E as minas da Rússia não curtem música finlandesa…

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Hoje o dia foi bem agitado no Golfo Pérsico, ao menos pros tripulantes do USS Boxer, um daqueles mini-porta-aviões dos Fuzileiros Navais dos EUA. O Irã está botando as manguinhas de fora, atacando petroleiros, sequestrando navios e mês passado derrubaram um drone americano de US$220 milhões, hoje foi dia de provocar e levar o troco.

Entre as ações do dia:

1 – Um helicóptero Bell 212 desarmado do Irã se aproximou a poucos metros do USS Boxer, teve que ser espantado por um helicóptero americano.

2 – Um navio de guerra iraniano chegou a 500 metros do USS Boxer, acompanhando-o por um bom tempo.

3 – Um Harbin Y-12 fez um vôo muito próximo dos navios, também desarmado.

E finalmente…

4 – Um drone iraniano se aproximou a menos de 900 metros do USS Boxer, ignorando repetidos avisos, e acabou sendo derrubado.

A situação está tão “fluída”  que os fuzileiros colocaram um blindado LAV-25 no convés para ajudar a atacar as temidas e irritantes lanchas de combate iranianas:

Só que a parte interessante está na popa, e tem a ver com como derrubaram o drone iraniano, veja:

Reparou algo diferente? Aquele jipe ali na pontinha. ENHANCE!!!

Esse é o Light Marine Air Defense Integrated System, sistema indegrado leve de defesa aérea dos Fuzileiros, um conjunto de radares e câmeras que vasculha o espaço aéreo atrás de drones, e caso identifique um inimigo, aciona um transmissor que interfere nas frequências de rádio usadas pelos pilotos remotos, derrubando o drone.

Como o sistema é portátil, enquanto não é certificado e instalado nos navios, os fuzileiros tiveram a idéia de colocar o bicho no convés, é melhor que nada, e nesse caso, funcionou, mas nem de longe foi a mais criativa marmotagem tecnológica usando interferência de rádio.

A Segunda Guerra Mundial não foi monolítica, várias guerrinhas menores ocorreram ao mesmo tempo, incluindo Finlândia versus União Soviética, e quando a Finlândia viu que ninguém iria ajudá-la, recorreu ao velho ditado que o inimigo do meu inimigo é meu amigo, mesmo que o inimigo do inimigo seja Adolf Hitler.

Embora não fizesse parte do Eixo, a Finlândia se aliou à Alemanha, que contribuiu com equipamento e suprimentos, garantindo uma segunda frente contra os russos.

Os finlandeses lutaram com ferocidade, controlando o inverno com uma ferocidade da Elsa depois que o namorado sugeriu um menage com a Anna. Eles costumavam colocar os corpos dos soldados russos em poses grotescas, para assustar as tropas inimigas.

Isso quando não avisavam que Simo Häyhä estava na área. A simples menção do sniper finlandês que matou 505 homens em um ano causava terror ao inimigo.

Entra Vyborg

Nas idas e vindas da guerra, as tropas finlandesas retomaram a cidade de Vyborg, que hoje fica na Rússia a 38Km da fronteira mas calma a cidade não mudou de lugar, foi a fronteira.

Quando os soldados finlandeses tentaram perseguir os russos que se retiravam, foram dizimados por minas terrestres, e para espanto geral, minas continuavam explodindo na cidade, e só depois de 17 explosões um golpe de sorte mudou o rumo da situação: Uma detonação destruiu parte da Ponte Kuukaup, mas na outra ponta nada aconteceu; 600Kg de explosivos foram achados, ligados a uma mina especial, que por não ser produzida pelos Fogos Caramuru, Deu chabú.

Vendo que a mina era algo completamente novo (eu me recuso a fazer a piada com “mina novinha” que você pensou) o equipamento foi repassando de setor em setor até cair nas mãos de Jouko Pohjanpalo, um engenheiro e cientista considerado o Pai do rádio na Finlândia.

Usando os laboratórios da Companhia Nacional de Radiodifusão, a mina foi desmontada, examinada e teve seu brilhante mecanismo identificado. Era uma mina de detonação remota, controlada por rádio. Algo bem incomum em 1941.

A mina tinha uma bateria que durava entre um ou dois meses, usando um timer que acionava o receptor por quinze segundos a cada dois minutos, outros a cada dez. O mecanismo de detonação era, repito, brilhante.

Era baseado nisto aqui:

Isso é um diapasão, um equipamento usado para afinar instrumentos musicais. Ele é afinado de fábrica para vibrar a uma frequência específica, e a bomba no caso tinha três, cada um em uma frequência. Quando a transmissão de rádio recebida pelo equipamento, convertida em som emitia uma nota na frequência certa, o diapasão vibrava, fechando um contato elétrico. Um sinal transmitindo as três ondas sonoras detonaria a bomba.

Isso evitava que a simples presença de um sinal de rádio, algo que pode acontecer por N motivos provocasse uma explosão, e mesmo que algo entrasse no canal com um som válido, não seria suficiente, as chances de um sinal aleatório transmitir os três sons era zero.

Os finlandeses tiveram a idéia de interferir com os sinais, eles precisavam ocupar a faixa de 715 kHz com algum tipo de som aleatório, que pulasse de frequência o tempo todo. Imediatamente surgiu a resposta: A Polca de Säkkijärvi, uma música extremamente popular na época, e que tinha todas as frequências erradas para detonar as minas:

A música começou a ser transmitida por todas as estações de rádio disponíveis. Os russos tentaram sobrepujar o sinal, mas seus transmissores ficavam muito distantes. Quando sinais russos em outras frequências apareceram, indicando que havia minas usando frequências alternativas, os finlandeses começaram a transmitir nessas frequências também.

O tempo entre descobrir a mina deduzir seu funcionamento e implementar o esquema de contramedidas eletrônicas foi de 3 dias.

Há relatos de 300 minas encontradas, alguns dizem ser exagero, outros imaginam que algumas ainda não foram descobertas, mas depois de dois meses ininterruptos da tal polca sendo tocada, as baterias se esgotaram ou as minas cometeram suicídio, eu aposto na segunda opção.

Depois que as transmissões começaram nenhuma mina explodiu, e incontáveis soldados e moradores de Vyborg devem sua vida… a uma polca.

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