EA registra patente para dificuldade adaptativa em jogos

[ad_1]

Um dos maiores desafios dos criadores de games é garantir que os jogadores queiram permanecer o maior tempo possível em suas obras. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas para nos motivar a continuar jogando, incluindo a sensação de recompensa escondida nas microtransações, mas de acordo com uma patente registrada pela EA, a empresa desenvolveu uma tecnologia com este intuito e que pode tornar alguns jogos mais interessantes.

EA e a patente de dificuldade adaptativa

Crédito: Divulgação/EA

Segundo a proposta, o sistema automaticamente ajustaria o nível de dificuldade de acordo com a habilidade do jogador, fazendo assim com que, ao menos na teoria, a pessoa sinta mais prazer em jogar e consequentemente queira continuar se dedicando ao título. Conforme explicado no documento, os jogadores seriam separados em “grupos de usuários”, com cada um deles sendo atendido por um respectivo nível de dificuldade.

Os desenvolvedores de jogos normalmente desejam que os seus softwares atraiam seus usuários pelo maior tempo possível,” diz um trecho da patente. “[…] frequentemente os jogos que são muito difíceis ou muito fáceis resultam em menos diversão para o usuário. Consequentemente o usuário tende a jogar menos.

Embora a patente tenha sido registrada pela EA em outubro de 2020, ela só se tornou pública em 25 de março deste ano e um dos aspectos que mais chama a atenção nela é a promessa de que ao ser utilizada, ela faz “automáticos ajustes granulares na dificuldade”, garantindo assim que o usuário nem perceba quando o jogo se tornou mais fácil ou mais difícil.

Imagine por exemplo chegar a uma chefe e notar que ele é muito mais difícil do que esperávamos. Esta é uma situação pela qual todos nós já passamos e que provavelmente fez com que muitos desistissem do desafio — mesmo que temporariamente. O que este sistema propõe é ajustar a dificuldade em tempo real, fazendo com que o confronto pareça mais natural e as pessoas não se sintam frustradas.

Conseguir encontrar o equilíbrio quando se trata do nível de dificuldade é algo que sempre atormentou os desenvolvedores, principalmente porque as tradicionais opções presentes no início das campanhas podem não funcionar corretamente, com o modo fácil quase não apresentando desafios ou o difícil sendo digno de nos fazer querer atirar o controle na parede. Além disso, é natural que o jogador se torne mais habilidoso conforme domina as mecânicas do título e muitas vezes nem podemos alterar o nível de dificuldade após iniciarmos o jogo.

Porém, a ideia de implementar um sistema de dificuldade adaptativa não é algo que foi criado por esta patente, muito menos pela EA. Embora muitos nem saibam disso, no Resident Evil 4 já tínhamos algo parecido funcionando nos bastidores, com os inimigos se tornando mais ou menos agressivos de acordo com o nosso desempenho.

Outro exemplo, este mais claro, pode ser visto na série Left 4 Dead, onde uma inteligência artificial conhecida como The Director fica responsável por ditar tanto o desafio quanto o ritmo das campanhas que encaramos. É graças a ela que uma partida nunca será igual a anterior, com as armas, itens, hordas de zumbis e infectados especiais aparecendo em lugares diferentes de acordo com o “humor do diretor”.

Ou seja, este é o tipo de recurso que pode contribuir muito para aumentar a imersão nos jogos, mas no caso da Electronic Arts, será que a intenção é realmente das melhores?

O outro lado desta mesma moeda (virtual)

Pois de acordo com alguns jogadores, é provável que a empresa norte-americana esteja pura e simplesmente pensando em utilizar este sistema de dificuldade adaptativa com a única intenção de aumentar seu faturamento. A ideia seria conseguir alterar o nível de dificuldade (para cima) sempre que o jogo perceber que estamos tendo uma vida fácil, nos motivando assim a querer gastar dinheiro com itens.

Parece absurdo? Então pense em um jogo como o FIFA e o seu tão popular modo FUT. Como nele precisamos adquirir jogadores através de cartas, o sistema poderia identificar que estamos vencendo as partidas muito facilmente e ao tornar a equipe adversária melhor, a única saída seria termos que investir na compra de atletas melhores.

Crédito: Divulgação/EA

Pode ser que nunca cheguemos a tal ponto, mas o fato é que em novembro de 2020 algumas pessoas entraram com uma ação contra a EA, onde alegam que a empresa estaria desde 2017 utilizando a tecnologia da patente nas séries FIFA, Madden e NHL. Segundo os reclamantes, a tecnologia teria sido implementada sem o conhecimento dos consumidores e com o único objetivo de fazer com que os jogadores acreditem que suas equipes são mais fracas do que realmente são e assim queiram comprar novos pacotes de cartas.

A empresa por sua vez se defende dizendo que as acusações não condizem com a realidade e que nunca utilizou a dificuldade adaptativa junto com microtransações. Eles inclusive publicaram uma nota onde afirmam terem fornecido informações técnicas que mostram que o sistema nunca foi utilizado nos modos Ultimate Team dos jogos citados e que a queixa feita na justiça em relação a isso foi retirada.

Mesmo assim, alguém duvida que essa possibilidade de misturar dificuldade adaptativa, jogos multiplayer e principalmente, microtransações, ainda renderá futuros debates?

Fonte: IGN

[ad_2]
Source link

× Consulte-nos!