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A princípio, não é possível comprar um notebook com placa de vídeo externa já que este tipo de produto não está disponível no mercado. Além disso, adaptar uma placa de vídeo offboard a um laptop, embora possível tecnicamente, é um processo bastante restrito: ele envolve o uso de adaptadores dedicados, um conhecimento mais aprofundado de hardware, além da importação de componentes que não são facilmente encontrados no Brasil. Vale a pena comprar um notebook com placa de vídeo dedicada? A ideia de usar um placa de vídeo de desktop para melhorar a performance gráfica de um notebook surgiu há alguns anos, numa época em que computadores portáteis não tinham hardware veloz o suficiente para se arriscar em jogos. Com o tempo, tanto NVIDIA como AMD começaram a desenvolver placas dedicadas capazes de suprir essa necessidade e a prática da placa de vídeo offboard caiu em desuso, ficando restrita a entusiastas. Uso de placa de vídeo externa em notebooks depende de espaço e limita a portabilidade do notebook (Foto: Reprodução/PCekspert) A solução era mais popular, portanto, quando a performance gráfica de notebooks era inexistente e quando placas de vídeo em si não eram monstros consumidores de energia, enormes e de alta capacidade de processamento. Hoje, não há nenhuma interface que permita, por exemplo, ligar uma placa de vídeo a um notebook fazendo uso do seu potencial máximo. Quais são os problemas a serem enfrentados na adaptação? Admitindo que você queira correr os riscos, mas acabe tendo má sorte, e uma sucessão de todos os erros e dificuldades possíveis, você está encarando os seguintes riscos e problemas: – Importação de componentes; – Grande possibilidade de que o notebook não tenha as portas necessárias; – Conflitos causados por drivers; – Adaptação complexa, já que a placa de vídeo precisa ser ligada a uma fonte externa de desktop e há riscos em deixá-la exposta; – Ganhos de performance limitados pela interface de conexão escolhida; – Riscos de superaquecimento do processador e uma sucessão de telas azuis em situações de alta demanda; – Em alguns casos, a tela do notebook não vai funcionar com a placa de vídeo em função da frequência de atualização. Nesses casos, será necessário ligar a eGPU a um monitor externo; – Seu notebook deixará de ser portátil, ao menos quando você desejar usar a placa de vídeo. O que é preciso para ligar uma placa de vídeo de desktop a um notebook? Caso você ainda esteja interessado na adaptação, é preciso, antes de mais nada, descobrir se o notebook que você pretende usar oferece portas específicas, capazes de suprir a largura de banda necessária para conectar uma eGPU. As únicas portas viáveis para conectar uma placa externa são ExpressCard, mPCIe e Thunderbolt. Na hipótese de seu laptop não dispor de nenhuma delas, você terá que abrir mão da empreitada, uma vez que conexões via USB 2.0, 3.0 e FireWire, por exemplo, não oferecem a largura de banda necessária para que a placa de vídeo externa troque dados com o computador. Adaptadores usam slot externo para conexão de placa de vídeo offboard a um notebook (Foto: Divulgação/Beast) E mesmo que seu computador tenha qualquer uma das portas necessárias, é preciso considerar que ainda assim haverá o chamado efeito gargalo: as portas ExpressCard e mPCIe nunca foram desenvolvidas para esse tipo de uso e oferecem uma largura de banda bastante estreita para a placa de vídeo, o que se traduz em uma menor capacidade de troca de dados com o computador. Em resumo, significa que mesmo que você tenha conseguido colocar tudo para funcionar, no fim das contas, a placa offboard não funcionará a pleno vapor. Portas Thunderbolt 1.0 e 2.0, mais recentes que as outras, tem largura de banda superior, mas ainda assim não se compararam à estrutura ideal de um desktop convencional. Melhores placas para ligar no notebook Em virtude dos drivers mais recentes, os modelos da Nvidia são uma boa opção porque o recurso Optimus, usado em notebooks com placas de vídeo dedicadas, alterna naturalmente o uso de GPU do processador com placa de vídeo externa, o que reduz riscos de incompatibilidade. Placas da AMD, em virtude de complicações de drivers e compatibilidade, só devem ser consideradas viáveis em laptops que oferecem interface Thunderbolt. Dúvidas para montar um PC gamer? Dê uma olhada no Fórum do TechTudo. Uma