Elevada potência em Watts RMS não quer dizer ‘volume alto’; entenda

Quando pensamos em adquirir algum equipamento de áudio, uma das primeiras informações buscadas é a potência do sistema (amplificador e caixas acústicas). Erroneamente temos o hábito de pensar que o volume ou a pressão sonora proporcionada é resultado da aferição em Watts RMS. O TechTudo desmitifica o assunto e esclarece suas dúvidas. Confira o Review da JBL Pulse, a caixa de som bluetooth com áudio de alto desempenho O novo conceito “Nitro” da Philips, promete aparelhos bastante agressivos em design e potência (Foto: Divulgação/Philips) Para ficar claro, watt é a unidade que afere valor de potência elétrica, seja ela mínima, média (RMS) ou máxima (pico/PMPO) e apenas isto. Anos atrás, os fabricantes divulgavam em seus equipamentos de áudio a máxima potência elétrica fornecida por seus amplificadores através de picos obtidos em curtíssimos intervalos de tempo, também conhecida como potência PMPO. O maior problema é que a metodologia não permitia o fornecimento constante e em tempo integral da potência declarada, nem muito menos em normais condições domésticas de uso. O gráfico acima ilustra a potência de pico (PMPO) e a potência média (RMS) (Foto: Reprodução/Metuzo Alves) A indústria então passou a utilizar outra forma de aferição para valores de potência elétrica, desta vez mais honesta e que expressava valores médios e constantes, conhecida como RMS (Root Mean Square) ou raiz quadrática média, que nada mais é do que o resultado de um cálculo matemático. A aferição da potência em RMS não isenta o equipamento de distorções harmônicas ou sonoras como muitos pensam. Por padrão previamente estabelecido, no Brasil a potência divulgada pelos fabricantes tolera em média 10% de distorção harmônica (THD), o que é um valor bastante elevado. Quando falamos de volume audível, estamos falando do nível de pressão sonora (SPL) e seu valor é quantificado em decibéis (dB). Por padrão, este formato afere quantos decibéis as caixas acústicas conseguem produzir quando alimentadas pela potência elétrica de 1 Watt estando a um metro de distância. E isto é o que ouvimos e sentimos quando aumentamos o volume no controle remoto. Produzir boas caixas acústicas e alto falantes de alta sensibilidade pode ser algo muito caro e de maior perícia em engenharia. No mercado existem caixas acústicas e que superam facilmente a casa dos 15 mil reais, como algumas da conceituada marca B W (Bowers Wilkins). A B W 802 Diamond é uma das melhores e mais caras caixas acústicas do mundo (Foto: Reprodução/Metuzo Alves) Para se ter uma ideia, a cada três decibéis a menos, uma caixa acústica precisará do dobro da potência elétrica fornecida pelo amplificador para produzir o mesmo nível de volume (pressão sonora), veja o exemplo abaixo: Apesar de utilizar metade da potência elétrica, o conjunto A “toca tão alto” quanto o B (Foto: Reprodução/Metuzo Alves) saiba mais Confira lista de Soundbars para aprimorar som de TVs com áudio baixo Confira lista de caixas de som para o PC com bom custo-benefício Home theaters e mini systems: veja as diferenças e como utilizá-los A caixa acústica (A) possui sensibilidade de 90 decibéis e, quando alimentada por um amplificador com 500 Watts RMS, produz o mesmo nível de volume (pressão sonora) que a caixa acústica (B) que possui 87 decibéis e recebe 1000 Watts RMS de seu respectivo amplificador. Por isso, de nada adianta o sistema possuir um amplificador que fornece alta potência em RMS se suas caixas acústicas possuírem baixa sensibilidade. É desperdício de dinheiro na aquisição do equipamento e na conta de energia elétrica no final do mês.

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