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Disney Research apresenta robô que possui “Olhar 43”

Que só tem bruxos na Disney Research não é novidade a muito tempo. O grupo de laboratórios, junto com a Disney Imagineering, o braço de engenharia e P&D da casa do Mickey, é responsável pelo desenvolvimento de uma série de tecnologias estado da arte, inicialmente para uso nos parques da empresa e outras iniciativas, como cinema e TV, mas que não raro são empregadas em outras aplicações.

A novidade da vez é uma nova cabeça robótica, parte dos famosos animatrônicos da Disney, que é capaz de realizar uma série de expressões naturais, até mesmo fazer contato visual.

Não é uma gracinha? (Crédito: Disney Research)

Não é uma gracinha? (Crédito: Disney Research)

Os áudio animatrônicos da Disney encantam o público desde os anos 1960, com Pierre, o passarinho robô que Walt comprou em New Orleans e decidiu aprimorar, ao Salão dos Presidentes, que conta com robôs realistas de todos os presidentes dos Estados Unidos. E sim, tem um do Trump também.

Por mais que hoje tenhamos CGis de altíssima qualidade, há uma certa magia em interagir com bonecos físicos, que falam e demonstram expressões, seja do Abraham Lincoln, da Ariel ou da Bela, em exposição na Tokyo Disneyland:

A Bela é o atual ápice de uma tecnologia que vem sendo refinada a quase 60 anos, em movimentação e principalmente expressões, mas sempre é possível melhorar, o que nos traz ao novo artigo (cuidado, PDF), uma pesquisa conjunta de profissionais da Disney Research, Disney Imagineering, CalTech e Universidade de Illinois.

A cabeça animatrônica apresentada no estudo não possui pele, o que lhe dá um ar sinistro e a faz cair direto no Vale da Estranheza, mas é necessário para observar o funcionamento dos diversos servo-motores que controlam os olhos. A pesquisa se concentrou em recriar os movimentos oculares reais de uma pessoa, em diversas atividades, o que inclui até mesmo micro-movimentos involuntários, que fazemos sem perceber.

Ao mesmo tempo, o robô é equipado com um sistema de câmeras que detecta uma pessoa próxima, permitindo algo que nenhum outro animatrônico da Disney jamais fez: contato visual. A cabeça mecânica sabe onde o rosto de um terceiro está posicionado e os olhos se voltam para ele, de modo que o autômato poderia interagir diretamente com um visitante em um parque.

O vídeo é curtinho, mas fascinante:

No artigo, os pesquisadores mencionam a capacidade do robô realizar expressões não só com os olhos, mas com todo o conjunto facial (pescoço, pálpebras, sobrancelhas, lábios e mandíbula) para simular expressões fiéis a de um humano. Os olhos, em especial podem piscar e fazer até “sacadas”, o movimento voluntário rápido de ambos os olhos em uma direção, e até simular a respiração.

A câmera de profundidade, por sua vez, mapeia um indivíduo próximo e analisa suas reações, permitindo que o robô responda de acordo, por exemplo, com um aceno de cabeça ou um sorriso. O algoritmo, por sua vez possui um “fator de vício”, em que o interesse do animatrônico por uma pessoa diminui com o tempo, permitindo que ele volte sua atenção a outros, afinal, é uma atração voltada inicialmente para os parques da Disney, com grande fluxo de pessoas (em situações normais, claro).

Ainda assim, há algumas limitações. Os pesquisadores apontam que o foco atual dos olhos estão ajustados para o infinito, perfeitamente alinhados, o que daria ao robô um “olhar de peixe morto”. Em uma interação, uma pessoa poderia perceber que o animatrônico não está olhando para ele, mas “através” dele, dando a impressão de desinteresse.

Ainda que haja desafios para criar um robô capaz de realmente interagir com uma pessoa, de forma individual (e quem sabe, até sustentar conversas personalizadas no futuro), a nova cabeça bizarra da Disney Research já demonstrou estar em outro nível, além dos atuais robôs da empresa.

Referências bibliográficas

PAN, M.K.X.J. et. al. Realistic and Interactive Robot Gaze. IEEE/RSJ International Conference on Intelligent Robots and Systems (IROS) (2020), 7 páginas, 23 de outubro de 2020.

Fonte: Disney Research


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