Disponível para os usuários desde junho deste ano, o Faceglória já está envolvido em algumas polêmicas, incluindo seus termos de uso . A rede social, criada para o público evangélico cristão, acaba de ser notificada extrajudicialmente pelo Facebook – que não quer seu nome e layout associado a outra plataforma. Em defesa, o dono do site, Acir Filló, acusa Mark Zuckerberg de copiar o Orkut e de compactuar até mesmo com o Estado Islâmico, que usa a grupos e perfis para recrutar jovens. Google briga na justiça para tirar de social Orkuti do ar no Brasil O TechTudo teve acesso à notificação extrajudicial enviada para o FaceGlória. De acordo com o documento enviado pela Dannemann Siemses Advogados, que faz a assessoria do Facebook no Brasil, será dado um prazo para que a rede social mude de endereço na Internet, e também mude nome. FaceGlória vai ter que mudar de nome, ou enfrentar a fúria do Facebook (Foto: Reprodução/FaceGloria) “O Facebook poderá conceder um período razoável para que seu cliente redirecione usuários para outro sítio na Internet, que não se confunda com Facebook, ou seja, não contenha os termos FACE ou BOOK, qualquer logo de propriedade do Facebook, ou utilize qualquer estilização ou aparência que possa criar risco de associação com a rede social Facebook”, solicita o site de Mark Zuckerberg. Conversamos também com Acir Filló, criador e proprietário do Faceglória, que afirma que todos os trâmites da rede social são legais. O dono da rede social religiosa ainda acusa Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, de copiar o Orkut e diz entender que redes sociais tem “formato universal”. “O Facebook nos notificou extrajudicialmente alegando que nós somos uma cópia. O que não procede porque a rede social [FaceFlória] tem um formato universal. O Facebook copiou o Orkut, por exemplo. O formato não pertence a Mark Zuckerberg, ele é um domínio livre”, argumenta Filló. Contra o Estado Islâmico Ainda segundo o
proprietário da rede social cristã, esse foi somente o primeiro incômodo
do com seu projeto. O objetivo do FaceGlória é crescer e,
porque não, substituir o Facebook como um local seguro. “Quando
nós estivermos sólidos, com cerca de 50 milhões de membros no mundo
[ele acredita que será em dois anos, com o FaceGlory] vamos deflagrar
campanhas, por exemplo, contra o Estado Islâmico”, dispara. “A
gente percebe que eles [EI] recrutam nas redes sociais, e as redes têm
que ajudar a ir na contra mão dessa barbárie. O objetivo único do Mark
Zuckerberg é financeiro e o nosso é trabalhar pela paz e educação”,
finaliza. INPI registra FaceGlória Por ora, o Faceglória tem o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) a seu favor. a Marca Registrada foi aceita pelo Instituto mesmo que o Facebook tenha tentado se opor ao nome. Desde março de 2015, há a Concessão de Registro no site do INPI. O documento também cita o registro. “Embora o INPI tenha adotado posição diferente, a nosso ver essa marca infringe a Lei da Propriedade Industrial porque, além de ser uma reprodução parcial da notoriamente conhecida marca Facebook, ela protege serviços idênticos àqueles protegidos pela marca Facebook”, reclama o Facebook. INPI concedeu registro de marca para o Faceglória (Foto: Reprodução / Laura Martins) Facebook e FaceGlória parceiros? Na notificação, a advogada que representa o Facebook não deixa de colocar dados da rede social para provar a importância da marca. Estão no documento: 1,44 bilhões de usuários em todo o mundo; 600 milhões de pessoas utilizam o seu serviço de mensagens a cada mês; 45 bilhões de mensagens são enviadas diariamente por seus usuários; quatro bilhões de vídeos são visualizados diariamente por seus usuários; dois milhões de anunciantes no Facebook. Filló, no entanto, não descarta a possibilidade de uma conversa com o reclamente para não somente resolver a situação, como também vislumbra a possibilidade de ter uma parceria com a gigante. “Eles querem um diálogo e nós vamos dialogar. Não há problema desde que a gente consiga manter nosso ponto de vista da nossa rede social”, finaliza. Acir Filló com Bruna Karla, cantora de música Gospel apoiadora da rede social (Foto: Divulgação/Faceglória) Essa conversa não poderá demorar para acontecer. A notificação, enviada no dia 1 de julho, dá um prazo de resposta do Faceglória dentro de sete dias. “Não havendo resposta, nosso cliente entenderá que o Sr. Acir dos Santos não tem interesse num acordo amigável, deixando-nos livres para adotar as medidas que julguemos convenientes para defender os direitos de propriedade industrial e a reputação da marca do nosso cliente”, finaliza o documento. Qual é a sua rede social favorita? Comente no Fórum do TechTudo. saiba mais Veja os termos de uso do Faceglória e entenda o que pode e o que não pode Brasil é oitavo em acesso de crianças a conteúdo impróprio, diz pesquisa Designer muda ícone no Facebook ‘sem autorização’ por mais igual de gênero