Globo”* dos 428 primeiros episódios de Os Simpsons para agradar aos neandertais desprovidos de inteligência: tal versão vandalizada preenche totalmente o frame das atuais telas widescreen e, aos olhos do público desprovido de inteligência, a imagem parece melhor.
Como tal versão vandalizada esticada e mutilada já estava pronta para o streaming, para não perder tempo o Disney Plus a disponibilizou logo de cara. E o público civilizado claramente não gostou, reclamando nas redes sociais.
Como lá na civilização vox populi, vox Dei, o Disney Plus ouviu, prometeu e cumpriu. Só que deu trabalho. Muito trabalho.

(crédito: Engadget)
Não é apenas uma questão de subir os assets dos 428 episódios originais e despejar como opção adicional, um extra, um bônus. Se fosse assim, seria uma “solução nas coxas”: alguém maratonando, a contragosto, a versão “remasterizada” poderia se perder ao querer retomar a maratona nos episódios em versão original 4:3, pois seria um outro título à parte.
A ideia seria integrar a versão original 4:3 como opção de exibição à versão vandalizada, como se fosse uma opção de áudio ou legenda tão comum nos aplicativos de streaming. Algo que o usuário pode mudar a qualquer momento durante a exibição do episódio. Foi o que o DSS fez.
Em todos os serviços de streaming o padrão é o container ser baseado em apenas um stream de vídeo. Na mídia física para home video (DVD, Blu-ray e Blu-ray 4K), por normalmente possuir maior largura de banda, há a possibilidade de um segundo stream de vídeo mas ele é reservado a algum ângulo de câmera adicional ou observação visual do comentário do diretor e/ou integrante do elenco.

(crédito: Joe Rice)
O vice-presidente dos serviços de streaming da Disney Joe Rice explicou que teve que retrabalhar a engine do ecossistema para abranger mais de um stream de vídeo por container. A equipe do DSS introduziu o conceito de “facets”, combinações flexíveis de componentes de áudio, vídeo e legenda, além dos metadados para buscas e seus algoritmos no Disney Plus.
Assim, cada parte de qualquer título incluso no serviço, não se limitando às 19 primeiras temporadas de Os Simpsons, poderá ser entregue e agrupado em várias combinações, sendo capaz de reutilizar os assets existentes e assim satisfazer à preferência de exibição escolhida pelo usuário, mantendo todos os recursos de interação do conteúdo no serviço de streaming.
Traduzindo: não há mais desculpa técnica para empurrar goela abaixo no consumidor uma versão “remasterizada” que distorce a exibição do material original.
*Não gosto de novelas, mas o tio Laguna fica na torcida para que a Globo inclua algo do tipo no Globoplay. Quem entende diz que no serviço de streaming da Vênus Platinada a novela Por Amor está esticada e a Belíssima ganhou um zoom terrível.
Tenho pena de quem tem que depender da emissora para assistir a conteúdo esportivo clássico. Se bem que basta ajustar a proporção de tela no televisor, mas a emissora conhece bem o seu público e sabe que a maioria do povo na barbárie é neandertal.
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