Cientistas da Universidade de Copenhague, Dinamarca, sugerem não haver motivos para que se considere a possibilidade de existência da chamada energia escura, que, de acordo com estimativas anteriores, responderia por cerca de 70% da composição do Universo, aliada aos 25% de matéria escura e aos 5% de elementos convencionais.
Steen Harle Hansen, professor associado do centro de pesquisas DARK Cosmology Centre e líder da teoria, explica que ele e sua equipe desenvolveram um modelo computacional no qual constataram que a energia escura, à qual é atribuída a expansão de nosso mundo, equivale à matéria escura carregada de algumas propriedades a mais. Campos magnéticos gerados pelas inserções tornariam redundante a presença daquilo que foi descartado, complementa.
“Não sabemos muito sobre a matéria escura, a não ser que ela é uma partícula pesada e lenta. De todo modo, nos perguntamos: e se tivesse alguma qualidade análoga ao magnetismo? Sabemos que, à medida que as partículas normais se movem, o criam. Ímãs atraem ou repelem outros ímãs. E se isso for o que está acontecendo no Universo? E se essa expansão constante da matéria escura está ocorrendo graças a algum tipo de força magnética?”, exemplifica Hansen.
Tais questões é que os levaram à criação da nova maneira de se realizar cálculos, estremecendo bases já contestadas outras vezes.
70% do Universo é composto de energia escura – ou não!Fonte: Reprodução
Uma pitada de magnetismo
Ainda que se desconheça quais são exatamente os mecanismos responsáveis pelas ações citadas, Steen e outros adicionaram aos algoritmos tudo aquilo que é fato até o momento, como a gravidade, a velocidade de expansão do Universo e, claro, a força misteriosa que a impulsiona, ainda não desvendada, mas presente em análises desde a definição da constante cosmológica por Albert Einstein em 1917 – matéria ou energia escura.
“Desenvolvemos um modelo que partia do pressuposto de que as partículas de matéria escura tinham um tipo de força magnética e investigamos que efeito essa força teria no Universo. Acontece que teria exatamente o mesmo efeito na velocidade de expansão que o encontrado na energia escura”, destaca Steen Hansen. “Honestamente, nossa descoberta pode ser apenas uma coincidência. Entretanto, se não for, é realmente incrível“, pondera.
Steen Harle Hansen, líder do projeto.Fonte: Reprodução
Por fim, o professor defende que conhecimentos contemporâneos ainda são “selvagens” e que somente observações mais detalhadas possibilitarão um veredito. Ele se diz empolgado com os próximos desafios pelos quais deve passar a proposta. “Será emocionante demais testar novamente nosso resultado.”
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