ocorrência comum para quem se arrisca no processo de adaptação é encontrar o “Error 12”, em que o notebook não consegue gerenciar a placa externa e, por conta de um conflito, acaba tornando inviável o uso da adaptação. Como funciona o uso de uma placa de vídeo externa? O procedimento pressupõe o uso de um adaptador que conta com um barramento PCIe que você encontraria numa placa-mãe de desktop. Nesse barramento, a placa de vídeo é conectada. saiba mais Descubra a quantidade de memória da placa de vídeo do seu PC Nova placa de vídeo poderosa da AMD promete ser a mini-ITX mais rápida do mundo Guia de placas de vídeo: saiba como comprar a melhor para o seu PC GPUs atuais necessitam de grandes quantidade de energia elétrica para funcionar, então é necessário que, além do adaptador, você use uma fonte de energia independente para ligar a placa de vídeo. Do adaptador, um cabo precisa ser conectado ao notebook pela interface de escolha. Na melhor das hipóteses, a porta Thunderbolt permite maior desempenho, já que tem largura de banda superior e deve reduzir o efeito gargalo da adaptação. Com tudo ligado em ordem, o processo depende do suporte oferecido pelo sistema operacional de escolha e dos drivers do fabricante da placa de vídeo. Num cenário de uso com um MacBook e Thunderbolt, por exemplo, tudo deve funcionar sem muitos ajustes. Na aplicação em um notebook mais antigo, com ExpressCard e Windows Vista, o processo de configuração pode consumir um bom tempo. Compensa adaptar uma placa de vídeo a um notebook? Como você pode ter percebido, a ideia de usar uma placa de vídeo offboard num notebook não é uma tarefa simples, exige conhecimento de hardware e, talvez, seja um processo divertido para entusiastas, mas está longe de ser uma solução popular para um problema comum: a falta de poder de processamento gráfico em notebooks. Alienware Graphisc Amplifier A Dell criou um adaptador mais completo, que elimina o efeito “gambiarra” de slots expostos, cabos soltos e dá mais segurança ao processo porque deixa as placas de vídeo mais protegidas. Mas, no fim das contas, a turbinada só vai funcionar corretamente nos notebooks Alienware que já são máquinas gamers e oferecem saídas PCIe de alta velocidade, ideais para a adaptação realista de uma placa de vídeo de desktop. Com o Alienware Amplifier, Dell oferece solução menos gambiarra para quem quer fazer upgrade gráfico num notebook Alienware (Foto: Divulgação/Dell) Há outros adaptadores do gênero no mercado que funcionam com as interfaces ExpressCard, mPCIe e Thunderbolt, mas com valores mais altos, na casa dos R$ 400, descontados valores de importação. Outras opções? A ideia de conectar uma eGPU a um laptop é comum entre aqueles que querem jogar sem abrir mão da mobilidade de um notebook. Mas a questão é que o processo de conexão a uma placa externa acaba com a mobilidade e, no fim das contas, significa custos que são equivalentes ao da montagem de um computador eficiente, no formato mini-ITX, se a ideia é evitar a construção de um gabinete enorme. Pequena gigante: lista reúne as melhores placas de vídeo mini ITX do Brasil Por exemplo: o custo de um adaptador EXP GDC, que usa a já rara porta ExpressCard, é de R$ 270, em média, sem considerar taxas de importação aplicadas pela Receita Federal e os custos de envio ao Brasil (em lojas nacionais, o mesmo adaptador é vendido por R$ 500). Some-se a isso o custo de uma fonte de energia de qualidade, em torno de R$ 250, além do valor de uma placa de vídeo de entrada, na casa dos R$ 800. O valor total pode bater a casa dos R$ 2 mil e a adaptação pode nem sequer funcionar corretamente. Futuro Todos os problemas e dificuldades são o fim da linha para o uso difundido de placas de vídeo offboard em notebooks? Não necessariamente. A nova versão das portas Thunderbolt, atualmente desenvolvidas pela Intel e pela Apple, terão largura de banda muito superior e podem fazer com que a ideia de usar placas externas volte a ser viável do ponto de vista técnico. Outra possibilidade serão as interfaces PCIe 4.0, previstas para começarem a chegar ao mercado no fim de 2016. A largura de banda será aumentada dramaticamente e, como há o formato compacto da interface, usado para conectar drives SSDs em notebooks, há possibilidades de usar essa porta como ponte entre uma placa de vídeo offboard e o laptop.
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